Estudo ganhador do Nobel REFUTA Haddad!!!

Como disse o velho molusco na presidência: "Os livros de economia já foram superados"...

Nesta Segunda Feira, dia 14, o Ministro da Fazenda Taxxad... Ops! eu quis dizer, Fernando Haddad* disse que estava preocupado com o resultado das eleições municipais desse ano, que foram um desastre para a esquerda e para o próprio PT em específico, ganhando pouquíssimas cidades em todo o País. E como todo bom político de esquerda, começou a falar que o "conservadorismo negacionista e anti democrático" está ganhando força, no clássico rótulo de "Tudo que não é de esquerda é anti democrático".

Enquanto estava em um evento de palestra organizado pelo Itaú, Haddad disse que “O mundo está muito mais conservador e muito mais distópico do que a gente imagina. Hoje tem espaço para todo tipo de retórica. Aquilo que parecia improvável 10, 20 anos atrás, improvável do ponto de vista retórico, hoje existe lugar de fala, como se diz no jargão usual, para qualquer um. Existe lugar de fala para qualquer narrativa”. Ele disse que o discurso conservador está ganhando força, apesar de imaginar que isso ficaria “para trás” após a derrota de Bolsonaro em 22. Ele declarou que há um discurso anticientífico, antidemocrático e intolerante que “não está perdendo espaço” no Brasil.

A maior parte disso é apenas o velho "chororô" da esquerda chamando todos que discordam deles de "intolerantes", "anti democráticos", "negacionistas" e "anti ciência", mas será então que o ministro "não é negacionista" e analisa o que as pesquisas científicas dizem sobre a questão econômica? Ele chegou a citar o Prêmio Nobel de Economia desse ano, que premiou o britânico Simon Johnson, o turco Daron Acemoglu e o norte americano James A. Robinson, por sua pesquisa tripla sobre a prosperidade de instituições autoritárias e estados extrativistas, com os dois últimos sendo professores no MIT.

Já que o Sr. Ministro se colocou em uma posição intelectual elevada por ter frequentado uma universidade, na qual ele mesmo admitiu na TV que mal prestava atenção e colava nas provas, nada mais justo do que usarmos uma pesquisa que foi premiada com um prêmio tão prestigiado. Essa pesquisa acabou por mostrar que sociedades com um Estado instável e instituições que exploram sua população não geram prosperidade social ou econômica, enquanto aquelas com papel regulador e promotor de crescimento seriam chaves para a riqueza de um país.

Com a análise histórica de vários sistemas políticos e econômicos introduzidos durante a colonização europeia, a pesquisa demonstrou uma relação direta entre a manutenção das instituições e a prosperidade de uma região. Regiões que foram usadas como colônias de exploração de recursos, seja de mineração ou de enormes plantações com o único propósito de gerar renda para a metrópole, não se desenvolveram tanto quanto os países que eram colônias de povoamento, criadas desde o início para ser regiões estáveis e boas de se viver, uma extensão do território central na Europa.

Podemos, obviamente, citar as 13 colônias britânicas na América do Norte, que posteriormente se tornaram os Estados Unidos. Por várias décadas, mesmo após a independência e a Guerra Civil Americana, houve um grande contraste de desenvolvimento entre as regiões do norte e do sul, devido às partes do sul terem sido usadas como colônias de exploração e de colheita escravagista, enquanto o norte serviu como colônia de povoamento britânica e se industrializou muito mais rápido.

Embora algumas nações consigam se libertar desse atraso no desenvolvimento, muitas continuam presas a essas raízes, e os ganhadores do Nobel desenvolveram uma estrutura teórica para explicar isso. Em Estados com menores impostos, uma quantidade muito maior de dinheiro continua circulando na sociedade, em vez de estar concentrado em alguma reserva estatal, e isso possibilita mais liberdade financeira para as pessoas reinvestirem em novos negócios, gerando mais empregos, o que acaba enriquecendo a todos.

Enquanto o sistema político garantir que um mesmo grupo fique permanentemente no comando, o povo não confiará em promessas de futuras reformas econômicas. De acordo com os professores, é por isso que nenhuma melhoria ocorre, e esses países continuam tendo baixo crescimento econômico mesmo com algumas reformas feitas posteriormente, pois ainda estão presos na desconfiança de que isso não resultará em nada e, portanto, não aumentam o investimento interno.

