ÔNIBUS PERDEM quase METADE dos passageiros em 10 anos. E agora?

Entre queda no número de passageiros e desafios na infraestrutura, a solução para o transporte urbano por ônibus no Brasil tem sido sempre a mesma: mais estado! Até quando vamos cair nessa armadilha?

Enquanto todos estão falando de Olimpíadas, do ditador da Venezuela, de guerras e outros assuntos, aqui no Brasil, bem debaixo de nossos narizes, os problemas se acumulam e o governo aproveita para expandir seu poder sobre nós. Infelizmente, o brasileiro ainda enfrenta problemas com transporte ineficiente e caro até hoje, mas fique até o final e veja nossa visão libertária sobre o assunto.
Nos últimos dez anos, o Brasil tem testemunhado uma significativa redução no número de passageiros de ônibus urbanos. De acordo com diversas fontes mainstream, incluindo as comunistas Folha de S. Paulo e O Globo, os ônibus perderam quase metade de seus passageiros, com uma queda de 44% registrada nesse período. Essa redução é atribuída a uma combinação de fatores que incluem a piora na qualidade do serviço, o aumento das tarifas, a crise econômica, a concorrência com aplicativos de transporte e veículos particulares. Não podemos nos esquecer também dos desmandos de governadores e prefeitos durante a crise sanitária, que alterou a dinâmica de transportes nas áreas urbanas mundo afora.
A piora na qualidade do serviço e o aumento das tarifas são dois dos principais motivos para essa queda. É o retrato da ineficiência de um sistema obsoleto, que se encontra baseado em informação cara e escassa e a um mercado fechado, frente à mudança de paradigma para um sistema de informação barata e abundante. Os moldes dos contratos de ônibus urbanos tem suas origens no início do século 20, ou seja, esse modelo tem mais de 100 anos e está adaptado para um mundo que não existe mais. Lembrando que aqui no Brasil, a principal preocupação de um político é ajudar um empresário amigo que molha sua mão, protegendo os cartéis de ônibus.
Com a disseminação da internet, há uma diminuição nos custos de informação, administração e oportunidade, tornando viáveis iniciativas cada vez mais próximas ao indivíduo. A informação descentralizada e distribuída na sociedade garante um ganho de eficiência, conectando a oferta e a demanda pelos mais diversos serviços. Por exemplo, em muitas ocasiões já é mais barato e rápido pedir um carro ou moto por aplicativo do que ficar esperando um ônibus na parada. Agora some-se a isso o risco de ser assaltado por alguém da turma do L e do amor que precisa tomar uma cervejinha, pelo tempo de espera, pelo desconforto das paradas de ônibus, pelo fato de que você não vai descer próximo de seu destino final.
Usuários do sistema frequentemente relatam atrasos, superlotação e falta de conforto, o que torna o transporte público menos atrativo. Ao mesmo tempo, o contínuo aumento das tarifas torna o uso do ônibus menos acessível, especialmente para as famílias de baixa renda. Como resultado, muitos usuários migraram para alternativas como carros, motos e aplicativos de transporte, que, ainda que sejam mais caros, oferecem mais conveniência e conforto. Isso nos mostra que nem sempre o passageiro está buscando apenas um transporte barato, mas ele quer outros benefícios como ganho de tempo e conforto.
O bichinho chinês exacerbou ainda mais essa tendência. O medo irracional de contaminação levou muitas pessoas a evitarem o transporte público, optando por meios de transporte que permitem maior distanciamento social. Esse fenômeno agravou a crise financeira das empresas de transporte público, que já lutavam para se manter operacionais e realizar os investimentos necessários em melhorias. Isso sem contar o pessoal que simplesmente passou para o home office e nem precisa mais se transportar dentro da cidade. E ainda precisamos somar os serviços oferecidos pela internet, que vão desde pessoas que trabalham de casa fornecendo serviços para plataformas online, até serviços de entrega de supermercados, eletrodomésticos, peças e componentes, e a lista só cresce.
Dentro da lógica de um mundo com informação cara e escassa, a maneira de resolver congestionamentos era aumentar as avenidas. Nisso a grande cidade de São Paulo é nossa maior modelo. Túneis, pontes e novas vias eram construídos aos montes, para deleite de políticos e burocratas. Agora as pontes são virtuais, erigidas via canais de comunicação que ligam cada indivíduo e cada família a outras pessoas que trabalham para suprir suas necessidades. O custo é infinitamente inferior.
Inclusive, um fenômeno interessante e que só cresce no Brasil é o de escambo de produtos e serviços. Essa prática está se disseminando principalmente em condomínios fechados. Para fugir de burocracia, regulamentações, taxas e fiscais, cada morador põe à disposição da comunidade seus produtos e serviços, em troca de outros de que necessita. Sabemos que essa é uma economia rudimentar, mas que, no fim, mostra a falência do sistema monetário em que vivemos.
