Foi lançado um novo documentário sobre uma atriz pornô que dormiu com 100 homens no mesmo dia. Esse caso mostra muita coisa sobre a nossa sociedade atual e como a atual geração passa por transtornos psicológicos e precisa de ajuda.
No dia 7 de dezembro foi publicado no YouTube um documentário, passado no Reino Unido, que chamou a atenção da opinião pública. O produtor Joshua Pieters documentou a estrela do Only Fans, Lily Philips, num projeto bastante controverso: dormir com 100 homens em um só dia. O feito foi gravado e postado em sua conta do Only Fans.
O documentário começa com a preparação para o grande dia. O apresentador acompanha Lily para comprar lingerie para o dia, e aproveita para entrevistar a atriz pornô e conhecer os bastidores de sua profissão. Ela conta que começou fazendo alguns programas na faculdade sem imaginar que isso se tornaria uma carreira. Mas ela foi percebendo que poderia fazer um bom dinheiro, e decidiu se dedicar à criação de conteúdo pornográfico. Ela disse que ama sua profissão.
Joshua perguntou sobre o lado comercial do negócio. Ele ficou impressionado com o fato da moça ter uma equipe de 8 pessoas. Além disso, ela tinha uma planilha para controlar a parte financeira e gerir seu negócio. Ela não permitiu que o apresentador dissesse o valor do faturamento, mas ele disse que: “é mais do que você pode imaginar”.
Apesar do aparente profissionalismo, o apresentador começou a ficar desconfiado se ela de fato estava tão preparada quanto dizia. Em princípio, os inscritos para o evento deveriam fazer um teste de IST, infecção sexualmente transmissível. Além disso, o ato sexual seria com o uso de camisinha. No entanto, a própria Lily assumiu que o exame não era uma garantia, já que ele poderia ser falsificado, ou então desatualizado. O cliente poderia ter tido relações sexuais após a realização do exame. Para piorar, várias pessoas cancelaram perto do dia, e a equipe fez uma força tarefa para conseguir clientes de última hora. Naturalmente, os últimos clientes não tiveram tempo de fazer o exame. Joshua também perguntou se os participantes poderiam finalizar o ato, se é que vocês entendem, em seu rosto ou na sua boca. Ela respondeu que sim. O apresentador alertou que as ISTs também podem ser transmitidas desta forma, então ela confessou que não havia pensado nisso.
Outro ponto de atenção foi a segurança do evento. A equipe alugou um apartamento no Airbnb e contratou um segurança para ficar na porta. Dentro do apartamento ficava Lily e mais algumas poucas mulheres de sua equipe. Não pareceu algo seguro para receber 100 homens estranhos ao longo do dia. Por uma questão de estatística, se pegar 100 homens aleatórios, há grande chance de alguns terem cometido algum crime ou terem algum histórico de violência. Adianto que, felizmente, não ocorreu nenhum incidente deste tipo.
Chegou finalmente o dia do evento e os clientes começaram a chegar. Cada um teria no máximo 5 minutos. Lily perguntava se o cliente aceitaria ter seu rosto filmado, ou a câmera ficaria direcionada somente para o corpo. Joshua teve que esperar do lado de fora até o final. Não deu tempo de parar para almoçar e a atriz foi comendo uma coisa ou outra ao longo do dia. Era para tudo terminar às 19h da noite, mas acabou se estendendo para às 21h. Finalmente, terminou o grande dia e Joshua pode subir para conversar com Lily. Depois de uma pausa e um banho, ela mostrou ao apresentador como havia ficado o quarto. Eram dezenas de camisinhas usadas pelo chão e um cheiro bastante desagradável. A conversa continuou fora do quarto fétido, Lily disse que não recomendava esse projeto para outras pessoas e começou a chorar. Era nítido o quanto a situação foi degradante, mesmo para uma garota acostumada com o ofício. Ela disse que sua mente dissociou e não conseguia lembrar da maioria das pessoas. Talvez lembrasse de 10, ela não acreditaria que foram 100 homens caso não fosse filmado. A dissociação é um mecanismo da mente para nos proteger de traumas. É como se o cérebro apagasse o acontecimento da consciência para que a gente não precise ficar lembrando da situação dolorosa.
