VOCÊ SABE o que é MORALIDADE! Mas ela é REALMENTE NECESSÁRIA?

É muito fácil para nós libertários discutirmos sobre economia ao refutar esquerdistas. Mas, quando o assunto é moralidade, as coisas complicam. Porém fica a questão: ela é realmente necessária?

Quando o tema do debate é a moral, acusamos incessantemente os comunistas de não a possuírem. Apesar de isto não ser uma mentira, podemos ser arguidos da tática de Lenin, acusando-os daquilo que somos: indivíduos sem moral nem escrúpulos para com a vida humana, e para o interesse de nossa família ou associados.

Ao contrário dos comunistas, porém, nós libertários defendemos que assim como dito no ANCAPSU Classic, a moral é relativa. Por isso, segue a interpretação da pessoa e de seus valores e vivências. Existem cristãos que dizem que é uma heresia a homossexualidade, e que todos que praticam estes atos irão para o inferno. Apesar dessa ser uma moral compartilhada entre indivíduos dessa religião, ela não é um consenso entre todas as pessoas de uma determinada sociedade. Inclusive, existem algumas vertentes cristãs, sejam católicas, sejam protestantes, que defendem a comunhão e casamento de pessoas do mesmo sexo. Não estamos aqui para duvidar da veracidade da mensagem de Jesus, mas apenas para evidenciar que a interpretação das mensagens divinas muda de acordo com quem a recebe. No fim de tudo, porém, o que você fez será julgado, inclusive suas intenções.

Percebe como a moralidade é importante? A ideia central que queremos passar é a de que a moralidade é relativa aos valores das pessoas. Isso significa que a ética e a moral andam de mãos dadas. Você só irá cumprir de fato com toda a ética de uma sociedade se houver um forte embasamento moral para suas atitudes. Até mesmo povos que antecederam o cristianismo criaram seus códigos de moral e ética para que a sociedade não caísse em um caos completo. Um exemplo disso, é a famosa máxima de “olho por olho, dente por dente”, escrita no Código de Hamurábi, criada no primeiro império babilônico, entre 1792 e 1750 A.C.

Porém, a ideia comunista não é dar continuidade há milênios de cultura e tudo o que faz a sociedade ser o que ela é. Assim como seu profeta Karl Marx disse, a ideia é desconstruir e desmanchar tudo o que faz a sociedade ser o que ela é, para então transformá-la em uma sociedade nova, com ética e moralidade baseados no princípio da agressão estatal. Ora, se o estado representa a classe trabalhadora, então tudo o que o estado faz é certo, correto?

Errado. Como já vimos em toda a história da humanidade, e assim como sabiamente dito pelo presidente Javier Milei: o coletivismo estatal enraizou suas garras na sociedade a tal ponto que qualquer agressão arbitrária do estado é vista como legítima. Qualquer tentativa de tornar a sociedade um pouco mais livre é demonizada. O Peronismo não é um mal em si, apenas uma das vertentes da raiz coletivista estatal que tenta tornar todos os indivíduos em engrenagens da máquina governamental, gradativamente, para servir os interesses de uma elite burocrática carreirista. Esta, por sua vez, nunca teve como real objetivo atender as demandas populares, apenas as demandas dos membros da elite partidária.

De reis tiranos que oprimem seu povo, cujo povo espalhava boatos sobre seu monarca estar possuído, a ditadores psicopatas chamados de algozes da liberdade, a história é a mesma. De fato, sempre houve grupos de oprimidos e opressores. Entretanto, o socialismo muda completamente a ótica da ética e moral, transformando isso em uma visão completamente materialista de que os opressores são os que possuem maior riqueza, e os oprimidos aqueles que não a possuem.

Ora, o rei não está possuído, é apenas a natureza estatal em sua forma mais pura: uma ferramenta para opressão de todos os indivíduos. Quer ver um exemplo clássico? Se estiver familiarizado com a série “The Walking Dead”, perceberá, claramente, uma diferença entre a liderança do Rick e do Negan.

Se a do Rick é natural e pacífica, indo conforme a ética libertária, perceberá também que a liderança do Negan, maior anti-herói da saga, segue a cartilha completa de um agente estatal opressor. Entra sem pedir permissão, como se fosse dono da propriedade de terceiros, que deu duro para conquistar, e quase que instantaneamente pede uma quantia arbitrária como forma de se proteger da agressão que ele mesmo criou, para começo de conversa.

