O Mais Novo SANTO da IGREJA CATÓLICA usava TÊNIS, CALÇA JEANS e era PROGRAMADOR

Carlo Acutis foi canonizado no último dia 7 pelo Papa Leão XIV, se tornando o mais novo santo da igreja católica. Sua história é muito interessante e diferente da dos demais santos, e ainda nos ensina uma lição sobre a importância da liberdade de expressã

Carlo Acutis, o jovem italiano que faleceu em 2006 aos 15 anos, finalmente foi declarado santo pela Igreja Católica. A canonização ocorreu em uma cerimônia solene conduzida pelo Papa Leão XIV, que se tornou um marco não apenas para o catolicismo, mas também para a cultura contemporânea. Afinal, Carlo entra para a história como o primeiro santo representado de calça jeans e tênis — uma imagem que, por si só, já rompe com a estética tradicional das hagiografias e abre um novo capítulo na forma como a Igreja pretende dialogar com o mundo moderno. A notícia que correu o mundo no último domingo, dia 7 de setembro, destaca a relevância desse gesto simbólico, mas também levanta questões profundas sobre fé, liberdade e, inevitavelmente, sobre os limites do poder estatal.

A vida de Carlo, embora curta, foi marcada por intensidade. Nascido em 1991, em Londres, mas criado em Milão, o garoto rapidamente se destacou pela devoção à fé cristã. Diferente de muitos jovens de sua idade, Carlo não se prendia às futilidades do cotidiano. Católico desde a infância, desenvolveu um amor especial pela Eucaristia, que ele chamava de sua “estrada para o céu”. Ao mesmo tempo, tinha uma habilidade incomum para a tecnologia — e foi exatamente essa combinação que o fez conhecido como “o padroeiro da internet”. Carlo criou sites, catalogou milagres eucarísticos e aparições marianas, produziu conteúdos digitais e, com isso, evangelizou milhares de pessoas ao redor do mundo.

O detalhe curioso é que toda essa evangelização só foi possível porque Carlo viveu em um país que ainda respeitava, minimamente, a liberdade de expressão na internet. Imagine se Carlo tivesse nascido em uma ditadura como a da China, Nicarágua, Cuba ou até mesmo no Brasil de 2025, com seus políticos ansiosos por regular cada esquina do mundo digital, sempre prontos para derrubar redes sociais inteiras sob a desculpa da “moderação de conteúdo”. Se isso tivesse acontecido, talvez o “santo da internet” não tivesse esse impulso evangelístico, ou então sua mensagem alcançasse muito menos pessoas. A evangelização que Carlo promoveu, da forma como promoveu, seria simplesmente impossível se, no seu tempo, a Itália tivesse adotado um modelo autoritário de censura semelhante ao chinês, no qual qualquer discurso cristão considerado “incômodo” ao estado é prontamente eliminado.

Esse ponto é central: Carlo Acutis utilizou ferramentas tecnológicas para compartilhar sua fé de forma voluntária e pacífica. Ninguém foi obrigado a acessar seus sites, ninguém foi coagido a assistir seus vídeos, ninguém foi forçado a se converter. A difusão do Evangelho, no caso dele, foi totalmente baseada na liberdade individual e na adesão espontânea de quem se interessava. Eis aí um exemplo prático da ética libertária funcionando na vida real. O jovem escolheu se expressar; as pessoas escolheram ouvir. Onde está o crime? Não há. O que existe, nesse caso, é um belo testemunho de como a fé pode prosperar quando não sofre a interferência de um ente parasitário chamado estado.

