Enquanto te obrigam a contribuir com o INSS, a elite do esquema embarca com malas de dinheiro para Dubai. Isso é proteção social ou só mais um roubo estatal legalizado? Afinal, quando o povo irá acordar e parar de defender esse esquema de pirâmide?
Nos últimos dias, o mais novo escândalo do governo, desta vez envolvendo o INSS, escancarou mais uma vez a podridão estrutural que é o Estado brasileiro e suas instituições consideradas quase sacrossantas. Um dos pilares mais defendidos pela esquerda, o Instituto Nacional de Seguridade Social é o centro de um grande esquema de corrupção e desvio de dinheiro.
Conforme a investigação da Polícia Federal, o esquema fraudulento no INSS funcionava por meio de uma complexa rede de entidades de fachada, operadores financeiros, servidores públicos e até agentes da própria Polícia Federal, todos atuando de forma coordenada para desviar bilhões de reais destinados a aposentados e pensionistas. A investigação revelou que os fraudadores utilizavam associações e entidades fantasmas — supostamente voltadas à defesa de interesses de beneficiários do INSS — como canal principal para os desvios. Essas entidades celebravam contratos com o próprio Instituto ou com empresas terceirizadas responsáveis pela gestão de benefícios. Na prática, serviam apenas como fachada para a movimentação de recursos públicos.
A principal investigada, Cecília Rodrigues Mota, advogada e servidora pública federal aposentada, atuava como presidente ou dirigente de várias dessas entidades fantasmas. Ela comandava as operações financeiras e logísticas da fraude, sendo responsável por coordenar os repasses milionários e a posterior lavagem de dinheiro. Segundo o relatório da PF, entre janeiro e novembro de 2024, ela realizou 33 viagens internacionais — mais de três por mês, número considerado completamente atípico — com destinos como Dubai, Paris e Lisboa. Em uma das viagens para Dubai, Cecília embarcou com outras três pessoas e despachou, sozinha, 31 malas. A suspeita é que cada passageiro levava cerca de R$ 5 milhões em cédulas de R$ 100 em suas bagagens de mão, sugerindo uma operação de transporte de valores digna das maiores quadrilhas e organizações criminosas do mundo.
Essas viagens frequentes e em grupo não eram por acaso. O modus operandi incluía escalas curtas, passagens compradas em cima da hora e destinos conhecidos por sua legislação fiscal permissiva — como Panamá e Miami. O objetivo era claro: tirar o dinheiro rapidamente do Brasil, antes que a movimentação pudesse levantar suspeitas. A logística envolvia despachos de bagagens volumosas e utilização de redes de cúmplices em aeroportos, sugerindo inclusive a conivência de autoridades aeroportuárias ou falhas graves na fiscalização alfandegária. Afinal, não teria como 31 malas cheias de dinheiro passarem despercebidas, a menos que tivessem molhado a mão de alguém.
Além das viagens, os suspeitos ostentavam um padrão de consumo incompatível com suas rendas declaradas. As investigações apontam para gastos vultosos com marcas de luxo como Hugo Boss, Prada, Tifffany, hospedagens em hotéis como o Fasano, e movimentações financeiras com empresas ligadas a familiares e associados. As contas bancárias dos investigados mostravam um comportamento típico de lavagem de dinheiro: recebimento de grandes quantias, movimentações rápidas e esvaziamento imediato das contas, deixando saldos irrisórios.
Os recursos desviados vinham principalmente de descontos indevidos aplicados diretamente na folha de pagamento dos aposentados e pensionistas. As entidades de fachada ofereciam “serviços” como seguros, assistência jurídica, planos de benefícios e outros produtos nunca entregues ou inexistentes, que eram debitados automaticamente dos pagamentos do INSS sem o consentimento real dos beneficiários. Muitos idosos sequer sabiam que estavam pagando por algo. Esses descontos eram autorizados por servidores corruptos do próprio INSS, que facilitavam o cadastro das associações nos sistemas do instituto.
Entre os envolvidos, figura também Domingos Sávio de Castro, que mantinha relações com várias dessas entidades e era responsável por uma parte da operação de transporte e lavagem do dinheiro. Ele também fez diversas viagens para paraísos fiscais. Já o procurador federal Virgílio Antonio Ribeiro de Oliveira, da Advocacia-Geral da União e integrante da Procuradoria do INSS, recebeu quase R$ 12 milhões de empresas vinculadas ao esquema. Ele, inclusive, foi flagrado em uma das imagens da PF desembarcando com malas ao lado do policial federal Philipe Roters Coutinho, que também foi investigado por viagens com padrão de compra atípico e uso de viatura oficial da Polícia Federal para fins particulares.