Paralelamente, o Brasil enfrenta desafios significativos na adoção de ônibus elétricos. Essa seria uma solução que poderia contribuir para a melhoria da qualidade do serviço e a sustentabilidade ambiental, já que os veículos movidos a energia elétrica são particularmente mais eficientes para rodar em áreas urbanas, onde acelerações e frenagens são constantes.
Menos de 1% da frota de ônibus urbanos é movida a energia elétrica. A falta de infraestrutura adequada, como pontos de recarga e manutenção especializada, é a principal barreira para a implementação dessa tecnologia. Apesar dos benefícios econômicos e ambientais, a transição para uma frota de ônibus elétricos tem sido lenta. E de novo esbarra no problema da economia centralizada. Empresas de transporte e o governo precisariam realizar investimentos substanciais para criar as condições necessárias para essa mudança. Mas como, se o governo está quebrado e as empresas de ônibus vivem de migalhas do próprio governo?
É verdade que em áreas urbanas densas a fumaça de veículos provoca uma queda substancial na qualidade do ar. Em São Paulo, por vezes, ocorre a conhecida "inversão térmica", que forma uma camada de fuligem, poeira e fumaça irrespirável. Transportes de massa movidos a eletricidade vindas de hidroelétricas poderiam amenizar esse problema. Mas é verdade que há uma melhoria da qualidade do ar devido ao ganho de eficiência promovido pelos sistemas descentralizados e pela evolução da tecnologia dos motores a combustão interna.
Especialistas da UNICAMP, para variar, apontam que políticas públicas são essenciais para reverter a tendência de queda no uso do transporte público e promover a adoção de ônibus elétricos. Esse pessoal não se cansa de pedir regulamentações que aumentam custos e pioram os serviços a longo prazo. Medidas que trariam incentivos corretos seriam aquelas que atuam na melhoria da qualidade do serviço e que permitem a livre concorrência, que obviamente trariam a redução das tarifas. Só precisamos deixar essas questões nas mãos de um livre mercado, e para isso, o governo precisa acabar com suas leis e regulamentações que impedem o livre investimento no setor.
Além disso, continua sendo necessário investimento em infraestrutura, incluindo a construção de pontos de recarga e a capacitação de profissionais para a manutenção de ônibus elétricos. Enquanto essas opções forem tomadas por pessoas no mercado, não há problema. O problema é quando o estado bota uma penca de leis sem sentido que atuam apenas no que se vê, mas causando infinitas desordens secundárias nas relações sociais e econômicas da sociedade, o que não se vê de maneira imediata.
A redução no número de passageiros de ônibus e a lenta adoção de ônibus elétricos têm consequências significativas para as cidades brasileiras, mas para nós, é apenas um reflexo das mudanças pelas quais nossa sociedade está passando. Muitas vezes a reboque de decisões centralizadas, despóticas, ufanistas, antieconômicas, anti-humanas e baseadas em interesses espúrios.
É verdade que, num primeiro momento, a diminuição do uso do transporte coletivo pode levar a um aumento do congestionamento e da poluição urbana, afetando a qualidade de vida dos moradores e usuários. Por outro lado, a solução está na livre organização das pessoas no mercado, que rapidamente se adaptam às necessidades para prover os melhores serviços possíveis aos usuários. Não é o governo, com sua lerdeza mastodôntica, sua voracidade monstruosa e seus incentivos trocados, que vai resolver para você, todos esses problemas! Na verdade, é mais fácil seu vizinho resolver seu problema do que um político que está lá em Brasília, onde nem congestionamento tem e ele tem carro à disposição pago com nosso dinheiro.
Ah, mas calma aí! Já tem políticos em dezenas de prefeituras por aí garantindo passagens de ônibus de graça. É a famosa tarifa zero! Mas caramba, é sério isso? Você ainda acredita que há alguma coisa de graça nessa vida? Meu caro, o governo não cria nada, não produz nada. Tudo o que ele te dá é porque tomou de você primeiro. O estado pega a maior parte para ele e o que sobrou, quando realmente sobra, ele te devolve. Agora, imagine o custo de rodar ônibus pela cidade, é astronômico, certo? De onde vai vir todo esse dinheiro?
E, para ser provocativo, deixe-me te fazer uma pergunta: o que é mais barato, pagar um político com sua horda de asseclas para resolver seu problema, ou você mesmo agir para tal? Se o dinheiro ficasse nas mãos dos empreendedores, eles com certeza fariam um trabalho muito superior e que atende as necessidades dos consumidores com a máxima eficiência possível.
Agora pasme, para quem achava que incentivos trocados eram o problema, falta se dar conta da associação entre o governo formal e os governos informais. Sim, a união entre bandidos ligados às facções criminosas e políticos encastelados em suas torres de burocracia. Sobre isso, veja agora o vídeo: "Investigações indicam que o PCC pode estar ligado ao TRANSPORTE PÚBLICO na cidade de SÃO PAULO", o link segue na descrição.

Referências:

Investigações indicam que o PCC pode estar ligado ao TRANSPORTE PÚBLICO na cidade de SÃO PAULO
https://www.youtube.com/watch?v=fwfwQHDJyfM