O estado da Califórnia vem se distanciando cada vez mais do ideal de liberdade americano, afinal, agora os políticos estão impondo que tipo de brinquedo uma loja deve vender. Uma nova lei estadual que foi fortemente apoiada por políticos democratas, e que entrou em vigor neste mês de janeiro, está obrigando os principais varejistas do estado a ter corredores em suas lojas com brinquedos de gênero neutro.

Essa lei é baseada num projeto de lei de 2021 e exige que aqueles varejistas com localização física no estado da Califórnia com ao menos 500 funcionários, como escrito na lei: “mantenham uma seção ou área de gênero neutro a ser rotulada a critério do varejista”. De acordo com o idealizador da lei, o político Evan Low, que é membro da Assembleia da Califórnia, a ideia de se fazer essa lei surgiu porque uma pequena garotinha de 8 anos lhe fez a seguinte pergunta: “Por que uma loja deveria me dizer o que é uma camiseta ou brinquedo de menina?” Assim, Low defende a importância dessa nova lei argumentando que ela ajudará as crianças a se expressarem de forma livre e sem preconceitos.

Ele ainda diz que “precisamos deixar as crianças serem crianças”. Mas espera aí! As crianças sempre foram crianças e ao longo do desenvolvimento da civilização humana, elas nunca alegaram, antes, a necessidade de mudar de sexo até o surgimento das políticas e ideologias de gênero. Como sabemos, os ensinos sobre gênero neutro e não binário têm sido impostos no sistema de ensino público em várias escolas da Califórnia. Portanto, não é de se estranhar o surgimento repentino e recente de várias crianças confusas que acreditam ser do gênero oposto. É muito fácil uma autoridade como os professores criarem confusão nas crianças e convencê-las de que elas talvez nasceram no corpo errado.

E para piorar, como toda lei imposta pelo governo tem um caráter autoritário, caso as lojas decidam não cumprir a nova lei, estarão sujeitas a uma multa de US$ 250 dólares pela primeira violação. E caso ocorram novas violações, o valor aumenta para US$ 500 dólares, de acordo com o texto do projeto. Cabe lembrar que esse polêmico projeto foi aprovado em setembro de 2021 com uma grande margem de votos favoráveis, pois foram 49 votos a favor e apenas 16 contra.

E sem se importar com o que pensam os pais que financiam todo o aparato estatal, o governador Gavin Newsom fez questão de sancionar o projeto rapidamente. Para o governador, não importa a opinião pessoal dos donos das lojas que são obrigados a pagar os impostos, eles não são os verdadeiros proprietários de suas empresas nesse ‘socialistão’ que virou a Califórnia. O que se espera desses empresários é que apenas devem seguir as ordens e obedecer sem questionar, não tendo direito de posicionamento e expressão.

Essa legislação transforma a Califórnia em um "estado santuário" para possibilitar que crianças de outros estados recebam cirurgia de reconstrução de gênero e terapia hormonal sem a necessidade do conhecimento ou consentimento de seus próprios pais.

Essa lei contém diversas cláusulas com o objetivo de proteger os residentes de estados republicanos que proibiram a transição de gênero em crianças, evitando possíveis ações judiciais. De acordo com essa legislação, os tribunais e advogados na Califórnia estão proibidos de dar efetividade a intimações originadas de outros estados que busquem obrigar os provedores de saúde a revelar informações sobre a realização desses procedimentos médicos em menores.

É muito estranho que os programas de transição de gênero possam ser feitos sem o conhecimento e consentimento dos pais, que deveriam tomar as decisões sobre seus filhos. Crianças bastante novas e inocentes podem tomar hormônios e fazer todo um tratamento que modifica seu corpo apenas com apoio das autoridades de saúde local, como se elas tivessem total maturidade para esse tipo de decisão. A visão dos pais, seus valores, cultura e ensinamentos não são respeitados e levados em consideração sobre a vida de seus filhos. O governo tem orientado por lá, nos cursos de formação de professores, que esses profissionais precisam apoiar a transição de gênero das crianças e, inclusive, ir contra os pais caso estes rejeitem a mudança de gênero dos filhos. Uma inversão de valores e uma perversão da autonomia familiar.

Mas para entendermos tudo o que está por trás dessa política e a guerra ideológica e cultural, precisamos explicar mais sobre os motivos que levam os progressistas a imporem políticas de gênero neuro. A verdade oculta por trás de tanto discurso travestido de inclusão e empatia, é que há uma ligação entre as teorias de gênero e o marxismo. Isso tem origem no interesse em desconstruir a família que os marxistas teorizam, como por exemplo, o filósofo Friedrich Engels que já atacou o núcleo familiar em seus escritos. Se não existe homens e mulheres e, consequentemente, os papeis de gênero e as relações naturais entre os indivíduos do sexo masculino e feminino, então não existe a família como conhecemos. A qualquer momento um homem pode se identificar como mulher e vice-versa, e não existem mais os papéis de gênero.

Para os adeptos da ideologia de gênero, os progressistas que apoiam todas essas políticas de mudança de gênero, o sexo biológico deve ser desconsiderado, não é algo objetivo. Apenas o gênero define o que a pessoa é, e ela pode se identificar com qualquer gênero que quiser. Em outras palavras, essas pessoas veem a biologia como uma tirania que precisa ser demolida! Eles são os mesmos que depois te chamarão de anticientífico para tentar te descredibilizar quando você se opor a qualquer medida autoritária do governo, como as ‘picadinhas’, por exemplo – eis a hipocrisia.

