Já podemos afirmar, sem medo de errar: o governo Lula deve ser acusado de genocídio!
Negacionista, anti-ciência, anti-vacina e genocida. Num passado não muito distante, Bolsonaro teria sido acusado de todas essas coisas, se o Brasil, durante seu governo, estivesse no atual estado calamitoso de saúde pública. Mas, como hoje o presidente é o Lula, o cachaceiro favorito de toda a esquerda midiática, está tudo bem: não há o que se criticar! Afinal de contas, o amor venceu, não é mesmo?
Mas, de que situação calamitosa estamos falando? É claro que se trata, como o título deste vídeo sugere, da questão da distribuição de vacinas na rede pública. A verdade é que dados recentes apontam para o fato de que falta vacina praticamente no Brasil todo. Segundo levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), quase 66% dos municípios brasileiros possuem, atualmente, carência de pelo menos algum tipo de vacina. Isso deveria ser um escândalo público, você não acha? Mas vamos aos detalhes.
A vacina que mais está em falta, hoje, é aquela utilizada contra a varicela (mais conhecida como catapora). Mais da metade dos municípios brasileiros não possuem essa vacina em seu estoque, sendo que seu tempo de reposição é de mais de 3 meses! Já a tão badalada vacina contra a Covid-19, por sua vez, está ausente em 1 entre cada 4 municípios do Brasil, com seu tempo de reposição sendo de 45 dias.
Há ainda uma falta recorrente de vacinas contra meningite e febre amarela, e também daquela conhecida como “tetraviral” - que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Além disso, 18% dos municípios também relatam falta de vacinas contra a coqueluche. Não é por acaso, portanto, que o Brasil tem sofrido com um surto dessa doença - que representa um aumento de 2.000% no número de casos, na comparação com 2023. Até o fim de novembro de 2024, 16 crianças menores de 1 ano já tinham morrido dessa doença no Brasil. Sim: crianças estão morrendo, no Brasil do Lula, por causa de uma doença para a qual já existe vacina.
Santa Catarina é o estado com o maior percentual de municípios afetados: 87% das cidades catarinenses relatam a falta de pelo menos 1 tipo de vacina. Esses números são, no mínimo, curiosos. Será que o governo está propositalmente deixando faltar vacinas em um estado que votou majoritariamente no Bolsonaro? Não, eu não seria leviano de afirmar uma coisa dessas; até porque o Lula não seria tão cruel assim, não é mesmo?
É claro que alguém, neste momento, pode afirmar que a culpa desse problema não é do governo atual. Aliás, o próprio burocrata responsável pelo setor de vacinas, no Ministério da Saúde, afirmou que parte do problema se deve a erros cometidos por fornecedores - vai vendo. O fato é que não é impossível imaginar que alguém vai colocar a culpa por esse problema, na falta de recursos destinados à Saúde. Acontece que esse tipo de afirmação é uma grande balela.
Apenas em 2024, o Ministério da Saúde incinerou quase 11 milhões de doses de vacinas, de vários tipos - metade delas utilizadas na prevenção da Covid-19. O motivo? Simples: as vacinas passaram de seu prazo de validade, antes que pudessem ser utilizadas para inocular pacientes da rede pública. Somando os dois anos de mandato do Lula, esse total beira as 60 milhões de doses - 22% a mais do que no governo Bolsonaro inteiro! Quer saber o valor, em dinheiro, desse prejuízo? Lá vai: R$ 1,7 bilhões, antes mesmo de o governo Lula chegar à sua primeira metade. Esse valor, por sinal, só não supera o desperdício do segundo governo Lula. Sim, novamente, o pinguço genocida.
Mas antes os problemas relacionados à saúde pública no Brasil se restringissem a isso. Infelizmente, contudo, a coisa é muito mais grave - e muito disso se deve à total incompetência da ministra da Saúde escolhida e mantida pelo Lula, a Sra. Nísia Trindade. Basta lembrar dos números da dengue para você entender esse ponto: o Brasil simplesmente passa pelo pior surto de dengue de sua história. De janeiro a outubro de 2024, já haviam sido registrados 6,5 milhões de casos da doença, com mais de 5 mil mortes - 5 vezes mais do que no último ano do mandato do Bolsonaro, apenas a título de comparação. Na verdade, o número de mortos pela dengue, em 2024, supera de longe a soma dos mortos nos 7 anos anteriores!
E, se você quiser ir mais além, também é possível levar em conta a questão das mortes entre os índios da etnia ianomâmi. No início do mandato Lula 3.0, o STF chegou a aceitar uma denúncia contra o governo Bolsonaro, por suposto genocídio cometido contra esses índios. Contudo, nesse mesmo primeiro ano do mandato do Lula, o número de ianomâmis mortos subiu 6%, em relação ao período anterior. Certamente, porém, você não se lembra de ninguém ter acusado o Lula de genocídio, não é mesmo?
