MEC deturpa, mais uma vez, a liberdade na educação brasileira em relação a celulares nas escolas!

O Ministério da Educação, a instituição inútil criada por Getúlio Vargas para dar ao estado o monopólio decisório sobre o que as crianças podem aprender, agora quer ditar se os alunos podem usar celular nas escolas.

Não é novidade que as pessoas levam celulares para todos os locais: festas, restaurantes, casas de parentes, e, é óbvio, os jovens não deixariam de levá-los à escola. Faz tempo que os smartphones têm sido usados como objetos de distração pelos alunos, mas esses aparelhos também podem ser bastante úteis, seja para aprender coisas importantes ou para expor situações reais de crimes e injustiças. Acontece que tudo vira desculpa para imposições e controles em nossa sociedade, que tem uma mentalidade servilista, na qual o governo deve nos proteger de nossas próprias ações e hábitos. E, devido a um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no mês de julho deste ano, o uso de celulares em salas de aula tem causado grandes prejuízos à concentração dos estudantes, e o mesmo relatório ainda sugere a proibição dos aparelhos.


O governo brasileiro, paternalista e intervencionista como sempre, com certeza não deixaria de adotar essa medida autoritária sobre o comportamento dos alunos. Até o mês de outubro, o MEC deve divulgar um projeto de lei que visa proibir o uso de celulares em todas as escolas do país, incluindo as privadas, o que é um absurdo ainda maior. Toda escola privada deveria ter autonomia para escolher suas próprias regras internas, mas, infelizmente, elas são totalmente subjugadas pelos ditames do Estado, por meio do MEC e das secretarias de educação. Representantes do MEC disseram que essa iniciativa da instituição dará segurança jurídica aos governos estaduais e municipais, que já estavam discutindo a proibição dos aparelhos.


De acordo com a Unesco, essas restrições já são impostas, de formas diferentes, em alguns países. Entre eles, podemos citar França, Estados Unidos, Finlândia, Itália, Espanha, Portugal, Holanda, Canadá, Suíça e México. Mas essas regras proibitivas já vinham sendo adotadas por algumas escolas no Brasil, seja por regulamentações municipais, estaduais ou por regras das próprias escolas.


Uma pesquisa da TIC Educação mostra que o uso de celulares já é proibido em 28% das escolas urbanas e rurais do Brasil. Cerca de 6 a cada 10 escolas estão adotando alguma regra sobre essa questão, como a limitação de horários e locais específicos em que o aparelho celular pode ser usado pelos alunos. A pesquisa também revela que, entre as instituições de ensino que atendem apenas alunos de uma faixa etária mais jovem, a parcela das que proíbem os aparelhos celulares passou de 32%, em 2020, para 43%, em 2023. Já nas instituições que também atendem alunos dos anos finais do ensino fundamental, houve um aumento de 10% para 21% no mesmo período. Por outro lado, os colégios com ensino médio estão com um controle menos rigoroso, já que apenas 8% baniram o uso de celulares.


Essas medidas de restrição ao uso de celulares nos trazem várias questões. De fato, estamos na era do vício em tecnologias e redes sociais, e muitas crianças que não têm limite acabam exagerando nisso. Não tem como negar que o uso excessivo de celulares em momentos inadequados pode, sim, atrapalhar o desenvolvimento dos alunos nas disciplinas que lhes são oferecidas nas escolas e que requerem foco e dedicação.


O problema surge quando o governo, como planejador da vida alheia, com seus autoritários engenheiros sociais, começa a impor regras invasivas de cima para baixo. Ao mesmo tempo em que celulares podem atrapalhar o andamento da aula e o processo de aprendizagem, eles podem ser ferramentas importantes para denunciar problemas internos nas escolas, como doutrinação e violência. Já vimos casos que repercutiram na internet de professores doutrinando alunos, dizendo-lhes que o ladrão tem seus motivos para roubar e que é tão trabalhador quanto qualquer outro. Essa é uma típica visão marxista, que vê o criminoso como vítima de uma sociedade capitalista e opressora e, portanto, acredita que ele tem algum direito de praticar crimes como roubos.


Agora, imagine se um professor estiver assediando meninas jovens ou agredindo um aluno? Seus colegas, com celulares, poderiam gravar o crime e ajudar a punir o professor. Fica claro que são muitas as questões que podemos levantar, já que o celular em si, como toda tecnologia, pode ser usado de forma produtiva ou prejudicial. No entanto, cabe à escola tomar essa decisão e, se os pais não gostarem, é só mudar o aluno de escola ou adotar o homeschooling. Contudo, o governo cria inúmeras barreiras para aqueles que preferem a educação domiciliar. O que deveria haver no Brasil é liberdade de escolha, o que, por si só, resolveria muitos problemas de insatisfação com as escolas e suas regras, ou casos extremos como bullying e inadequação de alunos em certas escolas.