Agora, vejamos a metodologia da canonização. A Igreja Católica, como de costume, não declara alguém santo de uma hora para outra. Existe todo um processo rigoroso: primeiro, a pessoa é reconhecida como “Servo de Deus”. Em seguida, após comprovações de virtudes heroicas, passa a ser chamada “Venerável”. Depois, é necessário um milagre para que seja declarada “Beata”. E, finalmente, com a confirmação de um segundo milagre, o título de “Santo” é concedido. Carlo percorreu todo esse caminho em tempo recorde. Foi beatificado em 2020, após a Igreja reconhecer a cura milagrosa de uma criança brasileira em Campo Grande, no ano de 2013, episódio no qual Matheus Viana, na época com apenas 3 anos de idade, sofria de uma condição chamada “pâncreas anular”, que fazia com que ele vomitasse a todo momento, sofresse de constantes pneumonias e tivesse sua saúde totalmente debilitada, chegando a pesar 9 quilos aos dois anos de idade. Segundo relatos da família, em uma das idas à capela de Nossa Senhora de Aparecida, em Campo Grande, onde está exposta uma relíquia de primeiro grau do santo, um pedaço de sua camiseta, o padre lhes contou a história de Carlo Acutis, e eles creram. O menino então, ao ser colocado diante da relíquia, pediu que parasse de vomitar. Na refeição seguinte, o inesperado aconteceu e Matheus Viana não vomitou. Os pais o levaram ao médico que disse que ele não sofria mais da condição e, até os dias de hoje, aos 15 anos de idade, Matheus é saudável e leva uma vida normal.  

Agora, com a canonização, Carlo Acutis entra definitivamente para o rol dos santos da igreja. Esse rito, além de reafirmar a tradição da Igreja, também mostra como o testemunho de Carlo encontrou ressonância global — especialmente entre os jovens que se identificam com sua imagem despojada, distante da costumeira formalidade clerical.

Não é por acaso que a figura de Carlo, em jeans e tênis, causa tanto impacto. Trata-se de um rompimento simbólico com o imaginário tradicional dos santos vestidos com túnicas e auréolas. É como se a Igreja, consciente da necessidade de aproximar-se das novas gerações, tivesse escolhido apresentar um santo que parece “um de nós”. A mensagem é clara: a santidade não está distante, não exige um figurino medieval, mas pode estar presente no jovem que mexe em computadores, que gosta de videogames e que vive conectado. Essa humanização, ao contrário do que alguns tradicionalistas poderiam criticar, não diminui o valor espiritual da canonização, mas reforça que a fé pode ser vivida em qualquer contexto que não vá contra a vontade de Deus — inclusive no digital.

Mas é aqui que surge o contraste incômodo com a realidade brasileira. Se Carlo tivesse tentado evangelizar através da internet nos dias de hoje, em nosso país, poderia ter sido silenciado por alguma decisão judicial absurda, expedida por um magistrado todo-poderoso que se considera guardião da “verdade oficial”. Afinal, a censura digital já não é mais uma especulação distante: o Brasil caminha a passos largos rumo a um modelo em que plataformas são obrigadas a remover conteúdos “sensíveis”, sob pena de pesadas multas ou até de bloqueio total. O mesmo Carlo que catalogava milagres online, portanto, poderia ser tachado de “desinformador” e ver sua obra desaparecer de um clique para o outro, caso algum governo socialista percebesse que suas atitudes cristãs são incompatíveis com o socialismo.

E é por isso que nós, cristãos, precisamos entender que o estado não é nosso aliado. Muito pelo contrário. O estado sempre terá a tendência de regular, controlar e, por fim, sufocar a liberdade de expressão — inclusive a liberdade religiosa. Não é coincidência que em países de regime autoritário, como a China, a evangelização pela internet seja praticamente impossível. Tudo é monitorado, fiscalizado, bloqueado. Igrejas só podem existir se forem aprovadas pelo Partido Comunista, e qualquer discurso que fuja da narrativa oficial é considerado crime. Agora me diga: você acredita mesmo que o Brasil, se continuar nesse caminho, não vai chegar ao mesmo ponto?

