Imagine um Shuumatsu no Valkyrie, adicione uma catástrofe climática gigante, uma IA deusa e uma Grande Guerra entre nações. Faça isso e você tem Rekkyo Sensen.
Rekkyo Sensen é um Mangá recente e que até agora, no momento em que esse artigo é escrito, conta com somente 3 capítulos. Bem similar a outros animes e mangás do gênero, a trama consiste em um grande duelo entre oponentes até a morte, onde o vencedor final do torneio administrado por alguma criatura mística, receberá um prêmio inimaginável, ganhando fortunas ou até se tornando um deus.
Porém, dessa vez, isso não foi orquestrado por demônios, bruxas ou deuses, mas sim por algo pior, o Estado! Mas afinal, de onde tudo isso começou? Qual o contexto de toda essa grande batalha que está acontecendo? Calma, que vamos explicar.
Antes de começar, é óbvio que mesmo com poucos capítulos disponíveis, esse vídeo ainda terá alguns spoilers. Então, se você quer ler o Mangá, faça antes de assistir o resto do vídeo. Continuando...
Tudo começa em 2206, na antiga sede da ONU, na Ilha de Manhattan, nos Estados Unidos. Com a nova organização mundial sendo denominada de "Neo ONU", onde os representantes das maiores potências mundiais agora se reúnem para discutir sobre o futuro da Terra, onde a Inteligência Artificial Gaia analisa os dados sobre a evolução da degradação do meio ambiente e conclui que, agora, só restam 100 anos de vida para a Terra no seu estado atual. E isso sendo que alguns anos antes a Gaia tinha previsto ainda mil anos de existência para a vida na Terra.
Gaia é uma inteligência artificial super avançada e imparcial até onde vimos na obra, criada para analisar com precisão certas situações. Nessa história, ela está secretamente em operação desde 2030, tendo ajudado na produção de vacinas para a pandemia do Rosavírus em 2033, até o fim forçado de uma Quarta Guerra Mundial. Ela diz que sua função é fazer cálculos para a sobrevivência humana para, assim, evitar a extinção da humanidade, embora a humanidade atual não mereça ser protegida.
E é nessa reunião que temos os líderes representantes das 16 maiores potências do mundo, sendo eles: China (a atual maior potência), Estados Unidos (a segunda maior potência), Índia (terceira maior potência), Rússia (décima segunda maior potência) e várias outras, incluindo: Egito, Canadá, Austrália, Noruega, Nigéria, Itália, França, Vietnã, Reino Unido, Mongólia e claro, o Brasil, como sétima maior potência.
Os líderes começam a entrar em pânico, alguns duvidam sobre esse prazo de 100 anos perguntando se os cálculos não estavam errados, enquanto outros já concordam e sabem que não mudaria nada nem se o povo soubesse desses dados. Embora seja quase um assunto polêmico na realidade, a mídia e o governo fazem muito alarmismo imediatista para a questão do aquecimento global, não considerando se essa não é uma mudança natural do clima do mundo e que o ser humano intervir só acabará por piorar.
O meio ambiente nesse mundo já está desgastado, milhares de espécies foram extintas e até Londres, a cidade famosa por suas neblinas, já quase não tinha chuvas durante o ano.
Os líderes das nações, conforme havia sido combinado em outras reuniões, fazem uma análise com a IA para reduzir o número de organismos na Terra, conforme os que são mais prejudiciais para os seres humanos. Gaia, então, dá o resultado dizendo que a espécie mais prejudicial para os humanos são os próprios seres humanos. Um discurso obviamente anti-humano, no qual muitos ambientalistas no mundo real pregam, somente porque eles acham um ou outro animal bonitinho, e querem proteger o meio ambiente apenas por estética, não por qualquer outra coisa.
Assim, é firmado pela Neo-ONU, o protocolo da Guerra Final das Nações Arruinadas, como definido pelo próprio Primeiro-Ministro do Japão: "Não vamos permitir que a Terra continue a ser destruída. Uma seleção da vida, por força de igual para igual, essa será a nossa prioridade". Uma guerra para determinar qual nação sobrará, a partir de torneio de lutas entre heróis representantes dos países. Onde Gaia, controlando as máscaras de oxigênio das pessoas ao redor do mundo, irá eliminar as populações dos países perdedores.
O Secretário do Japão se pergunta se aquilo é realmente pelo bem da humanidade, enquanto a presidente da Índia desesperada fala que isso seria genocídio em massa. Mas o resto dos estados, assim como na vida real, não se importam com a vida de suas populações, e se sentem como donos das vidas humanas. O Primeiro Ministro do Japão justifica perguntando se eles querem morrer agora ou lutar para sobreviver, para depois morrer. Não precisamos nem citar o quanto essa pergunta é estúpida, até no fim do Planeta Terra os estados dessas nações preferem gastar tempo e recursos em uma guerra entre eles do que sequer tentar ajudar seu povo.
Eles então continuam dizendo que essa é apenas a verdade nua e crua, que está apenas sugerindo reduzir o número de humanos vivos no planeta atualmente e que tudo isso é "pelo futuro da humanidade", sendo que alguns segundos antes eles admitiram que só iriam lutar para sobreviver mais um pouco e depois morrer.
Tendo um ano para todas as nações se prepararem para o duelo, é iniciado então a Guerra Final das Nações Arruinadas, onde heróis representantes de cada país de mesmo nível irão lutar um contra o outro, com o perdedor tendo que ceder tudo que o vencedor demandar. O vencedor final da competição irá continuar a existir para reconstruir a humanidade de maneira sustentável, enquanto os cidadãos das outras nações serão mortos para reduzir o número de habitantes do planeta a fim de sobrar recursos o suficiente. Isso soa mais como o plano de um vilão roxo da Marvel, mas é apenas o que as nações querem fazer por um falso futuro.
As nações desse mundo destruíram a si próprias e ao mundo, e mesmo em um momento de falta de recursos insistem em gastar eles da pior forma possível, utilizando em uma guerra consentida somente entre os próprios estados para fazer um genocídio em massa. Assim, como a dívida pública que é feita sem o seu consentimento para que você pague por ela, a Guerra das Nações Arruinadas é um grande torneio apostando na vida de pessoas pacíficas que não concordaram com isso, e só foram utilizadas como fichas em um grande jogo.
A guerra, ao contrário do que alguns dizem, não trás benefícios, pode até conduzir a algum desenvolvimento militar ou tecnológico, como nos foguetes feitos pelos Alemães, ou na própria internet feita durante a Guerra Fria. Porém, o custo financeiro e de vidas é um valor gigantesco, quando comparado ao que seria gasto para desenvolver essas tecnologias em tempo de paz com a concorrência natural de um mercado. Não há nada mais destrutivo do que um estado contra outro estado, porque nessa batalha quem sempre perde são os indivíduos que por natureza preferem a paz e o comércio e não a guerra.
Aparentemente esse mangá é mais uma peça de ‘programação preditiva’, onde a ficção é utilizada como ferramenta para prepar as mentes das massas para cenários não tão distantes, no futuro, onde os estados tentarão implementar uma tecnocracia baseada em IA, e controlarão a população utilizando o discurso ambientalista, vacinas e pandemias.
E você, o que acha? Estamos indo rumo ao Ancapistão ou ao Tecnocratão? As tecnologias, como IA, ajudarão na derrocada dos estados ou os fortalecerão?
https://www.youtube.com/watch?v=OHNrVBq0A3s