21 Fev. 2024
Escritor: Pedro Drudi
Revisor: Paulo Wesley
Narrador: Paulo Wesley
Produtor: Paulo Wesley

Psicologia Econômica: o filho bastardo que a esquerda não quer que você conheça

A esquerda dominou o ramo da psicologia da mesma forma que fez com o meio acadêmico, e com o mesmo pretexto: dizer às pessoas o que elas podem pensar e o que não podem. Tal como algumas religiões, a estratégia deles é plantar, na sua mente, um sentimento de culpa, estabelecendo novos pecados universais.

Quem escolhe a área da psicologia e não possui uma posição política voltada para a esquerda, se vê obrigado, muitas vezes, a esconder suas crenças e opiniões pessoais, principalmente perto de pessoas a quem não tem certeza se irão respeitar suas opiniões. Os próprios profissionais da área reconhecem, por exemplo, que o Conselho Federal de Psicologia se posiciona política e ideologicamente.

Principalmente em temas sensíveis como aborto, ideologia de gênero, descriminalização da maconha, concepção de família e religião, além de pautas ligadas aos movimentos de esquerda no país. Sempre dando a velha e boa carteirada para justificar opiniões como se fossem verdades absolutas. No entanto, quando o assunto é dinheiro, eles fazem vista grossa e ignoram o tema, afinal existe aquela piada já tão batida de que o pessoal de humanas não sabe fazer conta.

Porém, existe uma parcela de profissionais de psicologia que decidiu escolher um caminho diferente, e unir a psicologia e a economia para entender como os indivíduos se comportam em relação ao dinheiro. Pessoas com a mente mais saudável tomam atitudes mais saudáveis. Será que, se as pessoas aprendessem a lidar com o dinheiro (não apenas racionalmente, mas emocionalmente também), teríamos cidadãos melhores, tomando decisões melhores e, assim, criando uma reação em cadeia que beneficiaria a todos?

Como o objetivo da esquerda é controlar as massas (afinal, para a esquerda todos deveriam ser iguais, exceto aqueles que controlam essa massa), o maior pecado de todos é que os indivíduos dessa massa acreditem na oportunidade de buscarem ser algo a mais. Dessa forma, o bicho papão da esquerda sempre será o empreendedor, que busca acumular capital "roubando" do papai Estado mais uma oportunidade de fornecer outro serviço "público, gratuito e de qualidade" (pago com o dinheiro dos impostos). Ah, seu burguês safado!

E já que para ser empreendedor é preciso aprender a lidar com o dinheiro, a melhor forma de impedir esse pecado é esconder da massa os conhecimentos sobre o capital (me refiro ao conceito correto e não àquele do Papai Noel que não trabalhava, sustentado pela esposa - Karl Marx). Isso explicaria por que não vemos nos meios acadêmicos incentivo à leitura de autores como Daniel Kahneman e Amos Tversky, por exemplo.

O conhecimento da disciplina da psicologia econômica (também conhecida por economia comportamental) é rejeitado pelo meio acadêmico tanto da psicologia, quanto da economia. Este último, principalmente por aqueles professores que ainda teimam em repetir que a inflação é causada pelo aumento contínuo e generalizado dos preços, e não te contam que a verdadeira causa é a expansão monetária pela impressão de moeda estatal.

A psicologia econômica aborda temas como, por exemplo, a autosabotagem emocional que as pessoas costumam ter quando o assunto é dinheiro. Já reparou naquelas pessoas que, assim que recebem o salário, correm para gastar até verem o fim do dinheiro? Como se parecessem ter raiva do dinheiro e quisessem se livrar logo dele? Ou aquelas pessoas que, com uma promessa de dinheiro extra já fazem mil planos pro dinheiro todo ou mesmo se endividam antes de receber, como se não houvesse amanhã? Ou agem como se guardar fosse inútil, ou como se apenas serão felizes se transformarem aqueles papeizinhos coloridos em consumo?

Vale lembrar que a religião, também, tem muita influência em como as pessoas pensam e enxergam o dinheiro. Quem nunca ouviu dos pais e avós (geralmente, religiosos) expressões como: “Tira a mão do dinheiro, dinheiro é sujo”; “Rico não entra no céu”; “Se o cara é rico é porque faz algo de errado”, etc.

É claro que não estamos aqui pra transformar ninguém em Tio Patinhas, enchendo uma banheira de moedas e mergulhando nela, também não é assim. Mas quantos esquerdistas você conhece que são a favor do ensino de economia doméstica nas escolas? Esse tabu eles não querem quebrar, né?!