Fora que a citada ministra da Saúde já esteve às voltas com escândalos - coisa normal em governos petistas, diga-se de passagem. O Tribunal de Contas da União recomendou, no final de 2023, que Nísia Trindade fosse obrigada a devolver R$ 11 milhões aos cofres públicos, por causa de um contrato irregular firmado na época em que ela comandava a Fiocruz. Já em maio de 2024, nova história suspeita: dessa vez, a ministra nomeou, para comandar a área de licitações de hospitais no Rio de Janeiro, um sujeito envolvido em denúncias de corrupção, na época do governo de Wilson Witzel. Como sabemos, esse é o típico padrão petista de qualidade.
Agora, precisamos encarar a realidade: se qualquer governante de direita tivesse 10% desses problemas na gestão da saúde pública, a mídia cairia matando dia e noite. Só que, com o Lula, a coisa é diferente: as definições de “dois pesos e duas medidas” foram atualizadas com sucesso. Logo se percebe, portanto, que não se trata DO QUE é feito, mas sim DE QUEM faz. Se é a esquerda no poder, então estão liberados corrupção, incompetência e leniência no combate às mazelas sociais.
Cabe aqui, também, um destaque para a suposta oposição política que existe no Brasil - que é mais de fachada do que qualquer outra coisa, com raríssimas exceções. Convenhamos: é fácil demais ser oposição ao PT, porque o partidão do Lula dá motivos para críticas honestas todo santo dia. Nisso, a esquerda é muito superior à direita: para fazer oposição, eles são capazes até mesmo de mentir descaradamente. Já a direita parece fingir que não vê a verdade.
Contudo, fazendo uma análise libertária mais centrada e, portanto, menos politizada dessa história, podemos tirar importantes conclusões, a partir do caso da escassez de vacinas no Brasil. Se temos, por um lado, ⅔ dos municípios brasileiros com algum tipo de escassez; e temos, do outro lado, dezenas de milhões de vacinas sendo incineradas; então fica fácil somar 2 + 2. Estamos diante de um evidente quadro de ineficiência estatal.
E isso não se restringe apenas ao PT - porque, embora esse partido seja sim mais ineficiente do que a média política brasileira, casos semelhantes são documentados em todos os governos. Estamos falando de uma ineficiência crônica, que não depende do político que ocupa a cadeira presidencial, mas que está inerentemente atrelada à máquina estatal. Isso porque o estado, por definição, é ineficiente. E esses casos concretos servem, basicamente, para provar um ponto que deve ser percebido de forma apriorística.
O maior problema de um órgão como o Ministério da Saúde é sua excessiva centralização. A aquisição de vacinas destinadas ao SUS é feita de forma nacional, a partir de um planejamento burocrático centralizado que, supostamente, faz o mapeamento das demandas locais. Como os números nos mostram, tal mapeamento é completamente ineficiente: tem vacina demais para determinadas doenças, enquanto faltam doses para outras. É óbvio, para qualquer ser pensante, que centralizar a saúde de 200 milhões de indivíduos é, simplesmente, uma loucura.
Por outro lado, quanto mais descentralizada fosse a tomada de decisões, mais eficiente ela poderia ser. Afinal de contas, os municípios conhecem melhor suas próprias demandas, que os burocratas de Brasília. Os recursos seriam mais bem utilizados nos próprios municípios, ao invés de estar à disposição de licitações realizadas em âmbito nacional, que exigem um complexo sistema de logística e distribuição. Isso é óbvio, mas o fato é que o estado brasileiro é megalomaníaco mesmo.
Ainda assim, a descentralização não garantiria o máximo de eficiência, porque isso só poderia ser obtido num livre mercado. Ou seja: a chamada “saúde pública” - que não passa de pretexto estatal para realizar licitação - é, desde o princípio, ineficiente. Só a saúde privada, movida pelos incentivos corretos, é que seria capaz de realmente atender às demandas dos pacientes, gastando o mínimo de recursos para isso. Em outras palavras: fazendo o exato oposto do que o estado faz. Na prática, podemos dizer que o modelo estatal é tão ruim e ineficiente, que parece que foi propositadamente concebido assim, para não funcionar mesmo.
De qualquer forma, a análise libertária desse ponto não afasta a responsabilidade do governo Lula pelos péssimos números apresentados. Se falta tanta vacina no Brasil, se tantas doses tiveram que ser incineradas por estar vencidas, se temos recordes de mortes entre ianomâmis e se enfrentamos a pior crise de dengue de nossa história, a culpa é sim do pinguço e de sua gente. E se o Brasil fosse um país sério, essa gangue seria julgada pelos crimes cometidos. Porém, o Brasil é qualquer coisa, menos um país sério. Por aqui, só há críticas, investigações e oposição se os erros - ou supostos erros - forem cometidos pela direita. A esquerda, meu amigo - essa pode tudo, impunemente.
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/falta-vacinas-incompetencia-nisia-2024/
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/mortes-de-yanomami-crescem-quase-6-governo-alega-subnotificacao/
https://www.metropoles.com/colunas/tacio-lorran/saude-incinera-vacinas
https://www.poder360.com.br/poder-saude/em-pior-ano-da-historia-brasil-supera-65-mi-de-casos-de-dengue/