Trinta anos de desvalorização do PLANO REAL. O que esperar do futuro do dinheiro estatal?

Ah, o Real brasileiro! Aquele papel vibrante e colorido que tem despenhado em um exercício de magia econômica, transformando cada Real em menos Real a cada dia que passa. Tudo isso enquanto os políticos enriquecem!

A inflação nos últimos trinta anos foi de cerca de 708%, e isso não é uma piada. Não estamos falando da inflação da Venezuela ou do Zimbábue, que tem a famosa nota de 100 trilhões de dólares. Esse número absurdo refere-se ao papelzinho colorido que nós aqui no Brasil chamamos de Real, que hoje em dia não vale muita coisa.

O Plano Real está completando trinta anos e, desde sua criação em 1994, conseguiu estabilizar a economia brasileira e controlar a hiperinflação que assolava o país. No entanto, a moeda brasileira tem sofrido uma constante desvalorização ao longo desses anos, impactando o poder de compra dos cidadãos e a economia como um todo.

Nada melhor que esse marco para fazer uma comparação entre os preços praticados na época e os que vemos hoje no mercado, e então ter uma noção de como o valor da moeda derreteu ao longo desse tempo. Mas, antes, vamos entender o cenário em que o país se encontrava e como o Real mudou tudo isso.

Criado na época do presidente Itamar Franco, que, além desse plano econômico, foi o grande responsável pela volta da produção do Fusca no Brasil. O verdadeiro pai do Plano Real, ou o mais conhecido, foi o economista e então ministro da Fazenda de Itamar, Fernando Henrique Cardoso, vulgo FHC. Para fiscais, é mais evidente como o Real resolveu o problema da hiperinflação que assolava o país. Mas, antes, vamos analisar o cenário anterior.

Muitas pessoas não conviveram com a política econômica pré-Real e não conhecem o pesadelo que foi aquela época - e sim, foram tempos conturbados, marcados por uma inflação estilo Venezuela. Parece que foi ontem essa época de descontrole inflacionário, quando, no dia do pagamento, era comum que as pessoas fossem ao supermercado para encher o carrinho com as compras do mês, o barulho das maquininhas de remarcação de preços. Aquilo soava como o som do apocalipse para as famílias da época. Além disso, filas se formavam nos postos de gasolina para garantir o tanque cheio antes do próximo aumento de preços, popularmente conhecido como "virar a bomba".

Durante o período colonial, nossa moeda era o Réis, utilizada até 1942. Daí em diante, foi uma bagunça econômica, com momentos de crescimento desenfreado, como o chamado milagre econômico, até os anos 80, conhecidos como a década perdida. Nesse período tivemos um dos piores momentos inflacionários, que se estendeu até meados dos anos 90.

Tivemos como moeda o Cruzeiro, Cruzeiro Novo, Cruzado, Cruzado Novo e, logo antes do Plano Real, o Cruzeiro Real. Curiosamente, o nome "Real" faz referência à antiga moeda utilizada no Brasil desde o período colonial, o Réis, e não à moeda anterior ao plano. Os governantes não tinham muita criatividade para nomear seus papéis coloridos, pelo menos, não tivemos o "dólar brasileiro" ou seguimos os vizinhos que em maioria tem uma moeda chamada Peso.

Ao longo de algumas décadas, o problema da inflação era sempre tratado com planos econômicos estapafúrdios, como cortes de zeros, congelamento de preços e salários e até confisco de poupanças e investimentos. Nunca tratavam o problema na raiz: a impressão desenfreada de moeda e o constante aumento do gasto estatal.

Foi aí que o Plano Real teve êxito. O plano foi dividido em três fases distintas. Inicialmente, foram adotadas medidas para a redução dos gastos públicos, aumento das receitas e privatizações. A segunda fase incluiu a transição da moeda, ocorrida entre março e junho de 1994, quando o Cruzado foi substituído pela Unidade Real de Valor (URV). Finalmente, em julho de 1994, foi introduzido o Real como moeda oficial, marcando a terceira fase do plano. Posteriormente, em 1999, o Banco Central do Brasil adotou o regime de metas para a inflação anualmente, resultando com a inflação dentro do intervalo de tolerância estabelecido durante muitos anos.

Entre 1994 e 1999, o Brasil viveu uma paridade entre o Dólar e o Real devido ao Plano Real, que estabeleceu a ancoragem cambial, fixando R$ 1 Real igual a 1 Dólar. Isso favoreceu as importações e foi nessa época que surgiram as lojas de R$ 1,99, que se tornaram muito populares até os anos 2000.

Uma pena que naquela época não tínhamos Aliexpress, Schein ou qualquer loja internacional com produtos baratos, senão a festa da pujança seria maior ainda.

A partir de 1999, o regime cambial mudou e a taxa de câmbio passou a flutuar. Com a desvalorização do Real em relação ao Dólar, as lojas começaram a anunciar produtos "a partir de R$ 1,99" e, nos anos 2000, foram desaparecendo.