Apesar de tudo, alguns dias depois ela anunciou um novo projeto 10 vezes mais ousado. Ela pretende dormir com mil homens em um mesmo dia. Não só é difícil imaginar como seria a logística de tal ato, como é impressionante que depois de tamanho desgaste físico e emocional, ela se preste a continuar com esse tipo de projeto.
O documentário está tendo bastante repercussão e levantando diversas discussões nas redes sociais. Um dos debates gerados é sobre o impacto das novas plataformas de conteúdo pornográfico, como o OnlyFans e o Privacy. Por um lado, atrizes pornô puderam se desvencilhar de produtoras e passaram a criar e monetizar seu conteúdo de forma independente. Por outro lado, a facilidade em criar conteúdo e a possibilidade de ganho financeiro atraíram diversas mulheres que nunca imaginariam produzir esse tipo de material. Infelizmente, algumas delas iniciam a atividade sem compreender todas as consequências de seus atos. Quando um conteúdo é publicado na internet, ele pode ser copiado e permanecer público para sempre. Isso gera impactos em vários aspectos da vida, como dificuldades para fazer amigos, iniciar relacionamentos e encontrar emprego. Além disso, o conteúdo acaba chegando a familiares ou a pessoas inesperadas. O impacto não se restringe à vida da atriz, mas também pode afetar seus atuais e futuros familiares, como filhos que venham a nascer.
Talvez, ao ouvir isso, alguém pense em proibir essas plataformas. Essas pessoas acham que proibir a criação de conteúdo pornográfico, ou até a prostituição, será a bala de prata contra todos os males da pornografia e da promiscuidade. De fato, em muitos lugares essa prática é proibida. No entanto, a ética libertária permite todas essas práticas, e com razão. Ter liberdade significa poder fazer o que quiser com o seu corpo, desde que você arque com as consequências de suas ações, portanto, é permitida qualquer tipo de relação voluntária e pacífica entre adultos. Cada um deve ter o livre arbítrio de decidir como levar a sua vida. Além disso, também há uma questão prática. Tudo o que é proibido gera mercado negro. Proibir a prostituição ou pornografia significa jogar essas atividades para o controle de bandidos que já estão acostumados a andar fora da lei. A situação das garotas de programa só piora. É difícil achar que centenas de milhões ou até bilhões de pessoas em todo o mundo que consomem pornografia, irão parar de fazer isso só porque os governos, que nos roubam pornograficamente todos os dias, decidiram adotar a proibição desses conteúdos. Nada mais deletério e contraproducente do que uma lei que proíbe as pessoas de adotarem um estilo de vida ou praticar determinado comportamento, ou até fazer transações comerciais.
Desta forma, caso se deseje desincentivar tais atividades, é preciso fazê-lo de forma pacífica. Uma forma é não se inscrever em plataformas de pornografia ou fazer programas com prostitutas, sabotando quem atua nesse setor. Como sabemos, reduzir a demanda tende a reduzir a oferta. Outra forma de fazer isso é pela educação e divulgação de ideias. Este documentário é um exemplo de como é possível sensibilizar o público para esta questão e mostrar que esse tipo de atividade sexual tem sérias consequências na vida de uma mulher.
É preciso também refutar as ideias ruins que circulam na atualidade. Por exemplo, o feminismo trouxe à tona a questão da liberação sexual. No documentário, Joshua inclusive pergunta a Lily se ela se considera feminista. Ela diz que sim. De fato, vemos em passeatas feministas, garotas orgulhosamente se autodenominando P-U-T-A-S. Elas se sentem desta forma destruindo o suposto patriarcado opressor. Ora, primeiro que não faz sentido lutar contra o patriarcado dando aos homens o que eles mais querem: sexo fácil. Aliás, uma mulher “liberada” não agrada aos homens que estão dispostos a formar uma família e se dedicar a ela. Muito pelo contrário, agrada logo aos homens que querem viver de forma hedonista e que as tratam como objetivos sexuais. Além disso, as regras sociais que cobram decoro da mulher não são para oprimi-las e sim para protegê-las. Já que quando os filhos nascem, a responsabilidade de cuidar, proteger e amar a criança recai principalmente sobre a mulher.
