O Ministério da Verdade Já Está em Construção: a esquerda quer regular as IAs

O governo avança para controlar o que você diz online. A justificativa é a sua segurança. Mas os fatos mostram um Estado falido e uma agenda ideológica clara. Vamos desmascarar essa narrativa.

O cerco à sua liberdade de expressão está se fechando. E, como sempre, ele vem disfarçado de boas intenções. Nos corredores do poder, avança uma ofensiva para regular as redes sociais e a inteligência artificial. O governo alega que precisa nos proteger — proteger das "fake news", para supostamente salvar a democracia, e até proteger nossas crianças. Mas a história nos ensina muito bem a desconfiar quando o governo se oferece para ser o nosso protetor. A proteção estatal é apenas o primeiro passo para o controle total; nenhuma tirania chega com avisos oficiais e comunicados sinceros ao povo — ela chega com uma bela propaganda.
Dois projetos de lei — o PL 2688 de 2025 e o PL 663 de 2025 — materializam essa ameaça. O primeiro quer criar um marco regulatório para a inteligência artificial. O segundo busca impor regras de segurança para crianças e adolescentes nas redes sociais. Este último, por exemplo, propõe a verificação de idade para acesso a plataformas e a proibição de contas para menores de 14 anos.
A narrativa oficial, defendida pelo Secretário de Políticas Digitais, é que o ambiente digital é uma selva, e que o Estado precisa agir, equiparando as plataformas digitais a setores já pesadamente regulados, como telecomunicações e energia. Eles dizem que a autorregulação falhou, mas isso apenas significa, em outras palavras, que a internet continua dando voz aos dissidentes do regime. A pergunta que um libertário faz é: falhou para quem? Para os usuários, que criaram um ecossistema de informação livre e descentralizado? Ou para os políticos, que perderam o monopólio da narrativa?
(Sugestão de Pausa)
A desculpa de proteger as crianças é particularmente poderosa. Nenhum pai quer ver seus filhos expostos a perigos. Mas a quem pertence a responsabilidade de educar e proteger uma criança? Aos seus pais ou a um burocrata do governo? Ao transferir essa responsabilidade para o Estado, não estamos apenas renunciando à nossa liberdade; estamos admitindo que o leviatã estatal é mais competente do que nós para cuidar de nossas próprias famílias. Essa é uma premissa perigosa e fundamentalmente anti-liberdade.
Essa sanha regulatória não é um fato isolado. É o sintoma de uma visão de mundo — uma visão que enxerga a liberdade como um problema a ser gerenciado e que acredita que as pessoas precisam ser tuteladas pelo governo em todos os aspectos de suas vidas. E, para entender a origem dessa visão, basta olhar para a ideologia que sustenta o atual governo: o marxismo. Recentemente, a Articulação de Esquerda, uma das tendências mais radicais do Partido dos Trabalhadores, publicou a declaração de seu 9º Congresso. O documento é um verdadeiro manifesto do pensamento estatista.
Eles não falam em meias-palavras. Defendem abertamente a transição para o socialismo. Clamam por um Estado forte, indutor do desenvolvimento e planejador da economia. Propõem o "controle social dos meios de produção", nada muito diferente da União Soviética. Para quem não está familiarizado com a novilíngua da esquerda, isso significa tirar a propriedade de quem produz riqueza e entregá-la ao controle de comitês e burocratas — e sabemos bem o resultado final. A declaração é um ataque frontal a tudo que um libertário defende: a propriedade privada, o livre mercado e a soberania do indivíduo. Lula e seus asseclas nunca irão abandonar essa mentalidade jurássica e doentia de implementar o comunismo marxista no Brasil.
Quando lemos um documento como esse, a proposta de regular a internet faz todo o sentido. Um governo que almeja o socialismo não pode conviver com a liberdade de expressão; não tem como esconder os fracassos das políticas petistas e os escândalos de corrupção com informações circulando livremente. Ele precisa de um "Ministério da Verdade", precisa controlar o fluxo de informações, calar os dissidentes e promover sua própria propaganda. A regulação das redes sociais é a ferramenta perfeita para isso. Ela cria o mecanismo legal para definir o que é "desinformação". E quem você acha que terá o poder de fazer essa definição?
(Sugestão de Pausa)
Agora, vamos contrastar essa ambição de controle total com a realidade da gestão estatal. Enquanto planejam regular cada aspecto de nossas vidas, como cuidam daquilo que já está sob seu controle? A resposta veio em forma de números. E os números são catastróficos. As estatais federais registraram um rombo recorde de 3,91 bilhões de reais apenas no primeiro semestre de 2025 — o pior resultado da série histórica. Podemos ver a tragédia da administração petista ao ler manchetes de que os Correios estão falindo.
Pense nisso. Empresas como os Correios e a Telebras, que deveriam gerar lucro ou, no mínimo, se sustentar, estão sangrando dinheiro. O seu dinheiro. O dinheiro que você pagou em impostos, fruto do seu trabalho e do seu esforço. Esse dinheiro não está sendo usado para melhorar sua vida; está sendo queimado para cobrir a ineficiência, a má gestão e, muitas vezes, o loteamento político de cargos em empresas que não sobrevivem sem o suporte artificial do Estado.
