Trump INVADIRÁ o MÉXICO para acabar com os CARTÉIS

Será que Donald Trump tem o direito de invadir outro país apenas para "o bem do povo americano"?

Nós todos conhecemos o atual cenário das eleições nos Estados Unidos, entre o atual presidente democrata Joe Biden e o ex-presidente republicano Donald Trump, o qual já se enfrentaram na eleição anterior. Mas, agora, com a popularidade horrorosa do governo Biden, Trump tem ganhado mais força para voltar à Casa Branca no fim deste ano. Porém, desta vez, Trump parece reconhecer seu estado atual caso assuma um segundo mandato.

É comum na política americana que um governador ou presidente, democrata ou republicano, tente ser mais moderado em seu primeiro mandato para sustentar seu governo e conseguir se reeleger futuramente. Já no segundo mandato, tendem a fazer medidas mais impopulares ou até mesmo radicais que seriam “boas” na visão de longo prazo deles. Tal exemplo pode ser visto agora com Donald Trump planejando enviar militares secretamente e realizar bombardeios para enfraquecer ou eliminar líderes dos cartéis mexicanos, coisa afirmada pelo próprio Mark Esper, antigo secretário da defesa. Ele mesmo disse que fazer uso apropriado das Forças Especiais, da guerra cibernética e de outras ações abertas e encobertas para infligir o máximo dano à liderança, infraestruturas e operações do cartel, é uma estratégia viável.

Em algumas conversas de pessoas ligadas ao Ex-Presidente de Topete com jornalistas, comparou essa ideia ao ataque militar que ele ordenou em 2019 e que matou o líder do ISIS, Abu Bakr al-Baghdadi. O porta-voz de Trump se recusou a comentar sobre essa história. Contudo, o Topetudo já deixou claro ao longo desses últimos anos sobre as intenções no combate as máfias, e em específico, o de “varrer o México”, já que este fica na fronteira e muitos imigrantes e drogas chegam aos EUA por lá. Infelizmente, nesse caso ele só quer dizer que quer acabar com as máfias que não tem ligação com os bandidos estacionários maiores, o estado.

Mas mesmo com o pessoal de centro e esquerda rotulando o próprio Trump como extremista, o governador atual da Flórida, Ron DeSantis, antes de desistir de sua candidatura para apoiar o ex-presidente, dizia que caso fosse eleito ordenaria que as Forças Especiais entrassem no México no primeiro dia de mandato. Falamos bastante sobre o que alguns americanos parecem planejar para o futuro, mas por acaso, é correto os Estados Unidos invadirem o México para resolverem um problema que não é deles? Eles têm esse direito?

Acredita-se que o número de pessoas mortas pelo tráfico na última década já passe de meio milhão em todo o continente americano, o que é extremamente assustador quando comparado dessa forma. Por causa disso, Trump e muitos outros políticos estariam querendo intervir nessa situação que mata tantos, sejam americanos cidadãos, sejam de outros países. Alguns até poderiam comparar com a invasão da Ucrânia feita pelo presidente russo Vladimir Putin em 2022. Contudo, os dois casos seriam extremamente diferentes dependendo da situação. A desculpa que Putin deu era sobre o ataque a cidadãos russos, justificando supostamente uma “intervenção” para os defender. Mas sabemos que isso não passou de uma mentira para poder concluir suas ambições de anexar território da Ucrânia.

Os Estados Unidos não possuem intenções de anexar território e provavelmente fariam uma ação conjunta com o governo mexicano. Isso porque uma invasão sem permissão infringiria o direito de soberania do México, causando um medo gigantesco no resto da América Latina, pelo seu antigo histórico com as ditaduras militares com apoio americano.

Segundo o princípio libertário de não agressão, os Estados Unidos teria o direito de se defender dos ataques e dos assassinos dos cartéis, que tomam de assalto a vida dos cidadãos americanos que não colaboram com eles dentro de seu próprio território. Podemos, inclusive, ver isso como o ataque de Israel com o Hamas, por exemplo. Mas estes ainda são estados e não querem “proteger os indivíduos” de maneira alguma, somente ampliar mais o seu próprio poder. Por isso uma invasão se tornaria apenas uma guerra entre máfias pequenas e desorganizadas, as quais são os cartéis mexicanos, e máfias grandes, organizadas e burocráticas, a qual são os estados comuns que conhecemos.

