Trump perdoa Ross Ulbricht e salva o libertário da prisão perpétua!

Após 10 anos da injusta condenação do visionário Ross Ulbricht, o mais famoso agorista americano vivo, finalmente Trump faz justiça e o libera da prisão perpétua.

Finalmente vemos a verdadeira justiça ser colocada em prática. Em 2015, Ross William Ulbricht foi condenado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de criar o site de comércio eletrônico chamado "Silk Road". Apesar da grande mídia e da justiça americanas gostarem de dizer que o intuito do site foi o de praticar crimes e tráfico de drogas, essa não é a verdade. Não toda ela.
Ross, naquele momento foi um gênio visionário que conseguiu criar uma plataforma de comércio que não estivesse sob o controle e fiscalização do governo, onde os usuários podiam comprar e vender de forma livre e pacífica sem pagar impostos.

Infelizmente, Ross foi preso em 2013 por agentes do FBI e, em 2015, vieram suas sentenças de prisão perpétua. O caso Ross está entre os episódios de maior injustiça cometido pelas autoridades americanas contra um cidadão.

Assim Trump escreveu na sua Truth Social: “Acabei de ligar para a mãe de Ross William Ulbricht para informá-la de que, em homenagem ao Movimento Libertário, que me apoiou tão fortemente, foi um prazer assinar um perdão total e incondicional de seu filho, Ross”.

Essa notícia foi um êxtase para os libertários, que ficaram anos defendendo a libertação de Ross. Porque senão, pela lógica, o governo teria que prender todos fabricantes de armas que os financiam! Além dos fabricantes de carros, de facas, bastões de baseball, enfim.

Trump ainda chamou a sentença de ridícula, argumentando que ela foi desproporcional em relação às atividades de Ross. Trump também expressou indignação para com as figuras jurídicas que participaram da condenação, afirmando que são escória e que fazem parte dos mesmos grupos responsáveis pelo que Trump chamou de “armamentização do governo”, contra ele próprio, durante seu primeiro mandato.

É claro que o dono da plataforma Silk Road não tem culpa se em seu site algumas pessoas resolveram vender coisas que prejudicam outras, sendo algumas delas consideradas ilícitas por esse estado ilícito. Dado o caráter do site desenvolvido, não estava ao seu alcance impedir tais práticas, ao menos num primeiro momento, pois era difícil controlar qualquer tipo de atividade num site que se hospedava na darkweb e tinha como intuito principal permitir um comércio livre de controle estatal, garantindo o total anonimato das pessoas.

Mesmo assim, para nós, libertários e defensores da propriedade privada, não há crime no comércio em si, desde que seja feito de maneira voluntária entre as partes. Isso é apenas comércio, algo baseado em atos voluntários que não violam ou ameaçam a vida, a liberdade e a propriedade de ninguém. O verdadeiro medo das elites e do governo americano era que o site crescesse e as pessoas pudessem ter a possibilidade de comercializar sem pagar impostos, fugindo do controle estatal, coisa que sabemos bem como funciona no Brasil. O livre comércio entre indivíduos e instituições enfraquece o leviatã. E é por isso que todo e qualquer estado coercitivo odeia o livre mercado.

No Silk Road, os pagamentos eram feitos em Bitcoin e as pessoas vendiam de tudo, até mesmo coisas bizarras, como órgãos e drogas, mas poderia ser qualquer outra coisa verdadeiramente boa e útil. Se bem que, se houve comércio é porque havia demanda. Se há demanda sempre aparecerá alguém para supri-la e é impossível deter a sanha humana. Se na Silk Road houve comércio de drogas, é porque tem gente que demanda esse tipo de substância, infelizmente. Mas quando o estado entra na equação só faz piorar a situação, criando uma verdadeira reserva de mercado aos traficantes mais violentos e corruptos. Sem dizer que, ele mesmo, o estado, se beneficia do comércio de drogas, o que chamamos de narco estado. E se você lembra dos contatos do Nine, do Xandão e do Dino, vai perceber que não estamos longe disso!

Dado o caráter contra-revolucionário da iniciativa de Ross, que tira poder do governo coercitivo e o devolve às pessoas comuns, acreditamos que vale a pena contar os meandros dessa história.

Na época Ross era apenas um programador texano graduado em Física, que teve uma ideia libertária: criar um site que permitisse um mercado totalmente livre, onde as pessoas de todos os países pudessem negociar sem qualquer restrição estatal. Eis aí o ancapistão digital! Que coisa linda, não? Comércio sem impostos e trocas voluntárias sem impedimento de burocratas idiotas. Ross deu início ao projeto utilizando o TOR, que é um navegador de código aberto e que permite a comunicação anônima e segura na internet, até mesmo na dark web.