Uma das ideias defendidas pela esquerda política é que não importa em qual sexo nasceu a criança, ela pode ser educada para se comportar como sendo do sexo oposto. Vestir um garoto como menina, mudar seu nome e induzi-lo a adotar certos comportamentos teriam êxito, na visão dos progressistas, em mudar o sexo da pessoa. Mais uma vez, é uma forma de negar a biologia natural do indivíduo. Um exemplo de caso real é o do garoto David Reimer, que após ter seu órgão genital danificado numa cirurgia de fimose, o psicólogo John Money sugeriu a seus pais que seria positivo que ele fosse criado como menina. Apesar de David ser educado como menina, a sua vida foi de problemas e frustações e ao descobrir seu passado, ele decidiu aos 14 anos assumir seu sexo biológico. Mas sua vida foi permeada de problemas mentais até seu fim trágico, o suicídio. Esse caso nos revela que há algo de muito errado com tudo o que envolve a imposição de mudança de gênero em meninos e meninas jovens, imaturos e confusos, que é feita por pressão de autoridades. O caso David é mais uma prova de que as políticas de gênero ensinadas nas escolas são precipitadas e estão rompendo com a inocência das crianças.

Temos visto casos recentes no Canadá onde garotos e garotas que foram induzidos muito cedo a programas de transição de gênero se mostraram arrependidos. E em alguns casos, eles estão processando as autoridades canadenses por terem os convencido a fazer a transição. Esses casos foram denunciados pelo psicólogo canadense Jordan Peterson em suas redes sociais e estão documentados em plataformas como o Youtube.

Não podemos esquecer de que esses procedimentos médicos envolvem interesses financeiros e grupos da área médica, com certeza, podem estar envolvidos nessas campanhas de mudança de gênero. Igualmente na Califórnia, a linguagem neutra e políticas de gênero têm sido implementadas nas escolas canadenses independentemente do consentimento dos pais dos alunos e daqueles que financiam o sistema de ensino.

O grande temor dos marxistas, que visam destruir a infância de nossas crianças e desestruturar as famílias, é a união familiar e a autoridade dos pais sobre o ensino de seus filhos. Mudar o ser humano e sua natureza sempre foi a intenção dos revolucionários, e toda essa propaganda e defesa da transição de gênero e demais políticas de gênero como os brinquedos de gênero neutro fazem parte dessa agenda.

O filósofo marxista Max Horkheimer, membro da Escola de Frankfurt, percebeu que a estrutura base da sociedade que influencia nas outras estruturas é a família. Assim, para ele, toda a força de destruição deve ser voltada à família, o alvo principal dos marxistas e visto como uma ideologia, não uma instituição social, e assim foi elaborada sua Teoria Crítica.

A ideologia marxista se trata da perversão da realidade, que é usada para desconstruir essa realidade. Sempre usando roupagens humanistas para angariar adeptos, os marxistas, maliciosos como são, têm os piores interesses de corromper e destruir todo o tecido social. Não há ideia de construção e desenvolvimento social no marxismo, apenas destruição e autoritarismo, por isso, é comum vermos diariamente os grupos de esquerda defendendo terroristas como o Hamas pela sua característica destrutiva. Nesse mesmo sentido, eles incutem nas feministas o ódio pela família e pelos papéis de gênero, além do ódio pela própria feminilidade e o papel de mãe. O filho passa a ser visto como um fardo para a feminista, enquanto ela quer adotar o papel do homem e evitar suas obrigações como esposa. E foi propagando a ideia de que há grupos oprimidos que precisam de direitos e proteção do estado, que eles conquistam facilmente o apoio dos mais jovens que não conhecem suas reais intenções.

Nós, libertários, defendemos não só o direito à propriedade privada, mas a autopropriedade e toda a autonomia individual que decorre dela. Os filhos são dos pais e não do estado ou qualquer tipo de governo que seja. A elite estatal não tem legitimidade nem nas suas funções propagandeadas como sociais e benéficas, que são feitas com dinheiro expropriado de inocentes, muito menos em planos de corrompimento familiar. Sabemos também que a elite estatal sempre usou do sistema de ensino público como uma grande desculpa para manipular a mente das crianças e adolescentes para compactuar com os interesses políticos. O que podemos fazer sobre isso é assumir a responsabilidade e educar a nós mesmos para que possamos, também, educar nossos filhos e blindá-los das garras estatais, e seu sistema de doutrinação. As crianças sempre foram seres inocentes e precisam ser educadas corretamente, com conceitos morais e éticos objetivos e conhecimentos baseados na realidade, e não na perversão da ideologia marxista.

Para saber mais sobre o homeschooling, que é a grande iniciativa libertária de resgatar seus filhos da doutrinação do sistema de ensino público, deixamos como recomendação os vídeos: ‘O Homeschooling pode salvar nossa sociedade’ e ‘Homeschooling, o caminho para a educação livre’.

Referências:

https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/grandes-lojas-da-california-agora-sao-obrigadas-a-ter-brinquedos-de-genero-neutro/?#success=true
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/david-reimer-o-garoto-que-foi-erroneamente-criado-como-menina-apos-um-acidente.phtml
Ideologia de gênero com Felipe Nery:
https://www.cursology.com.br/cursos/videoteca/lessons/ideologia-de-genero-com-felipe-nery/