Paulo Reglus Neves Freire, tomado como patrono da educação brasileira desde 2012 é responsável pela tragédia educacional que se abateu no Brasil devido à metodologia de ensino que defendia: a educação dialógica.
O ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, foi aplicado em todo o Brasil neste mês de novembro. Apesar de não haver tantos memes dos candidatos chegando atrasados este ano, é visível o atraso que os brasileiros possuem na sua aprendizagem. E não há como falar sobre esse tema sem lembrarmos do patrono da educação brasileira, Paulo Freire, e seu método de “ensino” conhecido por educação dialógica. Entretanto, antes de tecer comentários sobre seu mecanismo, é necessário conhecer as influências acadêmicas nas quais tal metodologia foi embasada, e antes sequer que se conclua o tema, já será possível observar o trágico desfecho para qual nos encaminhamos.
Paulo Freire, nascido em 19 de setembro de 1921, formou-se na Faculdade de Direito do Recife. É notoriamente conhecido pelos trabalhos que influenciaram a chamada pedagogia crítica. Seus trabalhos exalavam amplos comentários a chamada educação bancaria, na qual explicamos mais a frente. Ele trabalhou desenvolvendo um método de “alfabetização de adultos”, que buscava desenvolver consciência crítica no momento da passagem de conhecimento. Seu programa inicial conduzido no Rio Grande do Norte em 1963 alfabetizou 300 adultos em 45 dias, sendo adotado primeiramente em Pernambuco. Baseado em suas experiências, elaborou um projeto educacional alinhado com as ideias nacionais desenvolvimentistas do governo de João Goulart. No âmbito político, Paulo Freire integrou o Partido dos Trabalhadores, sendo presidente da primeira diretoria executiva da fundação Wilson Pinheiro, local de apoio partidária instituída pelo PT. Curiosamente, também foi secretário da educação da prefeitura de São Paulo na gestão da também petista Luiza Erundina entre os anos de 1989 a 1992. No campo das ideias foi fortemente influenciado pelas obras de Karl Marx e pela corrente de pensamento de Antonio Gramsci.
Se a ficha corrida do patrono brasileiro já não o induziu a resposta clara para a tragédia educacional no Brasil, fique tranquilo. Ainda não foi introduzido o problema principal. Deixando de lado o argumentum ad hominem, foquemos na ideia propriamente dita: educação dialógica. Essa metodologia é um modelo adotado pela educação brasileira que basicamente defende que o conhecimento deve ser horizontalizado, apesar dele mesmo expressar que esta é uma distorção da sua ideia, colocando o professor e o aluno em mesmo nível de diálogo. Assim sendo, é construído uma comunicação entre iguais, na qual não existe uma hierarquia entre aluno e professor.
Isso soa ridículo para você, espectador? Calma que piora. A pedra angular na didática é a introdução e foco do pensamento crítico, o qual as ideias são relativizadas dependendo do contexto. Trocando em miúdos, toda a dialética pode ser chamada de papinho para boi dormir. Ou seja, não se discute se dois mais dois são quatro, e sim quem está dando dois e quem está recebendo quatro, e se esse o quatro cumpre sua função social. Obviamente, o exemplo citado é apenas uma alegoria para resumir a corrente de pensamento, que, realmente, há uma boa intenção. O problema é que o inferno também está cheio de boas intenções. Resumindo, o método de ensino brasileiro foca em formar adeptos da teoria crítica e não de fato infundir conhecimento na mente dos alunos.
Em oposição as ideias de Paulo Freira temos o modelo de ensino bancário, na qual o professor, constantemente “deposita” conhecimento na mente dos alunos. O objetivo disso, é criar um embasamento teórico para que futuramente o aluno possa usar dessa base de conhecimentos adquirida para que ele mesmo possa fazer seus próprios questionamentos. Ao se observar ambos os modelos de educação, o dialógico e o bancário, o telespectador será levado a pensar que são opostos. Entretanto, eles são complementares. O aluno deveria construir conhecimento na formação de base, como prega o modelo bancário. Assim, ao chegar na faculdade, com a mente mais madura, poderia receber ideias mais complexas e debatê-las a fim de proporcionar uma discussão proveitosa acerca do tema proposto, fomentando o pensamento crítico sobre o mundo que o cerca.
Isso seria o mundo ideal. Entretanto, a vida não é um morango, principalmente no Brasil onde o poste é que urina no cachorro. Os referidos modelos são apresentados aos estudantes, mas invertidos: é tolhida a autoridade do professor no ensino de base, fazendo os alunos crescerem sem bagagem de aprendizado, em um sistema de ensino no qual o aluno não reprova mais por baixo desempenho acadêmico, apenas por faltas. Isso apenas fomenta a crítica de tudo e todos, sem a compreensão daquilo que se está criticando, sendo incapaz, inclusive, de apresentar uma solução plausível ao problema. Isso se dá pelo conhecimento raso sobre aquilo que se está problematizando. Quando este jovem chega no ensino superior é acolhido por um ambiente doutrinador, momento em que lhe é enfiado goela abaixo toda a ideologia esquerdista. Assim, o jovem adulto é ensinado, com o dinheiro do cidadão pagador de impostos, a ser um zumbi ideológico, sem perspectiva nenhuma de ser absorvido no ambiente de trabalho, pois não possui habilidades básicas de leitura, raciocínio e interpretação de texto, quiçá algum conhecimento prático útil que pode ser empregado.
