Província argentina contrária a JAVIER MILEI e cria sua PRÓPRIA MOEDA!

Vai dar certo sim, amiguinho: pode confiar! Todo mundo está querendo esses papéis lastreados em honestidade de político!

Poucos dias atrás, o presidente argentino, o libertário Javier Milei, afirmou que seu governo não iria se opor à criação de meios de pagamento por parte das províncias (algo que Milei chamou de “quase-moedas”). Esse tipo de ativo não chega a ser uma moeda de verdade; mas, na prática, funciona quase da mesma forma, viabilizando pagamentos e sendo aceito como meio de troca. E essas características se aplicam, principalmente, às quase-moedas emitidas por uma autoridade estatal - que é o caso em questão.

Essa história toda surgiu através de comentários feitos pelos próprios governadores das províncias, que levantaram a possibilidade de imprimir sua própria moeda. A Argentina é uma federação composta por 23 dessas unidades, que possuem um grau de autonomia maior em relação ao poder central do que os estados brasileiros. Em resposta a essa provocação, Javier Milei disse, em uma entrevista recente, que as províncias seriam livres para emitir suas próprias moedas; porém, cada indivíduo teria que arcar com as consequências de aceitá-las. Mantendo sua fidelidade aos corretos princípios econômicos, Milei afirmou, também, que o mercado vai terminar por decidir qual moeda provincial presta, e qual não vale absolutamente nada.

A verdade é que, como é comum no caso de federações republicanas, várias províncias argentinas são governadas pela oposição ao presidente - geralmente, por políticos peronistas, que criticam duramente as recentes medidas tomadas pelo governo de Milei. As propostas de austeridade do novo governo envolvem, por óbvio, a redução da impressão de dinheiro - que é o grande problema econômico da Argentina, no fim das contas. Só que essa austeridade toda incomoda bastante os políticos populistas.

Ainda assim, as expectativas para o futuro argentino são extremamente positivas - pelo menos para aqueles que não foram contaminados pelo vírus peronista. O Bank of America, por exemplo, fez uma estimativa bastante promissora, prevendo um superávit primário equivalente a 1% do PIB para a Argentina, neste ano. Javier Milei, contudo, quer ir além, perseguindo um superávit de 2% do PIB. Para isso, o presidente libertário pretende cortar grande parte das despesas estatais - coisa que ele tem feito desde o primeiro dia de mandato.

Obviamente, as províncias governadas por opositores não gostaram dessa ideia - que, sem dúvida, vai exigir de toda a máquina estatal que reduza o seu ímpeto. Afinal de contas, como essa gente esquerdista vai continuar fazendo o seu populismo, se o governo parar de imprimir dinheiro? Por isso, algumas províncias afirmaram que vão sim criar suas próprias moedas, para pagar seus funcionários e custear a máquina pública. Esse é o caso, por exemplo, da província de Buenos Aires, governada por Axel Kicillof, ex-ministro da Economia de Cristina Kirchner, e da província de La Rioja, governada por Ricardo Quintela, um legítimo peronista.

Este último, inclusive, já tomou a iniciativa, criando sua própria moeda - que foi batizada como “bocade”. O governador Quintela afirmou que o presidente Milei estaria “abandonando a nação”, e que essa medida, portanto, seria necessária, para evitar a paralisação da máquina estatal em La Rioja. Ainda não se sabe exatamente como a coisa vai funcionar; nem mesmo se essa moeda vai ser física, ou apenas virtual.

Contudo, algumas características do “bocade” já são conhecidas: será uma moeda corrente em paralelo com o peso, a moeda oficial do país. Essa quase-moeda só poderá circular na província de La Rioja e será usada, num primeiro momento, para que o governo pague suas próprias contas. Dada a suposta necessidade irrecusável, o Legislativo da província aprovou a emissão de um valor equivalente a 22,5 bilhões de pesos dessa nova moeda - perto de R$ 100 milhões, na cotação paralela.

Nas palavras do governador: “A moeda funciona com uma percentagem em dinheiro e uma percentagem em títulos. Esses títulos são recebidos pela província para o pagamento de serviços, impostos e taxas”. Então, tá bom: acredita nisso quem quer.

O presidente Milei, como era de se esperar, comentou essa notícia com sua habitual dose de sarcasmo. O libertário não apenas aceitou a medida, como a comemorou - e sim, isso é verdade! Veja, por exemplo, o que Milei publicou em sua conta no X:"E pensar que, durante a campanha, me trataram como um louco por postular um esquema em que haveria livre concorrência cambial, e agora estão promovendo isso. Deem as boas-vindas à competição entre moedas provinciais.”

Milei, porém, foi além, fazendo questão de frisar que, ao contrário do que aconteceu no passado, o governo federal não vai resgatar essas moedas, em caso de quebradeira. Ou seja, não tem garantia: quem aceitou esse dinheiro fajuto, aceitou por que quis! Agora, resta ver quais outras províncias terão coragem de seguir pelo mesmo caminho. Ou, pior ainda: quem vai ter coragem de receber esse dinheiro de faz-de-conta, e de negociar com ele.

