O Gabinete do Ódio de Toga: Como Moraes Criou Sua Própria Gestapo Digital

Vazamentos confirmam: Alexandre de Moraes usou o TSE como central de espionagem digital para perseguir opositores. Pessoas presas por posts em redes sociais. A ditadura da Toga acaba de ser exposta.

Exatamente um ano após o primeiro "Vaza Toga" explodir nos noticiários, novas revelações ainda mais devastadoras vêm à tona no "Lava Toga 2.0". Enquanto Alexandre de Moraes se apresenta como o "guardião da democracia" brasileira, as mensagens vazadas mostram que o ministro do STF operava uma verdadeira "justiça paralela" para perseguir desafetos políticos. Não estamos falando de teorias conspiratórias — são provas documentais de um esquema perverso para destruir vidas de brasileiros comuns.

As mensagens de assessores revelam que a estrutura do TSE foi usada para investigar os atos de 8 de janeiro, com servidores fazendo levantamentos em redes sociais de manifestantes detidos. Moraes transformou o TSE em sua central de espionagem digital, operando nas sombras para fabricar "provas" contra cidadãos que discordaram do regime.

O modus operandi era de eficiência assustadora. A força-tarefa funcionava com "certidões" informais geradas a partir de comentários nas redes sociais, suficientes para rotular alguém com uma "certidão positiva" e mantê-lo preso. Não importava se você depredou prédios ou apenas criticou o governo no Facebook — um simples comentário poderia render o carimbo digital que te condenava.

(Sugestão de Pausa)

Essas certidões nunca foram compartilhadas com advogados de defesa nem analisadas por promotores. Era a "justiça" de Moraes operando em circuito fechado, longe dos mecanismos legais que deveriam proteger os acusados.

A coordenação acontecia via WhatsApp. Cristina Yukiko Kusahara, chefe de gabinete de Moraes, administrava o grupo onde as ordens de perseguição eram distribuídas como comandos militares. Eduardo Tagliaferro, então chefe da Unidade de Combate à Desinformação do TSE, revelou como recebia ordens secretas para elaborar relatórios de alvos pré-selecionados. A "justiça" já sabia quem perseguir — só precisava fabricar justificativas.

Os critérios para transformar alguém em "ameaça à democracia" eram elasticamente amplos: compartilhar publicações sobre protestos, criticar o STF ou Lula, participar de grupos no Telegram, retuitar "desinformação". Você não precisava quebrar uma janela — bastava criticar o STF nas redes sociais.

Cada certidão baseava-se em pesquisas rápidas no Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, YouTube, Telegram e Gettr. Funcionários públicos pagos com nossos impostos dedicavam tempo integral para vasculhar a vida digital de cidadãos. As principais "provas" eram notícias e perfis anônimos no Twitter, frequentemente sem verificação de autoria ou contexto.

Um homem foi detido por uma única postagem no Instagram: "Fazer cumprir a Constituição não é golpe". A ironia é brutal: preso por defender a Constituição pelo suposto guardião dela.

Um vendedor ambulante de 54 anos nem participou dos atos — chegou apenas à noite para vender bandeiras e camisetas, mas também foi detido. Até quem tentava ganhar a vida honestamente virou "ameaça à democracia".

(Sugestão de Pausa)

As mensagens mostram funcionários recebendo listas informais de detidos diretamente da polícia, sem cadeia de custódia formal. O homem que se apresenta como defensor da legalidade operava completamente fora da lei.

Quando a própria PGR recomendava libertação de presos, Moraes respondia: "A PGR pediu a liberdade provisória deles, mas o ministro não quer soltar sem antes a gente ver nas redes se tem alguma coisa". Mesmo o Ministério Público pedindo soltura, Moraes se recusava até sua máquina terminar de vasculhar cada curtida dos presos.

As revelações mostram que a Assessoria Especial de Combate à Desinformação do TSE sugeriu a Moraes ações como bloqueios no Telegram e rastreamento de perfis que divulgavam "conteúdos irregulares". Esses relatórios foram utilizados em decisões do inquérito das fake news no STF, muitas vezes sem rito formal.

O esquema operava através de canais informais: Airton Vieira, auxiliar de Moraes, enviava relatórios ao perito Eduardo Tagliaferro para embasar decisões como bloqueios de passaportes e perfis de aliados de Bolsonaro, sem documentação formal.

A operação recrutou colaboradores externos — ativistas políticos, universidades e agências de fact-checking — para se infiltrar em grupos privados. Uma rede de espionagem digna da Stasi operando no século XXI, com participação ativa de "intelectuais" que se venderam ao poder.

Moraes autorizava ações via e-mails para sua conta pessoal, evitando canais institucionais. Nem os canais oficiais do STF podiam saber da operação — tudo feito nas sombras, longe até dos próprios colegas de tribunal.