Carlo Acutis se tornou santo justamente porque viveu a liberdade de pregar sem a sombra do estado sobre seus ombros. Sua obra só foi possível porque existia espaço para que indivíduos criassem e compartilhassem conteúdo religioso sem precisar de autorização prévia de burocratas. É exatamente esse tipo de liberdade que está em risco hoje em nosso país e em diversas outras ditaduras pelo mundo. A cada nova tentativa de “regular” a internet, o que está em jogo não é apenas a sua possibilidade de postar uma opinião política divergente — é também o direito de pregar o Evangelho, de falar de Cristo, de viver a fé em comunidade digital. E, se você acha que exagero, basta olhar para a história: toda vez que o estado ganha poder para censurar, ele usa esse poder contra os cristãos. Sempre foi assim, e não será diferente no futuro.

O que Carlo fez foi revolucionário dentro da simplicidade: usou a internet para falar de Deus. E isso, sejamos sinceros, só tem impacto porque a escolha foi livre — tanto dele quanto daqueles que decidiram ouvi-lo. Nenhum decreto estatal, nenhum regulamento burocrático, nenhum fiscal da verdade estava lá para dizer o que podia ou não ser dito. E é justamente isso que torna sua trajetória tão inspiradora, não apenas do ponto de vista religioso, mas também do ponto de vista libertário. Carlo é a prova de que, quando o estado se mantém distante, indivíduos pacíficos podem realizar feitos grandiosos.

Portanto, quando celebramos a canonização de Carlo Acutis, precisamos ir além da imagem bonita do jovem de jeans e tênis transformado em santo. Precisamos enxergar o recado implícito: a evangelização é muito mais propícia em um ambiente de liberdade. Não que em um ambiente de perseguição a pregação do Evangelho vá cessar, afinal, a história da igreja é uma história de perseguição, sempre houve e sempre haverão aqueles dispostos a morrer em nome do Evangelho. Mas em um ambiente de liberdade essa evangelização é feita de forma muito mais pacífica. 

O mesmo estado que hoje promete “proteger” você da desinformação é aquele que, amanhã, poderá decidir que sua Bíblia é discurso de ódio, que sua pregação é incitação, que sua fé é crime. Cristãos de verdade não deveriam se enganar: o estado não é neutro. Ele sempre trabalhará contra a liberdade individual, inclusive a religiosa.

Se Carlo estivesse vivo hoje, possivelmente estaria nos dizendo para não confiarmos nesse Leviatã satânico moderno. Ele mesmo, que soube usar a internet como ferramenta de evangelização, talvez nos aconselhasse a buscar alternativas descentralizadas, a proteger nossas comunicações, a não depender de redes controladas por governos. Afinal, quando o estado controla a internet, controla também as consciências. E um cristão que entrega sua liberdade de pregar ao estado está, no fundo, aceitando que César tenha mais autoridade do que Cristo.

Por isso, meu amigo, se há algo que podemos aprender com Carlo Acutis, além de sua fé genuína, é que a liberdade é o ideal pra que o Evangelho chegue a qualquer lugar do mundo. Celebrar sua canonização é também um convite a refletir sobre o que temos feito para proteger essa liberdade — e, mais importante, sobre como temos nos posicionado diante de um estado cada vez mais controlador. A história de Carlo é um chamado à santidade, mas também um chamado à resistência contra qualquer forma de tirania.

E, se você realmente quer honrar a memória de São Carlo Acutis, o “santo da internet”, talvez a melhor forma de fazê-lo seja se opondo à censura, defendendo a liberdade digital e lembrando sempre que, sem liberdade, talvez a igreja não tivesse seu mais novo santo.

Referências:

https://ndmais.com.br/religiao/papa-leao-xiv-canoniza-carlo-acutis/
https://ndmais.com.br/religiao/oracao-de-carlo-acutis-saiba-como-pedir-a-protecao-divina/
https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2025/04/19/testemunho-de-fe-conheca-a-historia-do-jovem-curado-por-carlo-acutis-no-brasil.ghtml