Quando estava idealizando seu projeto, Ross teve como grande desafio achar o melhor método possível de pagamento online, e que não estivesse sujeito às instituições centralizadas do estado. Assim, em 2010 surgiu o Bitcoin. Foi então que ele decidiu desenvolver o site sozinho, para não depender da confiança de ninguém.

Como no início do projeto Silk Road não havia compradores e vendedores, Ross teve a ideia de alugar um galpão e começar a cultivar seus próprios cogumelos mágicos, que acabaram se tornando os primeiros produtos vendidos no marketplace. Após um ano trabalhando no desenvolvimento do site, ele conseguiu lançar a Silk Road no começo de 2011, quando apenas seus cogumelos estavam disponíveis para venda. Assim, o próximo desafio foi promover o site para atrair usuários. A principal estratégia de Ross foi comentar sobre seu novo site de vendas em fóruns, se apresentando como um entusiasta de cogumelos. No começo havia uma cobrança de comissão na faixa dos 6% para cada transação. Mas foi questão de tempo para que novos vendedores surgissem e começassem a oferecer outros itens no site, atraindo novos compradores. Para garantir mais confiança para os compradores, foi criado um sistema de avaliações e comentários que ajudava a estabelecer qual produto e vendedor era bom ou ruim. Praticamente o mesmo sistema usado hoje por aplicativos de mobilidade urbana e hospedagem.

Claro que foi questão de tempo para aparecer pessoas vendendo drogas pesadas entre os produtos anunciados no site, e logo surgiu um artigo publicado pelo site Gawker que deu atenção ao Silk Road. Então, outros portais da internet também falaram sobre o marketplace da Silk Road e isso foi aumentando cada vez mais sua visibilidade. Foi aí que o governo americano começou a monitorar o site. Sabe-se que a namorada de Ross, Julia, acabou comentando sobre o site de vendas com sua amiga Erica, que publicou uma mensagem no Facebook dizendo que as autoridades poderiam ter interesse pelo site de vendas de drogas de Ross. Não demorou muito para que Julia terminasse o relacionamento com Ross, e o jovem empreendedor acabou decidindo por viajar para ter novos ares. Uma preocupação era de que alguém pudesse ver no seu notebook, o que ele fazia em seu site, e por isso, era bastante cuidadoso.

Com o grande crescimento do site, começaram a surgir problemas como bugs no código e reclamações de usuários. Assim, Ross se viu com a necessidade de contratar pessoas para ajudar na tarefa de administrar o site. Foi quando ele decidiu fazer isso na própria plataforma, oferecendo vagas aos usuários mais ativos. Logo, algumas pessoas, como um usuário chamado Variety Jones, iriam ajudá-lo com melhorias no código do site. Entre as sugestões que Jones deu a Ross, foi que ele adotasse o pseudônimo de “Dread Pirate Roberts”, inspirado em um personagem do filme A Princesa Prometida. O objetivo disso era criar uma identidade que pudesse ser transferida para outra pessoa, se necessário. O motivo pelo qual Ross gostou da ideia foi que, se algum dia ele fosse pego pelas autoridades, ele poderia se esquivar de toda a culpa, alegando que ele apenas tinha sido um dos administradores do site por um tempo, e esse nome era passado de pessoas para pessoa. 

Curtis Green foi um usuário que fazia parte do time de Ross, sendo responsável pela tarefa de moderação do fórum do Silk Road. Num determinado dia, ele recebeu uma encomenda de cocaína, e junto de sua encomenda veio a visita da polícia que o prendeu. Após ficar um bom tempo sem saber o motivo do paradeiro de seu ajudante Curtis, Ross acabou descobrindo que cerca de 350 mil dólares em Bitcoins tinham sido desviados de uma conta do Silk Road. Ele suspeitou que Curtis o tivesse roubado e sumido com toda a grana. Assim, Ross teve a ideia de pedir ajuda nos fóruns para encontrar Curtis e recuperar os Bitcoins. Um usuário chamado Nob respondeu dizendo conhecer pessoas que poderiam fazer esse tipo de trabalho por um pagamento inicial, seguido por outro após completar o serviço. Sabe-se que Nob teria enviado uma foto falsa mostrando Curtis morto, e ele teria recebido todo o pagamento de Ross. Mesmo assim, Ross continuou inquieto e desconfiado dessa situação, mas logo seu amigo Variety Jones o explicou que essa ação enviaria uma mensagem clara contra todo tipo de traições dentro da equipe do Silk Road.