Portanto, é perceptível que o conflito de ideias entre libertarianismo, que representa o máximo da liberdade individual é a completa antítese à proposta Marxista: a criação de um estado socialista totalitário, cujo objetivo é unir toda a humanidade sob uma ditadura impiedosa e implacável para com seus opositores da mesma forma que Stalin ou Mao perseguiam seus opositores. Assim como a ditadura da Coreia do Norte faz com seus cidadãos.

Porém, assim como Mises sabiamente escreveu em seus artigos sobre o socialismo, as ideias de Marx entram em uma inevitável falência, tanto intelectual como econômica. A intelectual começou imediatamente após a publicação de textos dos pensadores da Escola Austríaca, os quais alertavam sobre o problema do cálculo econômico e o erro de centralizar tudo nas mãos do governo. Porém, a falência econômica veio após algumas décadas, comprovando as teorias de Mises.

A falência intelectual Marxista na questão da moralidade é demonstrada, pois elas se embasam na ideia de que tudo é uma construção social, desde ciências exatas à biologia. Ora, não são eles os próximos ditadores Orwellianos que tentam colocar na cabeça de todo Winston que 2 + 2 é igual a cinco? Ao destruir verdades perenes, imutáveis e que não mudam com o passar do tempo, tudo o que resta é a moralidade estatal.

O que podemos concluir sobre esta dissertação são duas verdades: a primeira é a de que uma sociedade só funciona com valores morais fortes, que se baseiam na liberdade individual e de pequenos grupos de pessoas, como família, religião e clãs. A segunda é a de que existem verdades imutáveis e perenes. Os socialistas dizem exaustivamente que não existe verdade absoluta. Porém, se tal tese fosse uma regra, o próprio argumento cai em contradição ao se tornar uma verdade absoluta. Aqui, peço perdão aos especialistas na língua portuguesa pelos dois pleonasmos.

Ao contrário da moralidade estatal, que segue o princípio da agressão, a ética libertária é bem simples: apesar de concordamos que a moral é relativa, sem negar as origens de cada indivíduo, concordamos que a única moralidade aceitável é aquela que não o faça agredir outros indivíduos pacíficos, seja na rua ou dentro de sua casa.

A única agressão justificada é aquela para defender sua autopropriedade. No caso, seu corpo, sua família, funcionários e qualquer propriedade, seja nominal, seja portadora. Também entra em questão o princípio da proporcionalidade, o qual lhe impede de usar uma ogiva nuclear para lidar com um assalto, por exemplo. Pode parecer engraçado, mas infelizmente vivemos em um mundo onde é necessário repetir o óbvio em voz alta para com que todos entendam claramente a mensagem.

Removendo qualquer agressão estatal, ficamos apenas com as vertentes anarquistas, entre elas o próprio anarcocapitalismo. Não entraremos em detalhes sobre o motivo pelo qual o capitalismo é um único sistema realmente funcional, apenas que é a forma mais eficiente de alocar recursos escassos. Deixando isso de lado, fica muito mais óbvio perceber o real motivo do fracasso comunista: tentar mudar a natureza humana para servir a uma classe minoritária de ditadores comunistas.

Assim como não conseguimos mudar a natureza de um animal simplesmente colocando-o em cativeiro, também não se consegue mudar a natureza do ser humano colocando toda a sociedade em um cativeiro coletivista. A ideia proposta pelos maiores teóricos do comunismo. Portanto, não é apenas mais uma questão de defender o que você sente ser o certo, mas o de defender, de forma lógica e racional, tudo aquilo que funciona contra tudo aquilo que tenta dominar a humanidade desde a primeira agressão já registrada: agressões por recursos escassos.

Já repetimos em diversos vídeos que o estado desaparecerá por obsolescência assim como qualquer invenção humana que entrou em desuso. Apesar de isto ser verdade, infelizmente há milhões que possuem a postura do “ver para crer”. Portanto, a estas pessoas, e também aos defensores do comunismo, apenas repetimos: espere e veja o estado entrar em ruína. O ancapistão vem aí!

Referências:

Conceitos de ética e moral:
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/conceitos-de-etica-e-moral-com-base-filosofica/145251612

O surgimento do "bandido estacionário" em The Walking Dead:
https://www.infomoney.com.br/colunistas/ifl-instituto-de-formacao-de-lideres/bandido-estacionario-o-surgimento-do-estado-em-the-walking-dead/
https://expressaobrasil.com.br/a-falencia-do-estado-brasileiro-e-o-porrete-do-negan/

Os diferentes aspectos de moralidade:
https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/moralidade.htm