Uma vez compreendido essa dicotomia, o sistema educacional brasileiro é perfeito ao que se propõe a fazer: idiotizar a juventude brasileira. Portanto, o sistema não está quebrado, está funcionando, e muito bem. E o pior, devido a sua estrutura, as engrenagens se retroalimentam: estes alunos de baixa cognição e compreensão do mundo, normalmente, são aqueles que darão aulas para os novos jovens, que não absorverão nenhum conteúdo, seja ele pratico, ou teórico. Portanto, a cada nova geração, os professores são mais idiotizados, e, consequentemente, os alunos, que serão os professores da próxima geração, sendo piores do que os anteriores. Tal mecânica mostra-se notavelmente espetacular, com o Brasil no fundo dos índices educacionais. Uma pesquisa divulgada pela OCDE em 2022, a respeito dos níveis da educação pelo mundo nas disciplinas de leitura, ciências e matemática apontou que o Brasil, em um ranking de 82 países ocupa respectivamente as posições: leitura, 53° (quinquagésimo terceiro lugar); ciências, 61° (sexagésimo primeiro lugar); e matemática, 65° (sexagésimo quinto lugar).
Consoante a isso, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, mostram que o Brasil possui 11 milhões de analfabetos. Entretanto, 29% da população brasileira é analfabeta funcional, condição em que uma pessoa consegue ler e escrever, mas não consegue interpretar o que lê ou escrever, ou ainda, não consegue realizar operações matemáticas.
Seria injusto da nossa parte atribuir toda culpa da tragédia educacional do Brasil a uma única pessoa. Tal atitude sequer faria sentido. Isso porque as ideias de Paulo Freire também não são tão originais assim. A ideia base de “dividir para conquistar” é um norte padrão para as ideias esquerdistas. Notório é o fato desse homem traduzir o pensamento crítico em uma metodologia que poderia ser aplicada em larga escala. O Leviatã estatal brasileiro também trabalhou incansavelmente a fim de desmontar, corromper e deteriorar as instituições de ensino, sejam elas de base, sejam superiores. Além disso, o estado brasileiro depreciou as habilidades cognitivas do brasileiro com políticas como a abolição da reprovação por baixo desempenho acadêmico, a baixa remuneração dos professores, a baixa qualidade no material e o desincentivo cultural ao estudo. Isso somente acentua o fenômeno da fuga de cérebros que já é sentida a pelo menos duas décadas no país. É por essas e outras que o Brasil é praticamente irrelevante no cenário científico mundial, não possuindo sequer um prêmio Nobel. Portanto, o que podemos concluir é que Paulo Freire não destruiu o ensino no Brasil, mas estruturou a sua derrocada. O verdadeiro responsável por dizimar o conhecimento foi o estado brasileiro, que vilipendiou toda a sociedade.
A destruição do conhecimento e a burrificação dos brasileiros só foi possível graças ao fato de toda a área educacional ser centralizada. Em um mundo descentralizado e distribuído, isso seria quase impossível de acontecer. Ao observar que o resultado dessa metodologia causa impactos negativos, nenhuma entidade ficaria inerte ante a essa realidade, haja visto que isso seria a causa da própria destruição, pois nenhum pai colocaria seu filho em uma instituição que apresenta notas consistentemente ruins. Em um ancapistão, o método nem sequer seria cogitado, devido aos seus resultados práticos. Por isso, o que precisamos é a descentralização da educação, o fechamento do MEC. Isso por si só, já criaria mais liberdade para que escolas, professores e alunos encontrem o método que seja melhor para a produção de indivíduos com pensamento crítico e que considerem a capacidade individual de cada aluno. Mas isso, com certeza não irá acontecer tão rápido, ainda mais no Brasil atual, afinal, o emburrecimento da população não mostra que o sistema está quebrado, mas que está funcionando perfeitamente.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire
https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_banc%C3%A1ria
https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/analfabetismo-funcional.htm#:~:text=Pessoas%20funcionalmente%20analfabetas%20t%C3%AAm%20seu,pode%20ser%20considerada%20analfabeta%20funcional.
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil-estaciona-em-ranking-de-avaliacao-internacional-de-educacao-basica/#:~:text=Os%20dados%20foram%20divulgados%20nesta,pontos%20na%20disciplina%20de%20ci%C3%AAncias.
https://abe1924.org.br/56-home/257-brasil-fica-em-penultimo-lugar-em-ranking-global-de-qualidade-de-educacao#:~:text=Conhecidas%20como%20%22super%20pot%C3%AAncias%22%20da,Hong%20Kong%2C%20Jap%C3%A3o%20e%20Cingapura.
https://minhabiblioteca.com.br/blog/recomendacoes-de-leitura/educacao-dialogica/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogia_do_Oprimido
https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/especial-publicitario/prefeitura-municipal-de-jaragua-do-sul/viver-jaragua/noticia/2021/11/12/analfabetismo-funcional-atinge-29percent-da-populacao-brasileira.ghtml