Cidadãos russos lutam para obter sua CIDADANIA UCRANIANA e para fugir de VLADIMIR PUTIN

Um número cada vez maior de cidadãos russos tem abandonado sua terra natal para abraçar a cidadania ucraniana. De fato, a máquina de propaganda estatal de Vladimir Putin já não é capaz de enganar seu povo, como antigamente.

A guerra na Ucrânia, que se encaminha para o seu segundo ano, já teve uma série de desdobramentos que, originalmente, não haviam sido planejados por ninguém. Essas consequências não previstas são mais evidentes em se tratando da Rússia - que é o ente agressor nessa história. Segundo dados recentes da inteligência norte-americana, o exército russo já perdeu 90% dos seus soldados que iniciaram a guerra. Contudo, a coisa não para por aí: o governo russo tem lidado, há algum tempo, com o problema da fuga dos seus cidadãos para outros países.

Esse fenômeno, embora seja bastante conhecido, ainda continua a representar uma fonte de problemas, inclusive para a manutenção da máquina de guerra russa. Estima-se que 4 milhões de russos tenham abandonado sua terra natal desde o início do conflito na Ucrânia. Os motivos que levam esses cidadãos a abandonar sua pátria envolvem os problemas econômicos que o país vem enfrentando — e que o governo de Vladimir Putin tenta esconder a todo custo —, além de uma série de outras ameaças.

Veja, por exemplo, que o número de cidadãos arrastados para o conflito não para de subir. Afinal de contas, Putin precisa continuar abastecendo sua máquina de moer carne humana. Existe, ainda, o conhecido risco de escalada do conflito, que pode tornar a situação dos russos residentes em sua terra natal ainda pior. E, não menos importante: todos os cidadãos russos estão sujeitos a perseguições por parte do governo de Putin, por conta de divergências ideológicas com o regime ditatorial. Essas perseguições podem chegar, inclusive, a atentados contra a vida de dissidentes.

Por conta disso, o mundo tem acompanhado um verdadeiro movimento migratório, que começou primeiro com os magnatas russos, logo após o início do conflito. Você sabe bem como a coisa funciona: quem tem dinheiro foge primeiro. Na sequência, começou a ser observado também o fenômeno das mulheres grávidas que fugiam da Rússia para terem seus filhos em outros países, a fim de conseguir para eles uma dupla cidadania. Nós, inclusive, já falamos desse tema, aqui no canal, no vídeo: “Mulheres RUSSAS estão viajando para a ARGENTINA para terem seus filhos” - link na descrição.

Contudo, a essa altura do campeonato, a migração de russos para outros países já se tornou algo presente em todas as classes sociais. Os destinos são variados: países europeus próximos, antigas nações da União Soviética, como o Cazaquistão, e até mesmo Israel e Estados Unidos - este último, através da fronteira com o México. Porém, por incrível que pareça, muitos russos têm escolhido, como destino migratório, justamente o país que mais têm sofrido por conta das ações ditatoriais de Vladimir Putin: a Ucrânia.

Sim, o número de russos que tentam se tornar cidadãos ucranianos não para de subir. Muitos tentam fugir para o país vizinho; outros tantos já estão lá - apesar dos riscos, bastante conhecidos, de se estar em um território em guerra. Atualmente, cerca de 150 mil russos vivem na Ucrânia com autorização de residência permanente. Outros 17 mil súditos de Vladimir Putin possuem uma autorização temporária que, obviamente, pode expirar a qualquer momento.

Este fenômeno específico é, no mínimo, curioso - justamente por envolver um país tratado como inimigo pelo governo da Rússia. De fato, a propaganda estatal, veiculada sem pudores pela ditadura russa, tem pintado o país vizinho como um lar de “bigodistas” (você sabe) e de criminosos em geral. Muito disso, inclusive, foi usado como argumento para a agressão inicial contra a Ucrânia, em fevereiro do ano passado. Por isso, ver tanta gente abandonando a Rússia para abraçar a cidadania ucraniana mostra que a propaganda estatal do governo Putin não funcionou muito bem.

Contudo, para aqueles que querem se tornar cidadãos ucranianos, o processo não é exatamente simples. Para início de conversa, a Ucrânia não permite dupla cidadania para seus habitantes. Portanto, o russo que deseja se tornar um cidadão ucraniano, precisa primeiro renunciar à sua cidadania russa. Porém, o país de Vladimir Putin dificulta bastante esse processo. Para que um russo abandone sua cidadania original, ele precisa entregar seus documentos em um consulado russo no exterior ou dentro da própria Rússia. Mas quem seria doido de fazer uma coisa do tipo? O risco de ser preso nesse processo é evidente!

