Elon Musk está prestes a se tornar o primeiro trilionário da história, mas até que ponto seu poder é benéfico? Neste vídeo, iremos explorar como o bilionário mais famoso do planeta pode ser um herói da liberdade ou o novo corporativismo global.
Tanto poder econômico nas mãos de um homem só levanta muita inveja por parte de uns, preocupações por parte de outros e bastante admiração mundo afora. Mas o poder econômico também traz algumas considerações filosóficas à luz do Libertarianismo a se fazer.
Ainda bem que o bilionário, que aqui no Brasil foi apelidado carinhosamente de Elão das Massas, está do lado da liberdade de expressão. Mas e se ele não estivesse? E se ele fosse um agente do internacional socialismo, também chamado de globalismo? E se ele estivesse do lado de Putin ajudando na guerra híbrida de desinformação e ataques cibernéticos contra o Ocidente? Há muitos bilionários, talvez a maioria, e George Soros que o diga, apoiando a escalada autoritária de governos mundiais. Afinal, o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente, dizia Lord Acton.
E se o Elão das Massas quiser se coligar com estados-nações para aumentar seus lucros formando monopólios com a ajuda de governos? Bem, quanto a essa indagação, de certa forma Elon Musk já tem a ajuda de governos para se manter com a reserva de mercado nos carros elétricos… E talvez por isso mesmo ele endosse tanto discurso ambiental de "mudanças climáticas". Ademais, ele tem apoio da Nasa para que a Starlink fique cada vez mais relevante. Enfim, ele é um corporativista.
Segundo o filósofo libertário brasileiro Alexandre Porto, o Corporativismo é o próximo estágio do Capital, que saiu da fase de capitalismo industrial para o capitalismo informacional. Para Alexandre Porto, o capitalismo será um híbrido entre Estado e mega corporações, algo parecido com o cenário Cyberpunk. Porém, com a seleção natural memética (ideias e informações competindo pela maior eficiência do Capital) o capitalismo haverá de se tornar cada vez mais descentralizados e o futuro é que ele se unifique a blockchains e DAO, Decentralized Autonomous Organization, ou Organização Autônoma Descentralizada em português. Desse ponto de vista materialista histórico, talvez estejamos mesmo caminhando para o Ancapistão e para várias sociedades agoristas.
Em um mundo onde cada vez mais o poder econômico financia o poder político, e cada vez mais o poder político ajuda os monopólios do poder econômico, numa relação de simbiose, o que esperar de Elon Musk quando ele se tornar o homem mais rico da Terra?
Para aprofundar neste artigo vamos a algumas definições.
Desde que o mundo é mundo, existem os verdadeiros três poderes: o poder político, o poder econômico e o poder do conhecimento. O poder político se resume ao poder da espada, o poder das armas, a coerção, o governo, o controle. O poder econômico é o poder da bolsa, o poder do ouro, a capacidade de deter propriedades, o uso dos meios de produção, o mercado. O poder do conhecimento é o poder da caneta, o poder do livro, em suma, o poder das ideias e do fluxo de informações.
Elon Musk está literalmente dando um show em matéria de poder econômico e poder de informação. Se a Neuralink funcionar, em breve estaremos mais próximos do transumanismo, com possibilidades reais de digitalizarmos nossas consciências. Se o projeto da SpaceX funcionar, a humanidade poderá um dia viver em Marte dentro de enormes redomas bioidênticas às condições terrestres. Se o X, antigo Twitter se tornar cada vez mais incensurável, Elon Musk terá o poder da informação livre ao seu favor e a bem do progresso da humanidade. Não é exagero, Elon Musk supera os estados modernos. Ele é seguramente uma ameaça à esquerda centralizadora.
Já o corporativismo é o modelo econômico de clientelismo. Isso significa que o Estado é um balcão de negócios das mega poderosas corporações e fundos de investimentos. O Estado ajuda seus clientes com o poder da espada. E as corporações, com o poder da bolsa, financiam os políticos. Os donos do mundo, hoje em dia, são alguns multibilionários e políticos. Muitas vezes um bilionário desses é também um político.
Mas ao invés de culpar o capitalismo, como fazem os esquerdistas, perceba que quem é o responsável pelos grandes oligopólios é justamente o Estado. Em uma sociedade libertária, os cartéis de hoje seriam insustentáveis, pois não haveria barreiras de entrada para novos empreendedores atuarem num determinado setor.