Mesmo que ainda possua um estado para proteger a população da conquista de outro pior, isso não justifica a sua existência. Afinal, se o problema são estados guerreando uns contra os outros em busca de poder, por que não eliminar os causadores deste problema, cortando o mal pela raiz? Mas o real ponto aqui é que não é uma invasão coordenada que acabará com o problema. Já vimos em vários casos como o do Vietnã e do Afeganistão, que embora sejam distantes dos EUA em relação ao México, ainda ficaram na mesma premissa de uma ocupação militar eterna. Isso apenas aumentou os impostos da população americana para custear as campanhas militares e não conseguiu finalizar o objetivo que comprometeram, que era erradicar os grupos paramilitares dos locais. No fim, terminaram com um estado enfraquecido que praticamente desmoronou após a retirada americana.

A intervenção militar de um estado em outro sempre mostra a incompetência deles em proteger a população, seja do local invadido, seja dos militares em ação. Isso é semelhante à guerra as drogas, que está em uma eterna luta, e que não consegue enfraquecer as organizações que produzem este infeliz produto. Ela apenas cria mais vítimas e queima dinheiro da população. A América latina inteira sofre muito com o problema de tráfico e crime organizado. Entretanto, existe um exemplo estatal que pode ser considerado modelo de sucesso: El Salvador.

Diversas pessoas já ouviram falar sobre o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e suas medidas, que apavoraram a esquerda latino americana. Ele fez o mínimo que o estado se propõe a fazer, sendo defender seus próprios cidadãos. Ele construiu a maior prisão da América Latina, aumentou o policiamento e a pena de prisão para criminosos. Bukele, inclusive, conseguiu até mesmo tirar do poder pessoas corruptas do judiciário que eram popularmente conhecidas por estar associadas ao crime organizado Um sonho para nós brasileiros, não é mesmo?

De país mais perigoso da América Central em 2017, El Salvador, passou a ser o país mais seguro da América Latina, caminhando cada vez mais para ser um pequeno paraíso e um farol no meio do caos continental. Contudo, nem tudo são flores. Tudo foi possível apenas porque Bukele ignorou várias etapas do processo democrático, que embora saibamos que são inúteis, muitos acreditam ser importantes para uma vida em sociedade. A verdade é que ele, por enquanto, se mostrou um caso raro de um líder que quis exterminar as facções criminosas, ao invés de fazer parte delas, como certas pessoas que são membros do Foro de São Paulo.

Como Mises já dizia há mais de 100 anos, “pessoas boas não querem mandar nas outras”. Entretanto, muitas vezes elas assumem esse poder no desespero, com medo de que pessoas ruins tomem o poder, precisamos sempre desconfiar de qualquer político estatista que pareça a salvação do povo. Meso que ele se mostre bonzinho, e limpinho. Afinal, como diz o velho ditado: “o caminho para o inferno é pavimentado de boas intenções”.

Contudo, para não gerar dúvidas é bom deixar explícito. Somos libertários e, portanto achamos que as pessoas têm o direito de fazer qualquer coisa que quiserem com seus corpos, seja tomar um suco detox de aipo e rabanete, seja cheirar cocaína nos glúteos de uma mulher da vida. Entretanto, você só pode fazer isso desde que não agrida outras pessoas no processo. Se alguém quer fumar maconha isolada dentro de sua casa sem prejudicar ninguém, o que temos a ver com isso para forçar essa pessoa a não fazer o que ela quer com o próprio corpo? Se não gosto de conviver no mesmo bairro com quem fuma maconha, eu que mude para um bairro diferente. Como toda boa guerra, o estado aumentará seus gastos e matará inocentes no processo. A conta? Obviamente, ficará toda para a população pagar, tanto na questão financeira quanto social. E no fim, se coroarão como os heróis da história. Pena que agora, com a internet e a informação descentralizada e distribuída, saberemos que de heróis, eles não tem é nada.

Referências:

https://www.youtube.com/watch?v=W3T8ecKXI3k&pp=ygUdaG9qZSBubyBtdW5kbyBtaWxpdGFyIG3DqXhpY28%3D