Por conta disso, desde que o conflito se iniciou, poucas centenas de russos conseguiram obter a cidadania ucraniana. Antes, o número de russos que abandonavam sua cidadania para se tornarem ucranianos era de 2 mil por ano. Ainda assim, o número de russos que vivem clandestinamente na Ucrânia não para de subir. Muitos desses indivíduos, inclusive, tomaram essa atitude por convicções ideológicas, em função de sua discordância com o conflito em curso, e com o governo do ex-membro da KGB.

Porém, embora esse fenômeno seja até curioso, além de demonstrar o fracasso da propaganda estatal promovida por Putin, ele não deixa também de ser bastante deprimente. Estamos falando de um movimento migratório que não está baseado na busca por melhores condições de vida, oportunidades de emprego ou experiências no estrangeiro. Estamos falando de pessoas fugindo de um país ditatorial, mergulhado em um conflito completamente injustificado e que certamente trará um futuro bastante nebuloso para todos os seus cidadãos. Em outras palavras, a culpa desse movimento recai inteiramente sobre os ombros do maior tirano dessa história, Vladimir Putin.

O povo russo não queria esse conflito, porque nenhuma população naturalmente quer se envolver em uma guerra que, no fim das contas, vai custar muito caro além de deixar grandes baixas. As pessoas geralmente são pacíficas, e preferem a cooperação e a manutenção da paz, ao invés de mergulhar em um conflito cujo final costuma ser desconhecido. Agora, os cidadãos russos temem o risco de terem que pagar a conta das loucuras ditatoriais de Vladimir Putin. E esse é, no fim das contas, o grande motivo por trás desse movimento migratório.

Contudo, o Putin não quer abrir mão desses cidadãos, porque ele precisa de muita carne para alimentar o seu moedor da guerra. Se os números observados pela inteligência norte-americana estiverem corretos, estamos falando de 315 mil soldados mortos do lado da Rússia nesse conflito. Portanto, a fuga de milhões de russos para outros países representa um grave problema para a reposição das almas que foram sacrificadas nessa injustificável guerra. Afinal de contas, não vai ser abrindo as portas do país para a fuga de seus cidadãos que Vladimir Putin vai conseguir alimentar a sua máquina de guerra, nutrida pelo sangue russo e também pelo ucraniano.

Porém, de forma geral, esse cenário demonstra claramente como o estado é capaz de prejudicar a vida das pessoas - às vezes de forma irreversível. Ninguém, em hipótese alguma, deveria ser obrigado a abandonar a sua casa e suas propriedades por conta de desastrosas ações estatais. Porém, o estrago já está feito: Putin arrastou todos para a guerra e não dá para ressuscitar aqueles que foram sacrificados. E, ao longo de quase dois anos, o insano ditador tem consumido todos os recursos de seu país em seu esforço beligerante. A alternativa para o povo russo, portanto, é fugir do país, quanto antes - pelo menos para aqueles que ainda conseguem fazer isso. Os demais, infelizmente, terminarão por pagar um alto preço por conta das ações de seu líder tirânico. Em muitos casos, esse preço será o da própria vida.

A verdade é que todos os estados são entes ilegítimos, mas o fato é que existem estados que são muito piores do que os outros. E quando nos deparamos com situações como a que envolve o movimento migratório na Rússia, nós percebemos isso com clareza. Uma quantidade cada vez maior de cidadãos russos preferem viver em um país que é constantemente bombardeado por um exército inimigo, do que permanecer sob o jugo de um governo ditatorial, como o de Vladimir Putin. Outros tantos ainda preferem tentar a sorte do outro lado do mundo, onde o tirano russo ainda não consegue enfiar suas garras. Todas essas alternativas são melhores do que viver sob a tirania do atual governo da Rússia.

Desde o início deste conflito, nós nos posicionamos do lado correto dessa história, por isso torcemos para que a Ucrânia saia vencedora ao final dessa guerra. Contudo, conforme o conflito se arrasta ao longo dos meses, podemos perceber como a situação da Rússia se torna cada vez mais crítica. Infelizmente, como sempre acontece, a conta das loucuras desse tirano será paga pelo povo russo oprimido, obrigado sustentar essa máquina de matar. Diante desse cenário, nos resta ainda questionar: quando esse conflito finalmente acabar, será que ainda vai restar algo da Rússia para contar a história?

Referências:

https://www.youtube.com/watch?v=bptT91v_fVI

https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/07/30/estimativas-indicam-que-ate-4-milhoes-de-russos-deixaram-o-pais-pela-guerra.ghtml

https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/12/12/russia-perdeu-quase-90percent-de-suas-tropas-desde-o-inicio-da-guerra-na-ucrania-aponta-relatorio-da-inteligencia-americana.ghtml