Um estudo feito pela Universidade de Stavanger, na Noruega, em 2012, concluiu que apenas "rolar" a página de um site, em vez de virar a página de um livro, atrapalha a memória e prejudica a interpretação. Mas sabemos também que, em certos países mais ricos, os alunos frequentam as aulas com modernos notebooks, nos quais fazem suas anotações de forma mais rápida. Outra pesquisa, desta vez da famosa universidade americana de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que o excesso de tecnologia leva a prejuízos na comunicação, problemas no sono e atraso no desenvolvimento cognitivo. Não estamos aqui para dizer se essas pesquisas dizem a mais pura verdade ou se elas devem ser questionadas, mas esses dados são usados por aqueles que defendem a diminuição ou proibição do uso de celulares em escolas.


Para a presidente-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, o celular tem sido muito presente e tem intermediado as relações e vivências de crianças e adolescentes, e, para ela, isso é negativo, sobretudo dentro das escolas.


Em suas palavras: "É preciso colocar um limite firme e rigoroso, para que o aluno possa ter seu desenvolvimento cognitivo e seu aprendizado garantidos, além de preservar a convivência social e o desenvolvimento emocional. E é importante que esses protocolos sejam determinados pelos estados e municípios, inclusive, para dar suporte aos gestores escolares."

Acontece que, se analisarmos bem o modus operandi do Estado e o que ele sempre fez no sistema de ensino, sabemos que tudo se trata de controle, e pouco sobre o desenvolvimento do aluno. Os estudantes brasileiros das escolas públicas têm péssimo histórico nas provas de avaliação de aprendizado, como o PISA, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos. É mais do que evidente que há problemas no sistema de ensino controlado pelos burocratas do MEC que nunca se resolveram, e, em muitas escolas, o que prevalece é o total descaso com o aluno e seu bem-estar. Não é novidade que crimes, tráfico de drogas e outros problemas acontecem dentro de algumas escolas brasileiras, e já vimos inúmeros casos de bullying que destruíram vidas. Se esses burocratas e especialistas em educação estivessem realmente preocupados com a boa convivência social e o desenvolvimento emocional das crianças e adolescentes, eles lutariam diariamente para acabar com o problema frequente de bullying entre alunos. Em muitos casos, alunos com comportamento inadequado ou violento nem mesmo são expulsos das escolas, e, principalmente em escolas públicas, esses alunos raramente são expulsos.


Como libertários e defensores do livre mercado e da liberdade de escolha, defendemos que o melhor modelo para representar os interesses e demandas dos alunos e suas famílias é o livre mercado no setor educacional. Portanto, defendemos a privatização de todo o sistema de ensino e o fim de instituições reguladoras estatais, como o MEC e todas as secretarias de educação. Está claro que essas instituições, como braços do Estado a serviço de interesses políticos, apenas servem para fortalecer grupos de interesse, como sindicatos de funcionários públicos e entidades lobistas que estão por trás do governo.


Cada aluno deve ser visto como um indivíduo; portanto, sua educação deveria ser totalmente customizada de acordo com suas necessidades, objetivos de vida e os interesses de seus pais. Infelizmente, o que temos visto nas escolas estatais mundo afora — e isso vai muito além do Brasil — são professores doutrinando alunos com ideologias nefastas. Podemos citar como exemplo um caso absurdo que aconteceu na cidade de Contagem, Minas Gerais.


No Dia das Mulheres deste ano, foi ensinado aos alunos sobre ideologia de gênero. Um homem palestrou para crianças e adolescentes, tentando doutriná-los sobre o que é ser mulher, com toda a baboseira que a esquerda progressista defende. Esse caso viralizou na internet graças a um vídeo gravado, e deputados federais se manifestaram sobre o acontecimento, repudiando a palestra. Em pleno Dia da Mulher, em vez de os alunos aprenderem sobre o respeito que as mulheres merecem, eles estavam aprendendo que um homem pode se identificar como mulher e que a pessoa não nasce mulher. Isso não só vai contra a ciência biológica, mas ensinar isso a crianças inocentes é um verdadeiro absurdo. Será que é papel das escolas e do Estado impor ideologias woke, causando confusão na mente das crianças sobre a realidade?


Talvez, se não fosse alguém com um celular filmando isso, poucos teriam ficado sabendo desse caso chocante, que seria rapidamente abafado pelas autoridades públicas. Tá aí um bom motivo para os políticos, sobretudo os de esquerda, desejarem tanto a proibição de aparelhos celulares em salas de aula. Por isso, não seja inocente: tudo o que o governo faz é sobre controle, e não sobre melhorar o desenvolvimento de um país ou a qualidade de vida de sua população.

Referências:

https://g1.globo.com/educacao/noticia/2024/09/20/medida-para-proibir-uso-de-celulares-em-escolas-publicas-esta-sendo-preparado-pelo-mec.ghtml