Enquanto milhões de brasileiros lutam para pagar contas básicas, um pequeno grupo no topo da Justiça vive em luxo absoluto — salas VIP, carros milionários e bônus de meio milhão por mês. Vamos revelar vários privilégios custeados com o dinheiro do povo!
Enquanto o brasileiro comum faz as contas no fim do mês para escolher entre comprar remédio ou comida, um grupo privilegiado vive como reis modernos no topo da República. Eles usam togas em vez de coroas, moram em Brasília em vez de palácios reais, mas são igualmente intocáveis e distantes da realidade e custam muito mais caro para o povo manter.
Bem-vindos ao mundo dos "Deuses Togados", onde a Justiça brasileira criou um universo paralelo de mordomias tão absurdas que fariam qualquer rei da história morrer de inveja de tanto privilégio.
A última bomba dessa novela veio direto do Tribunal Superior do Trabalho, que vai destinar R$ 1,5 milhão para construir uma sala VIP exclusiva no aeroporto de Brasília. O objetivo? Evitar que as autoridades tenham "contato com pessoas inconvenientes". Traduzindo: vocês, cidadãos que pagam impostos, são "inconvenientes" demais para ficarem no mesmo ambiente que os senhores ministros. Ou seja, eles não querem ser criticados e incomodados de forma alguma.
Mas espera, que a coisa fica melhor. O mesmo TST gastou R$ 10,4 milhões em 30 carros de luxo de R$ 346,5 mil cada um para que os ministros não precisem usar o próprio carro e possam exibir luxo com o dinheiro do povo brasileiro. Imaginem só o constrangimento de um ministro preso no engarrafamento ao lado de um Uno com escada em cima.
Se você acha que os privilégios param por aí, prepare-se para conhecer o verdadeiro paraíso dos advogados públicos. Ainda neste ano, alguns advogados da União chegaram a receber até R$ 547 mil em um único mês em honorários de sucumbência, mas sem transparência alguma. Esses honorários, em outras palavras, referem-se a um bônus pago aos servidores da área jurídica do Executivo pela atuação na defesa dos interesses da União.
(Sugestão de Pausa)
Para se ter uma ideia do absurdo: enquanto um professor da rede pública ganha entre R$ 3.000 a 5.000 por mês, um advogado da União pode embolsar mais de meio milhão mensalmente por fazer exatamente aquilo que já recebe de salário para fazer. É como se um jogador de futebol ganhasse um prêmio extra toda vez que faz um gol — sendo que já é pago para isso.
Esses "bônus" chegaram a R$ 1 bilhão em 2024, passando do teto permitido pela Constituição. Mas quem se importa com limites quando se vive no Olimpo? Devido a uma lei federal de 2017, esses valores que antes iam para os cofres públicos, agora vão direto para o bolso dos advogados. Uma redistribuição de renda ao contrário: em vez de tirar dos ricos para dar aos pobres, tiramos do povo para enriquecer quem já vive bem.
O mais revoltante dessa história é como o próprio Estado foi capturado pelos seus funcionários mais graduados. Eles não apenas trabalham para o governo — transformaram o governo numa máquina de criar privilégios para si mesmos.
O Supremo Tribunal Federal já gastou R$ 1,1 milhão com sua própria "sala VIP" desde 2023, pagando cerca de R$ 35 mil por mês. O Superior Tribunal de Justiça tem a sua. Agora o TST quer a sua, e a coisa tá virando moda entre a elite. É uma competição entre os três poderes para ver quem consegue se afastar mais do povo que deveria servir. Esse é o real incentivo do estado: beneficiar e proteger membros em posição de poder às custas do povo. Aquela historinha de serviço público gratuito e de qualidade é só para fazer você pagar impostos sem reclamar.
A desculpa é sempre a mesma: "segurança". Como se o Brasil estivesse em guerra civil e os ministros fossem alvos de ataques constantes. A realidade? O espaço pode ser usado até em viagens pessoais. Ou seja, o contribuinte paga para que o ministro evite "pessoas inconvenientes" até quando vai passar férias na Europa.
(Sugestão de Pausa)
Enquanto hospitais públicos não tem leitos e equipamentos de ponta, e escolas públicas têm goteiras, o TST gasta milhões em mordomias para uso exclusivo de 27 pessoas. Vinte e sete pessoas. Em um país com mais de 200 milhões de habitantes.
A situação fica ainda mais revoltante quando você percebe que isso mostra como avançam os privilégios, salários altos e a proteção total no Judiciário. Não é só questão de dinheiro — é a criação de uma classe intocável, protegida de qualquer cobrança, imune a qualquer crítica. E hoje em dia, dependendo da crítica que um cidadão brasileiro fizer a esses reis e rainhas, a pessoa pode ser até presa.
Você sabia que existe uma Olimpíada do Judiciário? Pois é, enquanto professores fazem greve por melhores condições de trabalho, juízes ganham folga paga para competir entre si em torneios esportivos custeados com dinheiro público. Porque, aparentemente, não basta ganhar mais de R$ 30 mil por mês — é preciso ganhar mais R$ 30 mil para brincar de atleta nas horas vagas.
A Advocacia-Geral da União, pressionada pelo escândalo dos "bônus" milionários, publicou uma portaria para "aumentar a transparência" sobre os pagamentos. Reparem na linguagem: "aumentar a transparência". Ou seja, até agora não havia transparência nenhuma. Os advogados da União recebiam fortunas mensais e ninguém sabia — até vazar na imprensa.
É a transparência forçada, a prestação de contas na marra. Como ladrão que só confessa quando é pego com a mão na massa.