Os estatistas possuem a falsa premissa de que só existem empresas capitalistas se houver Estado controlando-as e protegendo os consumidores para que tais empresas não virem um oligopólio. Para eles, na ausência de Estado, as empresas se juntarão para formar um oligopólio igual outro Estado. Pois o poder não deixa vácuo. Logo, o Estado centralizando impostos e armas é a melhor opção. Não passa na mente deles, por um segundo qualquer, que o Poder, mesmo não deixando vácuo, poderia ser mais descentralizado. Não se recordam que cidades-estados já existiram e deram as bases da filosofia ocidental. Na visão dominadora deles, nações unificadas são a única resposta.
Estatistas não param para pensar, por exemplo, que municipalismo é melhor que nacionalismo republicano, pois o poder estaria mais descentralizado e próximo às pessoas que sustentam o governo. Eles querem o centralismo de tudo. Governo central. Impostos centralizados. Direito penal único. Polícia única. Banco central. Moeda única. É por isso que, independentemente de serem de esquerda ou de direita, estatistas tendem ao socialismo. Quem disse que democracia é o último estágio da história? E por que estados devem acumular meios de produção para “autorizar” o capitalismo?
Mas Elon Musk pelo menos parece caminhar para a descentralização. Agora ele apoia os republicanos que, bem ou mal, melhoram a soberania dos Estados Unidos, uma nação onde o pacto federativo é respeitado. Enquanto isso, a Europa caminha para um modelo cada vez mais soviético e centralizado, na regência da União Europeia.
Ao mostrar para o mundo o que governos europeus, da Nova Zelândia, Austrália, Canadá e principalmente Brasil têm feito na plataforma X, exigindo censura contra as próprias legislações daqueles países, Elon Musk dá um xeque:
Ele mostra para o mundo inteiro que as outras plataformas rivais, como Meta e Google, estão silenciosamente a serviço do projeto totalitário. Mark Zuckerberg já percebeu a jogada e até escreveu uma cartinha aberta para o governo americano admitindo que se arrepende de ter acatado as censuras durante o período do vírus chinês e do fecha-fecha.
Musk mostra para os EUA que se nada for feito, lá também haverá de se tornar uma juristocracia com censuras à la George Orwell 1984.
Quando o Estado exige retirar do ar uma página ou perfil da web apenas porque não gosta do que uma pessoa posta, ele está literalmente invadindo uma propriedade privada. Por quê? Porque apesar de o perfil ou página da pessoa estarem dentro de uma plataforma digital, ou seja, dentro de uma empresa, isso não significa que essa empresa deva determinar o comportamento de seus usuários de acordo com a exigência estatal.
A empresa cedeu bytes de memória digital para seu usuário, de modo que o blog, perfil, página ou canal se tornaram propriedades privadas dele, ou pelo menos uma concessão. Apenas a empresa pode determinar a política de uso da plataforma. Provavelmente ela vai impedir assuntos realmente criminosos como a pornografia infantil, independentemente de o Estado fazê-lo. O Estado não tem que se meter a impedir divulgação de notícias, comentários políticos e opiniões por mais controversos que sejam, isso será sempre censura. Isso seria o mesmo que o governo determinar ao Starbucks que tipo de conversas seus funcionários podem ter entre si durante o turno de trabalho.
As plataformas, e nem os editoriais de jornais, deveriam ser obrigados a moderar as opiniões de seus usuários. Também tem o fato de que hoje um perfil ou página são o nosso eu-digital. A mente humana se extrapolou para além do corpo físico e vivemos o mais próximo que chegamos de uma “sociedade telepática”, onde sabemos quase que instantaneamente a cosmovisão de cada um. Nesse sentido, censurar pessoas e derrubar páginas porque criticam a oposição e questionam os governantes significa obliterar o eu-digital.
E, no entanto, o Estado faz isso o tempo todo.
Hoje o X e o Telegram são as Ágoras da atualidade, uma grande praça virtual pública onde o trânsito de ideias flui. Quando um governo como o da China ou do Brasil impede que pessoas entrem nessa praça, é o mesmo que impedir o direito à reunião, liberdade de imprensa e direito a informação, que são liberdades naturais do indivíduo.
Pelo menos Musk está do nosso lado.
Ah! E para terminar, quando o Elão tiver um trilhão em 2027, na verdade, o poder de compra do trilhão será menor que o de hoje graças à inflação gerada pela expansão monetária dos governos. Na verdade, o trilhão dele vai valer uns tantos bilhões. Então, para efeitos práticos, ele será o formalmente o primeiro trilionário e materialmente ainda um bilionário. A sorte dele é que ele gosta de um tal de Bitcoin.
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