A estrutura do esquema também envolvia a intermediação de valores por meio de empresas de familiares e laranjas. Em um dos casos, um dos envolvidos recebeu R$ 1 milhão num único mês, e outros, R$ 6 milhões de uma empresa ligada ao também investigado Antonio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “careca do INSS”.
O esquema, portanto, operava com quatro pilares principais: a criação de entidades de fachada ligadas ao INSS; a autorização de descontos irregulares na folha de pagamento dos aposentados; a transferência dos valores para empresas de laranjas ou familiares, e finalmente, o transporte dos recursos por meio de viagens internacionais com grandes quantias de dinheiro em espécie. A sofisticação da operação revela não apenas a corrupção generalizada dentro do sistema previdenciário brasileiro, mas também o uso das próprias estruturas do Estado para lesar os mais vulneráveis — aposentados e pensionistas — que, ironicamente, foram compelidos por toda a vida a contribuir obrigatoriamente para esse mesmo sistema.
O mais grotesco de tudo isso não é apenas o volume desviado, mas o fato de que todo esse dinheiro foi extraído compulsoriamente de milhões de brasileiros que acreditam estar contribuindo para sua futura aposentadoria. O INSS é vendido como um pacto solidário, como uma expressão de justiça social, mas, na prática, não passa de um esquema de pirâmide legalizado. A lógica é idêntica à de um Ponzi: os contribuintes da base financiam os "beneficiários" do topo. À medida que a pirâmide envelhece e o número de novos contribuintes diminui — seja pelo desemprego, pela informalidade, pelo envelhecimento populacional ou pelo colapso fiscal — o sistema inevitavelmente entra em colapso. E não adianta dourar a pílula com discursos políticos sobre "direitos adquiridos" ou "segurança social". O fato é que o modelo não se sustenta.
A grande farsa por trás do INSS não é um erro de gestão. É o próprio modelo. O Estado, por sua própria natureza, é um agente parasitário. Ele não produz riqueza, apenas extrai. E quando se apresenta como o "provedor" da aposentadoria, ele apenas está institucionalizando uma cadeia de transferências forçadas: rouba de quem trabalha, entrega aos apadrinhados e ainda exige gratidão. O caso recente só revela a ponta do iceberg. Quantos outros esquemas similares seguem operando nas sombras? Quantos outros servidores públicos de fachada estão enriquecendo às custas da fé compulsória que o trabalhador deposita no Estado?
O argumento de que o INSS é uma garantia social cai por terra diante da realidade crua. Se fosse realmente tão bom quanto dizem os socialistas, não precisaria ser obrigatório. Ninguém precisa obrigar as pessoas a fazerem o que é do seu próprio interesse. Mas não, o governo precisa impor a contribuição, ameaçar com multas, reter salários e aplicar punições severas a quem tenta escapar. Isso porque, no fundo, sabem que o sistema não se sustenta sem coerção. E como todo sistema coercitivo, ele é terreno fértil para a corrupção, para a impunidade e para o desvio generalizado de recursos.
A alternativa é simples: deixar que cada indivíduo escolha como poupar para o futuro. Pode ser em Bitcoin, ouro, imóveis, fundos privados. A forma não importa. O que importa é o princípio: liberdade de escolha. Muitos dirão que isso levaria ao caos, pois "as pessoas não sabem cuidar do próprio dinheiro". Mas esse argumento é profundamente autoritário e elitista. Se alguém é considerado incapaz de gerir sua aposentadoria, por que então deveria ter o direito de votar nos políticos que irão gerir a aposentadoria de todo o país? A lógica paternalista do Estado é uma farsa disfarçada de benevolência. Não há virtude em tutelar o outro sob a desculpa de protegê-lo. Isso é arrogância e prepotência.
A liberdade exige responsabilidade, sim. E haverá quem erre, quem faça maus investimentos, quem gaste tudo e acabe sem recursos. Mas isso é parte da vida. Aprendemos com erros. E, na ausência da rede de segurança do Estado, os laços comunitários, familiares e voluntários florescem. A verdadeira solidariedade é voluntária, não imposta por decreto. A previdência estatal destrói esse senso de solidariedade genuína, substituindo-o por uma burocracia fria e corrupta. O resultado é que ninguém se sente realmente responsável pelo outro, apenas espera que o Estado resolva — e ele nunca resolve.