Ao longo desses anos após o Plano Real, tivemos vários governos, cada um com seus problemas. Entretanto, em sua grande maioria, vimos aumento da máquina pública, aumento de impostos e aumento da base monetária, e todos nós sabemos que isso gera inflação. Os gastos governamentais só aumentaram, e o que salvou o Brasil durante a primeira década deste século foi o boom de commodities, o que ajudou muito a economia dos países da América do Sul.

Comparando alguns itens do início do Plano Real com os preços de hoje, fica evidente que a moeda estatal é tão boa quanto o dinheiro do jogo Banco Imobiliário. Na época, o valor da cesta básica era, em média, R$ 67,40; hoje, custa aproximadamente R$ 826,85. O litro da gasolina custava R$ 0,55, a passagem de ônibus no Rio de Janeiro custava R$ 0,25, um Big Mac custava R$ 2,12 e por aí vai.

Agora você entende por que não pode confiar no dinheiro estatal: ele segue os interesses políticos. Entretanto, existe uma solução: o Bitcoin. Essa criptomoeda descentralizada é frequentemente considerada superior às moedas estatais inflacionárias como reserva de valor por várias razões:

Bitcoin tem uma oferta limitada de 21 milhões de unidades. Isso contrasta com as moedas estatais, que podem ser impressas em quantidades ilimitadas pelos governos, levando à inflação, o que hoje acontece por poucos apertos de botões num computador. A escassez do Bitcoin contribui para seu valor intrínseco e protege contra a depreciação.

Já o ouro digital opera em uma rede descentralizada, o que significa que não é controlado por nenhuma entidade, como um governo ou banco central. Isso impede o risco de manipulação política e econômica, comum em sistemas monetários centralizados.

Todas as transações de Bitcoin são registradas em um livro-razão público chamado blockchain. Isso proporciona uma transparência sem precedentes e dificulta fraudes e manipulações. Além disso, a criptografia avançada usada na rede Bitcoin oferece um alto nível de segurança.

Como o ouro digital não é controlado por nenhuma autoridade central, é resistente à censura. Transações podem ser feitas entre quaisquer dois indivíduos no mundo, sem a necessidade de intermediários, e não podem ser bloqueadas ou revertidas por terceiros. Essa criptomoeda é altamente portátil. Pode ser transferida eletronicamente a qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, a qualquer momento, com taxas relativamente baixas. Comparado com moedas físicas e outros ativos tangíveis, essa portabilidade é uma grande vantagem.

Cada Bitcoin pode ser dividido em 100 milhões de unidades chamadas satoshis. Isso permite microtransações e facilita o uso do Bitcoin para pagamentos de valores grandes e pequenos, algo que é difícil com moedas físicas.

Ao longo do tempo, muitas moedas estatais têm perdido valor devido à inflação, como vem acontecendo com o Real. O ouro digital, por outro lado, tem mostrado um aumento significativo em valor desde sua criação, tornando-se uma opção atraente para aqueles que desejam proteger sua riqueza contra a desvalorização da moeda.

Essa criptomoeda permite que indivíduos mantenham e controlem seu próprio dinheiro sem depender de bancos ou instituições financeiras. Isso é especialmente útil em países com sistemas bancários instáveis ou políticas monetárias imprevisíveis, sem mencionar aqueles que o governo autoritário congela as contas dos inimigos do regime. Uma autocustódia bem feita, é a receita para guardar seus ativos em um lugar seguro. Sobre isso, fizemos um vídeo intitulado: “Onde guardar Bitcoin”, o link está na descrição.

A aceitação do Bitcoin como forma de pagamento está crescendo em todo o mundo. Muitos comerciantes, empresas e até instituições financeiras começaram a adotar essa criptomoeda, aumentando sua utilidade e valor como uma reserva de valor.

O que podemos observar é um futuro promissor para o Bitcoin e para aqueles que fazem sua poupança através dessa moeda digital, que está em plena expansão. Já para aqueles que confiam nos papéis coloridos lastreados em honestidade de político, eles só terão desvalorização eterna. Onde você, amigo libertário, vai guardar suas riquezas?

Para seguir nesse assunto, deixamos como recomendação o vídeo: “Como garantir o CONTROLE da sua PRIVACIDADE no BITCOIN”. O link está na descrição.

Referências:

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/06/30/30-anos-do-real-r-1-de-hoje-equivale-a-apenas-r-012-da-epoca.ghtml

https://www.estadao.com.br/economia/real-30-anos-pais-da-moeda-relembram-os-principais-desafios-leia-as-entrevistas/

Visão Libertária - Onde guardar Bitcoin?:
https://www.youtube.com/watch?v=V-7mq8hmDZg&t=1s

Visão Libertária - Como garantir o CONTROLE da sua PRIVACIDADE no BITCOIN:
https://youtu.be/-0d7vnnVN9c