Será que o mundo inteiro vai ter que começar a usar Vpn para poder acessar o X?
Não é novidade pra niguém a briga entre o digníssimo sinistro do STF, Alexandre de Moraes, e o bilionário Elon Musk sobre as ordens incoenrente e hipócritas que estão proibindo o Twitter no Brasil. Por consequência, essas ordens anti constitucionais, com aplicação de multas extremamente altas caso não fossem obedecidas, não dão possibilidade de recorrer ao processo legal que, em teoria, é garantido pelo nosso "papelzinho mágico assinado em 88" que alguns chamam de constituição.
Essa briga não gera fruto algum nem para o próprio Alexandre de Moraes, cujos funcionários tiveram conversas vazadas, deixando claro o desejo individual e particular de focar na perseguição política contra políticos de direita e pessoas relacionadas a esse espectro político, chegando a pedir que seus aliados fossem "criativos" na hora de justificar esses processos. Uma atitude anti ética e imoral que coloca no chinelo as informações vazadas do Juiz Sérgio Moro que, praticamente, anularam a maioria das condenações da Operação Lava Jato em cima do atual presidente Lula.
Esse tipo de material obviamente dá margem para um impeachment, fazendo com que as pessoas ao redor dele tenham medo de obedecê-lo, temendo serem culpadas posteriormente por seguirem ordens ilegais. O impeachment ainda não avançou de forma satisfatória por conta das velhas correntes políticas que temos entre os líderes do governo. Toda essa questão não surpreende ninguém, já que aqui é o Brasil e a Justiça é cega apenas em sua personificação em forma de estátua.
Isso prejudica nossa posição diplomática à medida que essas ações ganham os holofotes no exterior, com o Brasil agora incluído na lista de países que baniram o X, ao lado de Rússia, China, Irã e Coreia do Norte. Como vocês podem ver, só países democráticos e com conceitos sociais e econômicos exemplares para o mundo, não é mesmo? Porém, por mais impressionante que possa parecer, vários outros países que não são ditaduras descaradas também querem seguir o mesmo caminho.
O país em destaque neste vídeo não é uma grande novidade, já que a Austrália tem adotado algumas leis autoritárias nos últimos anos, além de ter implementado um dos lockdowns mais rígidos do mundo durante a pandemia. Recentemente, o país apresentou uma proposta de lei para multar redes sociais em até 5% de sua receita anual caso não removam publicações que o governo considerar enganosas ou "informações falsas que causem danos graves, com intenções religiosas ou políticas".
Esse já é um assunto antigo no Brasil, onde algumas leis e até própria constituição são interpretadas conforme a vontade das elites políticas de Brasília. Muito provavelmente até memes seriam classificados como algo com "intenções políticas", já que o governo demonstrou não acreditar que memes na internet sejam algo feito de maneira orgânica, como no caso dos memes do Taxxad. O Estado é o ser todo-poderoso que decide o que é verdade ou mentira. Mais alguns passos na escalada do autoritarismo digital e vamos poder nomear Alexandre de Moraes como sinistro no "Ministério da Verdade", exatamente nos mesmos moldes que na história fictícia do livro 1984 de George Orwell.
Mas, deixando as especulações de lado, o próprio Elon Musk reclamou sobre isso, respondendo a uma notícia compartilhada apenas com a palavra "Fascista". Vale ressaltar que não é uma atitude inteligente repetir o gesto dos esquerdistas de acusar alguém de fascista (mesmo que muitas vezes eles concordem com os gestos do Alemão do Bigodinho e com a doutrina de Mussolini de "Tudo para o estado e nada fora do Estado").
O governo australiano obviamente não reagiu bem, e muitos políticos repetiram o discurso bonito de que "o projeto visa combater alegados danos causados pela desinformação à segurança, saúde e bem-estar dos australianos, bem como à democracia, sociedade e economia da Austrália". Um assessor do Tesouro australiano chegou a chamar a lei de "loucura", alegando que ela era um exercício de "soberania" do país para manter seus cidadãos "a salvo de fraudadores e criminosos".
Será que esse cara tem um amigo em Brasília chamado Alexandre? O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, também respondeu ao caso, dizendo a repórteres na capital que "as redes sociais têm uma responsabilidade social. Se o senhor Musk não entende isso, isso diz mais sobre ele do que sobre o meu governo".
Não são apenas Brasil e Austrália que estão tentando empurrar uma "censura legalizada" nas redes sociais e ameaçar o X. A União Europeia já tenta regulamentar a internet há tempos, como no caso da proposta do Artigo 13 em 2017, que daria direitos autorais até para memes, uma óbvia bobagem. Nós, libertários, sabemos que propriedade intelectual não existe, pois é um crime sem vítima e vai de encontro com toda a lógica por traz do conceito de propriedade.