Como já adiantamos, no início deste vídeo, o maior problema econômico da Argentina foi a expansão da base monetária - ou seja, a impressão desenfreada de dinheiro, por parte do governo. É importante frisar, inclusive, que isso é a verdadeira inflação, e não o aumento de preços - ao contrário do que o estado e a grande mídia fazem crer. E é justamente esse problema que Javier Milei quer resolver.

Segundo o presidente argentino, o governo anterior imprimiu nada menos do que 20% do PIB em nova moeda. Se trouxemos esse valor para a realidade brasileira, isso seria equivalente a imprimir mais de 2 trilhões de reais em apenas 4 anos - ou um terço do total de reais que existem hoje. Foi por meio dessa imensa impressão de dinheiro que o governo argentino conseguiu subsidiar o preço de tantos produtos, distorcendo, nesse ínterim, a economia do país. Agora, as coisas vão mudar – e para melhor.

Só que imprimir dinheiro vicia, porque este é o caminho fácil para resolver o problema do orçamento estatal. As províncias argentinas estão viciadas nisso, e querem manter o antigo ritmo - agora, imprimindo dinheiro por conta própria. É que cortar na própria carne dá muito trabalho e é uma medida impopular; os peronistas, portanto, precisam gastar mais dinheiro para se perpetuar no poder. E como fazer para resolver esse impasse? Simples: é só criar dinheiro do nada e distribuir essa grana imaginária para a população. Genial, não é mesmo? Como ninguém pensou nisso antes?

Dado o histórico argentino, e o que nos ensina a correta doutrina econômica, é bem provável que esse tipo de iniciativa fracasse logo. Inclusive, o cheiro de falcatrua está muito forte, até mesmo para o mais crédulo adorador do papai estado. Essas quase-moedas, mais do que a “moeda oficial” do estado, parecem ser dinheiro de mentirinha, aos olhos do povo. É certo que os funcionários públicos, inevitavelmente, serão obrigados a receber esse dinheiro de mentirinha - uma pena para eles. Porém, dificilmente esses papeizinhos coloridos vão circular pelo restante da economia. Afinal de contas, os argentinos sequer estão aceitando os pesos, sua moeda oficial…

A reação de Javier Milei à iniciativa tomada pelo governador de La Rioja nos mostra algumas características positivas a respeito do presidente libertário. Em primeiro lugar, podemos perceber que Milei não se importa muito com opiniões contrárias, por parte de uma oposição esquerdista. Ou seja, ele é bastante firme em suas convicções. Em segundo lugar, também fica claro, para todos, o quanto ele confia na ciência econômica. Sabendo, de antemão, o que causa a verdadeira inflação, Milei vai permitir que os governadores embarquem nessa furada, apenas para que os reais motivos que levaram a Argentina ao atual desarranjo econômico fiquem ainda mais claros.

De qualquer forma, existe, na atitude do presidente argentino, um alto grau de libertarianismo. Afinal de contas, o que Milei está promovendo, na Argentina, é uma verdadeira competição entre moedas - na qual entram o peso argentino, o dólar, as novas moedas das províncias e, inclusive, o próprio Bitcoin. E, nessa salada monetária, quem separa o joio do trigo é o livre mercado - levando moedas que não possuem fundamento real à extinção, enquanto as moedas superiores são cada vez mais apreciadas. Sem precisar de decretos ou de qualquer outro tipo de canetada, Javier Milei vai ver os projetos monetários dos seus adversários fracassarem - algo que vai melhorar sua própria imagem.

Ainda assim, o que os argentinos realmente deveriam fazer é adotar uma moeda que, mais do que o peso argentino e que o dólar americano, esteja livre das intervenções do estado - o Bitcoin. Sendo uma reserva de valor e um meio de troca realmente descentralizado, o Bitcoin é imune à desvalorização promovida por políticos, aos confiscos e à tributação. Nada melhor do que essa opção, na atualidade, para sobreviver ao caos econômico que ainda vai afligir o país, por um bom tempo.

É certo que, com Javier Milei, os argentinos terão muito mais liberdade e tranquilidade econômica, no longo prazo. Contudo, melhor do que confiar na boa-vontade de um presidente argentino, é tirar o governo de seu dinheiro. Afinal de contas, é melhor ter a garantia de ser dono de seu próprio patrimônio, do que torcer para que o próximo presidente, o sucessor de Milei, não seja um maluco peronista.

Deixamos como recomendação o vídeo intitulado "Tutorial para ser um BITCOINHEIRO", o link está na descrição.

Referências:

https://br.cointelegraph.com/news/argentine-president-provinces-circulate-currencies

https://www.poder360.com.br/internacional/milei-celebra-proposta-de-moeda-alternativa-em-provincia-argentina/

Visão Libertária - Tutorial para ser um BITCOINHEIRO:
https://youtu.be/JRNf8q69T8I