(Sugestão de Pausa)
O Brasil tem inúmeras cidades com infraestrutura precária e até falta de saneamento básico. Enquanto isso, o TST gastou R$ 10,3 milhões em 30 carros de luxo. É humilhação ou não é? Os verdadeiros donos desse dinheiro são os empreendedores e trabalhadores do setor privado que só veem se dinheiro sendo desvalorizado pela inflação e os impostos aumentando, ano após ano.
A situação é tão descarada que eles nem tentam mais esconder. O Tribunal fala abertamente em evitar "pessoas inconvenientes" — uma forma educada de chamar o povo brasileiro de lixo, indigno de respirar o mesmo ar que suas excelências.
O Ministério Público pediu ao Tribunal de Contas da União que suspenda a obra da sala VIP, questionando se é legal e se serve ao interesse público. Mas adivinhem quem vai julgar se os gastos são certos? O próprio sistema judicial. É como pedir para a raposa tomar conta do galinheiro e ainda esperar que ela se discipline sozinha. Lembre-se que nessas instâncias superiores do poder, muitos estão conectados, são amigos ou tem favores a dever com seus pares. Ninguém ali quer comprar briga com ninguém para defender a coisa certa - o povo que se dane.
O TCU, formado pela mesma elite, vai analisar os gastos da elite jurídica para decidir se essa casta privilegiada pode continuar gastando dinheiro público em mordomias com dinheiro público. Qual será o resultado? Três palpites, sendo que os dois primeiros não contam.
O Brasil acabou com a monarquia em 1889, mas criou uma versão ainda pior: uma nobreza de toga que não presta contas a ninguém, não tem limite de gastos e trata o dinheiro público como propriedade pessoal.
Pelo menos Dom Pedro II era humilde e vivia com simplicidade. Esses "republicanos" de toga vivem com luxos que fariam inveja a qualquer rei da história.
(Sugestão de Pausa)
A diferença é que um rei herda o trono por acaso do nascimento e tem incentivos para cuidar de sua riqueza, sua reputação e império. Já os modernos reis republicanos inventaram para si mesmos um reino baseado em concursos públicos e diplomas de Direito. Criaram uma nobreza "por mérito" — onde o mérito é medido pela capacidade de sugar recursos do Estado sem despertar revolta popular.
Enquanto os políticos são (corretamente) criticados pelos seus privilégios e exageros - apesar de mentirem para o povo -, o Judiciário conseguiu construir uma proteção quase perfeita contra qualquer questionamento. Criticar juiz virou "ataque à democracia" e às instituições da república. Questionar gastos do Judiciário virou "interferência entre poderes".
É o golpe perfeito: uma classe que se coloca acima da lei criando leis para se proteger de qualquer controle. Eles não quebram o sistema — eles são o sistema quebrado.
A polêmica dos "bônus" de R$ 547 mil mensais acontece "sem a transparência necessária", mas isso não é defeito — é proposital. O segredo faz parte do esquema. Como dizia o velho ditado: "em terra de cego, quem tem informação é rei".
No final das contas, quem paga essa festa são sempre os mesmos: o aposentado que espera meses por uma consulta no SUS, o pai de família que acorda às 5h para pegar três ônibus até o trabalho e ganha pouco, a mãe que faz malabarismos para pagar a escola dos filhos.
(Sugestão de Pausa)
Enquanto isso, lá no Olimpo de Brasília, os deuses togados brindaram com champanhe francês (pago pelo contribuinte) o sucesso de mais uma jogada para tirar recursos públicos sem dar satisfação a ninguém.
Em apenas um mês, setembro de 2017, advogados públicos arrecadaram R$ 57,5 milhões em "bônus". E isso foi há mais de sete anos — imaginem os valores hoje, inflacionados pela criatividade política e pela ausência total de controle.
A República brasileira morreu no dia em que seus funcionários mais graduados pararam de se ver como servidores públicos e começaram a se ver como uma nobreza natural. Morreu quando "servir ao público" virou "ser servido pelo público". Hoje, temos uma república de fachada, onde o povo vota em presidentes que governam para interesses escusos de grupos no poder que fazem lobby. A nossa elite de toga nunca aparece nas urnas, não são eleitos pelo povo, mas controla todas as decisões importantes do país.
É hora de uma pergunta desconfortável: em que momento uma democracia deixa de ser democracia e vira uma oligarquia disfarçada? Quando que 27 pessoas valem mais que 212 milhões de brasileiros? Quando ser funcionário público vira fonte de enriquecimento pessoal? Quando "servir à Justiça" vira sinônimo de "viver como rei"?
A resposta está aí, estampada nas salas VIP, nos carros de luxo, nos "bônus" milionários e na cara de pau de quem se acha intocável. Os deuses togados do Olimpo brasileiro construíram seu paraíso — e a conta, como sempre, ficou para nós, mortais, pagarmos.
A única pergunta que resta é: até quando o povo vai aceitar sustentar essa corte de Versalhes brasileira sem pedir a cabeça de ninguém?
https://www.metropoles.com/colunas/mario-sabino/a-sala-vip-da-justica-do-trabalho-e-essa-gentinha-problematica
https://revistaoeste.com/politica/juizes-tem-folga-remunerada-para-disputar-olimpiada-do-judiciario/
https://www.gazetadopovo.com.br/republica/tst-compra-carros-hibridos-de-luxo-ministros/
https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/brasil/advogados-da-uniao-recebem-ate-r-547-mil-ao-mes-em-honorarios-sem-transparencia/
https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/08/12/tst-compra-27-carros-de-r-3465-mil-cada-para-ministros-se-deslocarem-em-brasilia.ghtml