A situação é tão absurda que há uma briga de narrativas dentro do próprio governo. O Ministério da Gestão contesta os dados do Banco Central numa tentativa clara de maquiar a realidade. Eles querem gerenciar sua vida, mas não conseguem sequer concordar sobre o tamanho do próprio fracasso. O rombo das estatais é a prova cabal do princípio libertário de que o governo é o pior gestor possível. Ele não tem os incentivos do mercado e seus agentes incompetentes nunca são punidos pelos erros, mas recompensados. Não precisa ser eficiente para sobreviver. O governo simplesmente confisca mais recursos da sociedade para cobrir seus prejuízos, e quem perde é sempre o povo trabalhador e explorado.
Enquanto o debate sobre o controle da internet e o rombo das estatais ferve por aqui, uma experiência radical acontece logo ao lado. No nosso vizinho latino-americano, a Argentina, um governo eleito com a promessa de dinamitar o Estado está em plena atividade. Os resultados, como era de se esperar, são complexos e dolorosos.
(Sugestão de Pausa)
Por um lado, o governo de Javier Milei mostra resultados macroeconômicos impressionantes. A inflação, que era um câncer terminal, está caindo. O governo conseguiu superávit fiscal por meses seguidos, algo impensável há pouco tempo. Agências de classificação de risco melhoraram a nota do país. Acordos com o FMI foram fechados. Mais de cem órgãos públicos inúteis foram extintos. A mensagem para o mundo é que a Argentina está tentando se curar de décadas de veneno populista e socialista.
A pobreza tem diminuído na Argentina, apesar de ainda estar relativamente alta, atingindo, em média, 38% da população no segundo semestre de 2024. Mas esse número representa uma queda de 14,8 pontos percentuais em relação aos seis meses anteriores, de acordo com o instituto de estatística Indec. Claro que houve um choque de realidade e até uma diminuição no consumo no primeiro ano do governo de Milei, já que, com o fim dos controles de preços — como no caso dos aluguéis e medicamentos —, houve um aumento inicial, afetando os aposentados. Mas, à medida que a economia vai se recuperando e surgem novos incentivos para a indústria aumentar sua produção, com o novo aumento na oferta de bens e serviços, existe uma tendência para que os preços voltem a baixar.
O que a Argentina está vivendo é a consequência inevitável de se tratar um viciado em políticas socialistas. A abstinência de subsídios e crédito fácil é dolorosa para muitos setores. O corpo social, acostumado por gerações a viver de assistencialismo e subsídios e de uma economia fictícia, sente o choque da realidade. A cura não é instantânea. Mas é o único caminho. A alternativa seria continuar no mesmo rumo do Brasil: mais Estado, mais dívida, mais controle e, no fim, o colapso inevitável que tornará a população cada vez mais miserável.
(Sugestão de Pausa)
A Argentina serve como um laboratório a céu aberto. Mostra os dois lados da moeda: a dificuldade de reverter um século de socialismo e a coragem necessária para defender os princípios da liberdade, mesmo quando a popularidade cai e a pressão aumenta. Cada órgão estatal extinto, cada regulamentação revogada, é uma vitória para o indivíduo e uma derrota para a esquerda.
E isso nos traz de volta ao nosso ponto de partida. No Brasil, caminhamos na direção oposta. Em vez de extinguir órgãos, criamos mais regras. Em vez de confiar no indivíduo, ampliamos o poder dos burocratas. Em vez de buscar a liberdade, flertamos abertamente com o socialismo, como mostra a declaração da ala radical do PT.
A situação é clara. De um lado, temos um projeto de poder que quer controlar o que falamos, como trabalhamos e como vivemos — um projeto que se justifica com narrativas de proteção, mas que se revela em documentos que pedem o socialismo, e cuja incompetência é medida em bilhões de reais de prejuízo nas estatais.
Do outro lado, temos os princípios da liberdade: o princípio de que você é o dono da sua vida, de que a sua propriedade é inviolável e de que as trocas voluntárias entre indivíduos geram mais prosperidade do que qualquer plano centralizado.
A notícia sobre a regulação da internet não é apenas sobre a internet. É sobre qual caminho vamos seguir. Continuaremos a alimentar um sistema que comprovadamente falha em suas funções básicas, mas que anseia por mais poder? Ou teremos a coragem de dizer basta? A escolha é entre a servidão confortável, subsidiada e controlada, e a liberdade desafiadora, responsável e próspera. A cada novo projeto de lei, a cada novo rombo bilionário, essa escolha se torna mais urgente.


Referências:

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2520003
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2879723&filename=Avulso%20PL%20663/2025
https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2025-04/governo-buscara-retomar-pauta-de-regulacao-das-plataformas-digitais
https://pagina13.org.br/declaracao-ao-partido-do-9o-congresso-nacional-da-tendencia-petista-articulacao-de-esquerda/
https://veja.abril.com.br/economia/estatais-acumulam-rombo-recorde-de-r-27-bilhoes-nos-primeiros-meses-de-2025/
https://www.terra.com.br/economia/inflacao-recua-mas-consumo-cai-e-qualidade-de-vida-piora-entenda-o-cenario-atual-e-futuro-da-argentina-de-milei,cd8c76848433fc3d87ff704b034e069ejx8o9ssg.html
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2025/03/31/forte-queda-da-pobreza-na-argentina-que-atingiu-381-da-populacao-no-2t-de-2024.htm