Esse é o desafio que Javier Milei enfrenta como presidente na Argentina, onde, após décadas de controle peronista do país, ele está precisando passar a imagem ao mundo de que a Argentina está mudando radicalmente a favor do empreendedorismo. Contudo, poucos anos atrás, o país era famoso por suas dívidas colossais e por inúmeros calotes internacionais, e é daí que vem a desconfiança dos investidores.

A falta de resultados a longo prazo só gera mais descrença com o regime em casos de ditadura, sem contar as incompetências naturais de quem está no comando pela força, e não necessariamente por sua capacidade técnica, o que normalmente faz com que uma democratização ocorra depois de um tempo. De acordo com a pesquisa, quando há uma ameaça de revolução, as pessoas no poder tentam permanecer em suas posições de comando e apaziguar as massas por meio de reformas econômicas.

Um exemplo histórico é o regime comunista da Romênia, no final da Guerra Fria. Durante o colapso do bloco comunista na Europa Oriental, o ditador Nicolae Ceaușescu estava extremamente impopular, com a crise econômica no país e o povo insatisfeito querendo o fim da república socialista. O ditador tentou diversas vezes apaziguar o povo, anunciando o aumento do salário mínimo e outros benefícios genéricos, mas o povo continuou insatisfeito com essas concessões e isso culminou na Revolução de Natal, na qual o ditador foi preso e executado junto com sua esposa pelos militares, restaurando a democracia no país.

Países desse tipo sempre ficam com uma pobreza em massa e com uma elite concentradora da riqueza estatal no poder. Como a população comum supera em número a elite governante, os únicos rumos possíveis são transferir o poder pacificamente ou ser removido à força, como foi o caso da Romênia. Mas além do tipo de colonização, a pesquisa também levou em conta a mortalidade de colonos que moldaram esses sistemas, junto com doenças e a quantidade de colonos europeus nessas áreas.

De acordo com a Academia Sueca de Ciências, Acemoglu, Johnson e Robinson descobriram uma cadeia de causalidade que explicaria a situação de riqueza e pobreza de várias nações. Um exemplo citado pelos três são duas cidades perto da fronteira entre o México e os Estados Unidos, onde ambas possuem o mesmo "tipo" de população, mas as pessoas têm uma vida muito mais próspera na cidade americana, que tem menos impostos, uma moeda mais forte, com mais poder de compra, mais oportunidades de emprego etc.

Haddad está equivocado ao dizer que "Penso que desenhar boas instituições é o segredo para que o desempenho econômico seja mais satisfatório". Não é necessário um Estado forte para a prosperidade econômica, como a própria pesquisa mostrou. O que é necessário é a estabilidade e segurança para se fazer negócios, algo que ao longo da história moderna foi feito por Estados, mas que hoje se torna cada vez mais desnecessário, com o setor privado assumindo serviços antes estatais com mais eficiência, incluindo até policiamento.

Os países africanos se assemelham às primeiras repúblicas espanholas nas Américas, com um alto nível autocrático e militar, pouca estabilidade, e que continuaram a tradição de apenas extrair recursos da região. A maioria dos países africanos tem pouco menos de 70 anos de independência, em comparação com os quase 200 da América Latina. Portanto, para que o continente africano possa se desenvolver, são necessárias instituições estáveis naquela região.

A China passou muitas décadas sendo um dos países mais pobres do mundo e só conseguiu se industrializar e evoluir após estabilizar o país internamente e atrair investidores estrangeiros. Embora ainda tenha permanecido com o regime comunista, com as novas gerações e maior contato com os ideais do Ocidente, mudanças podem ocorrer no futuro. Esse é o valor de instituições e ambientes seguros para negócios, que não precisam ser coercitivos nem roubar do povo para gerar valor.

Os vencedores do Nobel de Economia, sem querer, acabaram provando que o Brasil não progride porque está afundado em uma mentalidade política voltada apenas para a extração de recursos da sociedade, em vez de estimular o comércio interno. E o pior é que o povo nem se dá conta disso. É uma cultura política fortificada pelos inúmeros privilégios concedidos politicamente e, incapaz de ver a raiz do mal que um Estado forte causa, se limita apenas a reivindicar mais "direitos" pagos pelos outros e tirar vantagem de qualquer situação.

Ignorantes se colocam em níveis superiores da sociedade apenas por um pedaço de papel que lhes foi dado e acabam ignorando cada vez mais os problemas reais que enfrentamos no dia a dia, pois tudo o que importa para eles é perpetuar a máquina extrativista no Brasil.

Referências:

https://www.gazetadopovo.com.br/economia/nobel-de-economia-explica-por-que-instituicoes-autoritarias-nao-geram-prosperidade/