(Sugestão de Pausa)

Eduardo Tagliaferro, que denunciou o esquema, hoje enfrenta perseguição judicial — conduzida pelo próprio Moraes. Em abril de 2025, a PF o indiciou por "violação de sigilo funcional". O homem que denunciou crimes do poder, virou criminoso, enquanto quem coordenou a operação paralela permanece intocável.

É a lógica da tirania brasileira: revelar crimes do poder é crime; cometer crimes no poder é heroísmo democrático. Tagliaferro se tornou um Edward Snowden tupiniquim.

A comparação não é casual — o "Vaza Toga" ecoa o "Vaza Jato". Mas há diferença crucial: a Lava Jato investigava corrupção real; a operação de Moraes perseguia dissidência política pura. Na Lava Jato, ao menos se investigavam crimes reais. Na operação de Moraes, o "crime" era criticar o governo nas redes sociais — criminalização da opinião política que nem os operadores da Lava Jato ousaram fazer.

O deputado republicano Jim Jordan, presidente do Comitê de Assuntos Judiciários da Câmara dos EUA, examinou 541 páginas contendo 88 decisões de Moraes relacionadas ao X (antigo Twitter) e 37 documentos do TSE. O relatório fala em "ataques à liberdade de expressão" no Brasil, expondo o uso de decisões sigilosas e chamando atenção global para as questões de liberdade de expressão no país.

Jordan solicitou ao X todas as decisões de Moraes relacionadas "à moderação, exclusão, supressão, restrição ou redução" de conteúdo. O caso ganhou dimensão internacional, transformando o Brasil em exemplo global de como não conduzir a justiça em uma democracia.

Durante todo esse período, Moraes dava entrevistas sobre "defesa da democracia" e "combate ao autoritarismo". Falava em "Estado de Direito" enquanto pisoteava direitos básicos de brasileiros comuns. Discursava contra "discurso de ódio" coordenando perseguição política digna de qualquer regime totalitário.

Tudo isso aconteceu sob pretexto de "defender a democracia". Moraes criou máquina de perseguição política, operou rede de espionagem ilegal, ignorou procedimentos legais, manteve pessoas presas por posts no Facebook — vendendo tudo como "proteção das instituições democráticas".

É o mundo de ponta-cabeça: o agressor vira vítima, o algoz veste-se de herói, quem destrói a democracia proclama-se seu salvador. O mais trágico: boa parte da imprensa e 'intelligentsia' brasileira comprou essa narrativa, tornando-se cúmplices de uma das maiores violações aos direitos fundamentais da história recente do país.

Hoje sabemos, com provas documentais, que o Brasil viveu sob operação de perseguição política coordenada pelo próprio STF. Brasileiros foram presos por posts no Facebook. Um ministro que deveria proteger a Constituição a pisoteou sistematicamente.

(Sugestão de Pausa)

O que faremos com essa informação? Vamos aceitar que um tribunal que custa mais de 100 bilhões por ano opere como polícia política? Vamos permitir que a maior violação aos direitos fundamentais da Nova República passe batida?

Este escândalo deveria ser o momento de despertar definitivo para uma verdade que os libertários sempre pregaram: não existe poder que não corrompa, não existe Estado que não abuse, não existe instituição que não se transforme em instrumento de opressão quando lhe damos poder demais. O caso Moraes é a prova viva de que concentrar poder nas mãos de poucos — mesmo que sejam "guardiões da democracia" — inevitavelmente resulta em tirania.

Enquanto a sociedade brasileira celebrava a "defesa das instituições", poucos questionaram o óbvio: quem vigia os vigilantes? A resposta veio na forma mais brutal possível: ninguém. E quando ninguém vigia o poder, o poder vira absoluto. É a lição mais antiga da filosofia política sendo ignorada mais uma vez, com o custo sendo pago pelos cidadãos comuns que ousaram discordar do establishment.

As mensagens de Moraes não são apenas escândalo — são prova de que vivemos sob regime autoritário disfarçado de democracia. A máquina de perseguição foi exposta. Agora é nossa vez de agir.

Quando a "justiça" vira instrumento de perseguição política, deixa de ser justiça — vira poder bruto exercido por homens que se acham deuses. E deuses de toga são mais perigosos que ditadores de farda — pelo menos estes não fingem lutar pela democracia enquanto a destroem.

Referências:

https://www.gazetadopovo.com.br/republica/mensagens-vazadas-justica-paralela-moraes-8-janeiro/
https://revistaoeste.com/politica/moraes-mandou-prender-homem-por-post-em-defesa-da-constituicao/
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/mensagens-apontam-que-moraes-usou-tse-para-investigar-bolsonaristas-diz-jornal/
https://novo.org.br/noticias/mensagens-vazadas-irregularidades-alexandre-de-moraes-stf/