A confiança cega no Estado é o que perpetua a escravidão moderna. O trabalhador brasileiro tem parte significativa de seu salário confiscada ao longo de décadas sob a promessa de uma aposentadoria que talvez nunca chegue. E quando chega, é insuficiente, corroída pela inflação, por reformas constantes, por desvios bilionários. Enquanto isso, os operadores do esquema se banqueteiam em Paris, hospedam-se em hotéis luxuosas e ostentam roupas de grife. Se isso não é a definição de pilhagem institucionalizada, o que mais seria?
Ainda há quem defenda a manutenção do INSS com base na "justiça social". Mas não há justiça em obrigar os outros a entrarem em um esquema corrupto e falido. Justiça é permitir que cada um, escolha seu próprio caminho. A imposição universal de um sistema que já se mostrou fraudulento e ineficiente é uma injustiça monumental. Nenhum governo conseguirá salvar essa estrutura, pois ela é podre em sua essência. A única saída honesta é permitir a descentralização total da aposentadoria.
É por isso que nós, libertários, defendemos o fim do INSS e a abolição de qualquer forma de previdência estatal. Não por falta de compaixão, pelo contrário, é exatamente por compaixão verdadeira. Porque nos preocupamos com os direitos individuais, não com a perpetuação de um sistema parasitário. Porque acreditamos que cada ser humano tem direito de decidir por si mesmo, porque confiamos na inteligência e na dignidade das pessoas comuns mais do que em qualquer gabinete de Brasília. Porque entendemos que, embora nem todos saibam administrar suas finanças, com certeza um burocrata gastando um dinheiro que não é seu irá fazer um estrago muito pior. Oras, se for para torrar o dinheiro e nunca conseguir se aposentar, que pelo menos o indivíduo torre o próprio dinheiro em benefício de si mesmo, ao invés do Estado torrar por ele.
Existe uma saída. Ela começa pela informação, pela consciência, pela recusa ativa em ser cúmplice de uma farsa. Todo trabalhador que hoje deposita sua fé no INSS precisa saber que está financiando o luxo de uma elite corrupta e que dificilmente verá esse dinheiro de volta. Não se trata de reformar o sistema. Não se trata de fiscalizar melhor. Trata-se de romper com a lógica do cativeiro estatal. A liberdade previdenciária é parte essencial da liberdade individual. E isso exige maturidade, aceitar riscos e viver sem muletas.
O escândalo atual é apenas o começo. Outras denúncias virão. Outras figuras públicas cairão. Mas enquanto a estrutura estatal permanecer, novos corruptos ocuparão os cargos, novas fraudes surgirão, novas malas viajarão para o exterior. E os trabalhadores continuarão pagando a conta. Até quando? Até que cada um tome para si a responsabilidade por sua própria vida. Até que paremos de terceirizar nossa dignidade a um ente abstrato chamado Estado.
A verdadeira revolução não virá das urnas, nem de partidos. Virá da recusa ativa a participar da farsa. Da decisão consciente de optar por moedas sólidas, por investimentos descentralizados, por comunidades autônomas. O Bitcoin já se mostra uma alternativa viável à poupança estatal. Ele é resistente à inflação, à censura, ao confisco. Ele devolve ao indivíduo o controle sobre seu próprio futuro. E isso é algo que nenhum político jamais permitirá de bom grado. Por isso a luta pela liberdade é permanente. "O preço da liberdade é a vigilância constante".
O caso do INSS é o retrato fiel do que o Estado é: uma estrutura organizada semelhante a uma organização criminosa que existe para extrair riqueza dos produtores e transferi-la para os parasitas. A libertação começa quando reconhecemos isso, recusamos a participar e ensinamos nossos filhos que a liberdade é mais valiosa que qualquer promessa estatal. E a liberdade, mesmo que arriscada, é infinitamente superior à segurança comprada com submissão.
https://cbn.globo.com/brasil/noticia/2025/04/29/dinheiro-desviado-de-aposentados-do-inss-pode-ter-sido-levado-para-o-exterior-aponta-pf.ghtml
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/fraude-no-inss-pf-apontou-viagens-internacionais-e-compra-de-itens-de-luxo/
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/04/30/investigada-por-fraude-no-inss-fez-33-viagens-em-menos-de-um-ano-diz-pf.htm