Outro exemplo abordado pela psicologia econômica é o viés do custo zero, ou ainda, por que pagamos caro demais quando não pagamos nada. Aquela coceirinha na mão que sentimos quando nos é oferecido algo de graça, quase sempre ignora que não existe almoço grátis e que existem até mesmo custos não financeiros escondidos no que você aceita sem pagar.

Quem não sente prazer com a sensação de que tirou vantagem, não é mesmo? Uma experiência feita em campo para mostrar a irracionalidade das decisões tomadas pelas pessoas, colocou um chocolate de luxo sendo vendido a 15 centavos e um chocolate popular sendo vendido a 1 centavo (ambos muito abaixo do preço normal). Nessa ocasião, a grande maioria das pessoas comprou o chocolate de luxo que estava muito barato. Porém, no segundo teste, colocaram o de luxo por 14 centavos e o popular de graça. Adivinhe o que aconteceu. A maioria das pessoas não quis o que tinha mais qualidade, mesmo que estivesse praticamente de graça. Preferiram o popular que estava "socializado", por assim dizer. Qualquer semelhança com a bolsa esmola do Lule, não é mera coincidência. Afinal, pra que fazer esforço trabalhando se Papai Estado dá de graça?!

É sempre mais útil ao Estado que as pessoas sejam sempre dependentes de auxílios financeiros e não aprendam a ganhar o próprio dinheiro de forma independente. Ou então, que as pessoas sejam sempre escravos assalariados das grandes empresas amiguinhas dos políticos, que doam grandes quantias para os partidos se reelegerem. E que, ao invés de aprenderem a investir, as pessoas continuem sempre consumindo mais e mais, e, claro, pagando altos impostos.

A psicologia econômica mostra que, na hora de tomar decisões, as pessoas agem segundo emoções falhas e não de forma racional, como nos faz crer a ilusão do "homo economicus" dos teóricos. Tá bom Dilma, a "mulher economicus" também, agora senta lá. O fato é que o típico socialista de iPhone vai se identificar com os vieses e heurísticas estudadas pela psicologia econômica, como uma adolescente nos anos 2000 se identificava com os quiz e horóscopos da revista Capricho. Isso acontece justamente porque o que leva uma pessoa a concordar com as ideologias de esquerda é enxergar as dinâmicas econômicas muito mais emocionalmente do que racionalmente.

Uma estudiosa brasileira de renome nessa área é a Doutora Vera Rita de Mello Ferreira, autora de vários livros sobre o assunto e conhecida no mercado financeiro brasileiro por suas contribuições nos estudos de tomada de decisão em investimentos. Um exemplo que ela cita em um de seus livros voltados para investidores é sobre quando separamos nosso dinheiro em rótulos e agimos sem levar em consideração o todo de forma matemática. Ela ilustra o caso de alguém que parcela uma viagem pagando 12% de juros ao mês, mas não toca de jeito nenhum na aplicação que rende menos de 1% ao mês.

Outro conceito interessante é o do chamado efeito posse, em que o mesmo objeto, quando pertence a outra pessoa, colocamos menos valor do que quando pertence a nós. Basta você olhar um anúncio de venda de itens usados que perceberá como acha absurdo o preço que as pessoas pedem, mas quando você anuncia um item usado, o apego te faz sempre querer cobrar mais do que aceitaria pagar. Desconto no bolso dos outros é refresco.

Enfim, os estudos nessa área estão bem avançados. E eu recomendo que se você tiver interesse em ser menos manipulado pelas emoções e quiser agir de forma mais consciente possível com o próprio dinheiro, pesquise mais sobre essa área e o que os estudiosos recomendam. Resta saber agora se, em um futuro próximo, criarão inteligências artificiais para tomar essas decisões por nós e o Elon Musk vai vender esse aplicativo para instalar no Neuralink, já pensou? Salve-se quem puder.

Referências:

https://www.infomoney.com.br/perfil/daniel-kahneman/ https://pt.scribd.com/doc/249047538/A-Cabeca-Do-Investidor-Vera-Rita https://pleno.news/opiniao/marisa-lobo/os-psicologos-militantes.html https://valorinveste.globo.com/educacao-financeira/noticia/2022/07/08/vera-rita-e-primeira-brasileira-presidente-da-associacao-internacional-de-psicologia-economica.ghtml

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