Os países ao redor do mundo estão focando em medidas contra o X por ele tentar resistir a essas demandas, enquanto a maioria das outras empresas prefere não comprar briga com os estados, na esperança de saírem ilesas. O que não poderia ser mais ingênuo. Pode ter certeza de que grandes empresas como o Google e o Facebook estão na mira para serem derrubadas quando pararem de seguir a cartilha.
Na Venezuela, o ditador Nicolás Maduro já baniu o X há algum tempo e, recentemente, virou piada ao pedir que "o povo venezuelano" desinstalasse o WhatsApp para evitar "narrativas golpistas", sendo flagrado com o app reinstalado no celular dias depois.
Isso aconteceu justamente porque as redes se tornaram um meio indispensável para a comunicação hoje. Tanto que o próprio TSE chegou a publicar coisas no X após a rede ter sido oficialmente banida do Brasil por ordem de Moraes. O governo pode descumprir suas próprias leis? E como sabem quem está acessando o Twitter sem eles mesmos acessarem a plataforma para monitorá-la?
De qualquer forma, isso cria uma espiral: quanto mais o governo tenta censurar algo, mais visibilidade o assunto ganha, especialmente ao remover uma rede social inteira. A maioria das pessoas ignorou as ameaças de proibição e disse abertamente que usaria VPNs para continuar acessando o Twitter, com as buscas por VPN aumentando em quase 200% antes da queda do site.
A quantidade de pessoas afirmando isso foi tão grande que o nosso digníssimo careca impôs uma multa de R$ 50 mil para quem acessasse o aplicativo por VPN, exigindo também a remoção dos serviços de VPN mais famosos das lojas de aplicativos, ignorando o processo legal e penalizando serviços e empresas não relacionadas ao processo. Porém, isso também não surpreendeu ninguém jpa que é rotina por aqui. Para você ter ideia do absurdo, o valor de 50 mil reais é maior que a fiança média para o crime de tráfico de drogas, que era de 20 mil reais. Ou seja, tá sendo menos arriscado plantar maconha na sua residência pra vender pros amigos bitcoinheiros do que acessar um site em que a maioria das atividades consiste apenas em ler notícias antes de todo mundo, falar besteiras com convicção e refutar perfis esquerdistas.
O que está acontecendo no Brasil pode parecer extraordinário, mas só vai se tornar mais comum nos próximos anos, com governos ao redor do mundo aplicando censura em conteúdos negativos e as pessoas encontrando formas de burlar essa censura. Quanto mais rígido o governo tenta ser, menos controle ele terá sobre a informação na internet.
Ao contrário do que muitos previam no começo dos anos 2000, o futuro da internet não será controlado por um órgão nacional ou mundial, mas sim cada vez mais livre e descentralizado. Estamos apenas no começo dessa transformação.
Com o avanço das tecnologias voltadas à privacidade na rede, como criptografias mais robustas e o uso crescente de VPNs e navegadores anônimos, o controle estatal sobre a internet se torna cada vez mais difícil. A cada nova tentativa de censura ou controle, surgem novas ferramentas que capacitam os usuários a burlarem essas barreiras, garantindo que o fluxo de informações continue livre e acessível.
Além disso, a mudança de gerações nos traz um fato importante: a maioria dos adolescentes e jovens adultos já entendem bem sobre computadores e sobre o uso da internet desde a infância. Isso cria uma geração de internautas muito mais apta a lidar com tecnologias descentralizadas e a buscar maneiras de proteger sua privacidade e autonomia online, diferente da maioria dos usuários nos anos 90 e 2000. Esse conhecimento disseminado é uma ameaça direta a qualquer tentativa de controle estatal.
O crescimento de tecnologias descentralizadas, como o Bitcoin, é um exemplo claro de como as estruturas centralizadas serão cada vez mais desafiadas. A criação e distribuição de conteúdos descentralizados se tornarão uma força imparável, que não apenas resistirá ao controle estatal, mas também irá espalhar a mensagem de liberdade e anarquia para um número cada vez maior de pessoas. O futuro da internet será moldado por essa resistência e a luta pela liberdade se fortalecerá mais do que nunca, mesmo que a maioria das pessoas envolvidas nunca tenha lido ou ouvido falar sobre os conceitos libertários que ensinamos por aqui. A guerra está apenas começando!
https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/premie-da-australia-critica-musk-por-chamar-governo-de-fascista-apos-projeto-para-multar-redes/