Um argumento comumente falado é que seria injusto as mulheres promíscuas serem taxadas de prostitutas, enquanto os homens não são. No entanto, esta ambição parte do princípio de uma falsa equivalência, que ignora a natureza masculina e feminina. É claro que não é nada bom que homens sejam promíscuos, já que o risco de ISTs e filhos indesejados vale para os dois gêneros. Fora que relações baseadas somente em desejo sexual são mais vazias do que relações profundas, onde se formam verdadeiros laços, o sexo é só mais um componente. Isso vale tanto para homens quanto para mulheres. No entanto, a promiscuidade é mais danosa para a honra da mulher do que do homem, e isso não é fruto de preconceito. Desde sempre na espécie humana, o homem corteja a mulher, que o aceita ou rejeita. Há exceções, mas é assim na maioria dos casos. Após um indício de interesse mútuo, a mulher testa o homem para ver se ele de fato está disposto a se dedicar ao relacionamento. Só então, ela permite o merecido ato sexual.
Quando uma mulher aceita fazer sexo com homens que não merecem, que ela mesmo não admira, ela sinaliza que não vale a pena nenhum homem se esforçar para ter um relacionamento com ela. Ou seja, é uma autodepreciação. É natural que as pessoas critiquem quem não se dá o próprio valor. Essa dinâmica da sexualidade entre homens e mulheres tem raízes tanto biológicas quanto culturais. De uma forma ou de outra, rejeitar esta dinâmica é antinatural, mas os progressistas insistem nisso já que esses malucos vivem distorcendo a realidade - o anormal se torna normal.
Outro fator importante é o funcionamento da sociedade. A civilização ocidental foi construída com base na família monogâmica e prosperou dessa forma, algo que não ocorreu por acaso. O casamento monogâmico é uma excelente maneira de garantir proteção e sustento para bebês, crianças e mulheres com filhos pequenos. Além disso, incentiva os homens a assumirem responsabilidades e a realizarem algo produtivo na vida em nome de sua família. A probabilidade de um homem casado e com filhos se envolver em confusões é significativamente menor. Naturalmente, a prostituição acaba sendo uma força contrária à família, pois desestimula o relacionamento monogâmico.
Um caso que ilustra isso foi uma história que a criadora de conteúdo pornô, Beiçola da Privacy, contou num podcast. Ela relatou que pretendia em algum momento contar para a sua mãe de sua controversa atividade. Porém, alguém foi mais rápido e mandou o perfil dela para sua mãe. As duas foram conversar e a reação da mãe não foi nada amigável. Segundo Beiçola, a mãe é do interior e não tem a cabeça aberta. A mãe falou que não criou filha para ser prostituta e que ela iria destruir famílias. Também a xingou de um monte de coisas. Veja como o senso comum de uma senhora do interior pode ser mais profundo que as ideias metidas a modernas, mas que são vendidas aos jovens como ideias de gente “inteligente que está rompendo os padrões de uma sociedade antiquada”. Ser uma tentação para homens casados não só prejudica toda a sua família, como é um impulso anti-civilizatório. É claro que homens casados também têm culpa no cartório quando traem suas famílias, mas a mãe de Beiçola teve razão ao apontar a parcela de responsabilidade da filha nisso.
Enfim, como libertários, não estamos aqui para dizer como você deve viver, mas para enfatizar que é necessário amadurecer e reconhecer que toda ação e comportamento geram consequências. A questão é que julgamentos de valor, preconceitos e padrões morais aceitos socialmente sempre irão existir, goste você disso ou não. Se uma pessoa não cuida da saúde, se alimenta mal e adota hábitos nocivos, ela enfrentará as consequências mais cedo ou mais tarde. Além disso, como tudo o que é colocado na internet em termos de material audiovisual tende a permanecer disponível por décadas, talvez para sempre, as jovens que hoje se expõem precisam estar cientes de que seus futuros filhos e maridos poderão encontrar seus conteúdos na internet.
As pessoas devem ser donas de si e livres, desde que não violem o direito de propriedade alheio, mas não podem se esquecer de que a liberdade também implica responsabilidade. Que essas mulheres, portanto, tomem consciência dos custos sociais de suas escolhas enquanto ainda são jovens.
https://x.com/beicolaprivacy/status/1867572311009657136
https://www.youtube.com/watch?v=mFySAh0g-MI