No início de 2012, era estimado que o Silk Road transacionava mais de 2 milhões de dólares todos os meses, algo que dava a Ross uma alta comissão. Inclusive, Ross teria comentado com Variety Jones numa conversa que ele tinha como grande objetivo conquistar 1 bilhão de dólares aos 30 anos de idade.

Nesse fatídico ano de 2012, as investigações do FBI e do DEA estavam se intensificando sobre quem estaria por trás do Silk Road. Mas quem foi responsável pelas primeiras descobertas foi Gary Alford, do Internal Revenue Service, que equivale a nossa Receita Federal. Sua atuação no caso tinha como objetivo rastrear o dinheiro que passava pelo site. 

Gary imaginou que o criador do site de vendas poderia ter deixado algum rastro na internet, e logo ele começou com uma pesquisa simples, tentando saber quais tinham sido as primeiras publicações sobre o Silk Road. Assim, fazendo busca por data, ele acabou descobrindo a publicação de um usuário de nome Altoid em um fórum de criadores de cogumelos em 27 de janeiro de 2011. Depois, ao pesquisar por outras publicações em outros fóruns do mesmo usuário Altoid, Gary encontrou uma publicação no Bitcoin Talk, perguntando se mais alguém conhecia o Silk Road. Ele percebeu que as duas primeiras publicações a mencionar o site era do mesmo usuário, e mais tarde viu outras publicações em outros fóruns.

Utilizando suas credenciais, Gary conseguiu contatar com os donos dos sites dos fóruns e pediu os nomes e endereços de email associados ao usuário Altoid. Ele acabou descobrindo que todos tinham sido criados pelo endereço de email: frosty@frosty.com. Mas o que chamou sua atenção foi uma publicação de Altoid no mês de outubro de 2011, no Bitcointalk, onde ele anunciava uma vaga para um projeto relacionado a uma startup de Bitcoin. Na postagem havia um endereço de email para que as pessoas interessadas encaminhassem as aplicações para o endereço rossulbritch@gmail.com. E foi assim que Gary iniciou uma investigação sobre a vida de Ross e passou a ficar cada vez mais certo de que esse garoto era o indivíduo por trás do famoso site de compras e vendas na dark web. Outra evidência que Gary achou foi uma publicação de Ross no StackOverflow, que foi editada, cujo nome alterado para Frosty.

Gary pediu ao Departamento de Segurança Interna para verificar os registros de Ross Ulbricht, descobrindo que ele havia encomendado uma identidade falsa, o que revelou sua residência. Simultaneamente, o FBI identificou o IP do servidor do Silk Road, hospedado na Islândia, violando possivelmente a Quarta Emenda ao obter os dados por meio de um bug no código do site. Em colaboração com autoridades islandesas, o FBI passou a monitorar o servidor, rastreando os acessos do administrador "Frosty," que ocorriam em um café próximo à casa de Ross.

Gary cruzou informações com a força-tarefa do FBI, que ligou o nome Frosty usado por Ross em uma publicação ao nome no servidor e no computador do administrador do Silk Road. Isso consolidou a suspeita de que Ross era o criador e administrador do site.

Em 1º de outubro de 2013, Ross foi preso em uma biblioteca pública enquanto trabalhava em seu notebook. Agentes simularam uma briga para distraí-lo, permitindo que outro agente capturasse o notebook ainda aberto. Ross estava logado como administrador em três áreas do Silk Road, incluindo "Mastermind," acessada apenas pelo criador, Dread Pirate Roberts.

Investigações posteriores revelaram corrupção entre dois agentes: Carl Force, que se disfarçou como "French Maid" para vender informações a Ross e orquestrar a falsa morte de Curtis, recebendo cerca de US$ 757 mil em bitcoins; e Shaun Bridges, que desviou bitcoins do moderador Curtis ao invadir sua casa e acessar seu notebook. Shaun foi descoberto e preso enquanto tentava fugir do país. A operação expôs tanto o Silk Road, quanto os crimes internos das forças-tarefa responsáveis pelo caso.

Referências:

https://exame.com/future-of-money/quem-e-ross-ulbricht-criador-de-site-da-dark-web-ligado-ao-bitcoin-pode-ser-solto-por-trump/
https://br.cointelegraph.com/news/ross-ulbricht-odds-pardoned-trump-rise-79-kalshi
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/trump-perdoa-homem-acusado-de-fundar-o-mercado-silk-road-na-dark-web/