Para variar, o ditador que controla todo o processo eleitoral na Venezuela venceu as eleições presidenciais. É claro que o país é o sonho democrático de todo esquerdista: quem conta os votos é comunista.
Os últimos dias de julho foram de tensão na Venezuela devido a uma eleição que poderia mudar a história do país. O ditador socialista, Nicolás Maduro, já vinha se preparando para criar essa vitória fraudulenta, já que perseguiu toda a oposição e impugnou a candidatura dos principais concorrentes. Após sua esperada vitória, Maduro afirmou na segunda-feira, dia 29, que há um plano de golpe de estado no país, de caráter fascista. Claro que essa narrativa visa desviar as polêmicas sobre a integridade e transparência de sua reeleição, que foi anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Não é difícil de entender que após atos autoritários e ilegítimos, como o fechamento da fronteira e a proibição da fiscalização da votação, a oposição venezuelana e boa parte da comunidade internacional tenha questionado a legitimidade dessa suposta democracia venezuelana.
Para esconder todos os absurdos que aconteceram durante a eleição, o presidente do CNE, o chavista Elvis Amoroso, que evidentemente está ajudando Maduro, teve a coragem de dizer durante a cerimônia de proclamação de posse o seguinte: “a eleição presidencial ocorreu em um clima de respeito, paz e participação democrática, embora alguns tenham tentado gerar violência”. Essa “violência” que se refere foram os protestos legítimos de milhares de venezuelanos cansados da censura e da violência do regime chavista, e que saíram em busca de eleições limpas. Elvis Amoroso ainda disse que todos os obstáculos foram superados durante o processo eleitoral graças à capacidade técnica, moral e ética do CNE. Como tem gente que leva isso a sério?
Maduro, como todo ditador, joga o jogo da manipulação e da distorção dos conceitos das palavras ao criar suas narrativas malucas. Segundo o ditador venezuelano, o que se passou nessas eleições foi uma disputa entre o povo que quer a paz e, se referindo à oposição, “às elites cheias de um projeto contra revolucionário, fascista, atrelado ao império americano”. Realmente, como a esquerda faz tudo o que um ditador fascista sonha em fazer, precisam pintar a oposição como fascistas para criar inimigos imaginários e manter a ilusão de que sabotadores ameaçam o povo e a paz social. Esta é a única forma de desviar a atenção do povo. A verdade é que a elite mundial é progressista e dá para perceber como os grandes empresários estão sempre financiando essas causas políticas. Todo o establishment estatal, sobretudo sua burocracia lotada de funcionários públicos, tende ao socialismo, pois os integrantes da elite sabem que mais estado representa mais poder, mais cargos e mais dinheiro, e a tirania é a consequência final desse agigantamento do leviatã estatal.
Maduro foi o homem que aboliu os direitos de propriedade e a liberdade de imprensa e manifestação, e agora fica querendo usar termos pejorativos para demonizar qualquer pessoa que desafie sua tirania. Ele de fato instaurou a democracia relativa que o Lula adora: liberdade é escravidão.
Maduro declarou:
“Digo aos conspiradores, aos envolvidos e aqueles que apoiam essa operação contra a democracia venezuelana que já conhecemos o filme e que desta vez não haverá fraqueza alguma. Desta vez, na Venezuela, a Constituição será respeitada, a lei será respeitada e nem o ódio, nem o fascismo, nem a mentira, nem a manipulação serão impostos”.
Isso não parece um discurso de um certo presidente petista brasileiro? Que precisa criar espantalhos e alegar que sua constituição está sendo desafiada e que o ódio ameaça seu governo? Trata-se de uma retórica barata para fingir defender o povo, a lei e o estado de direito, mas foi o regime chavista que aboliu qualquer sistema de justiça que um dia possa ter existido na Venezuela. Todo o ódio que a esquerda vive propagando, precisa imputá-lo aos seus adversários. Quem prende os dissidentes são os ditadores socialistas, e não os conservadores ou liberais.
Maduro está com medo da verdade e de que seu império de terror esteja chegando ao fim, pois todos estão percebendo a farsa que é seu regime na Venezuela, que está ficando exposto. Após a eleição, nove países pediram uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos, a OEA, para debaterem sobre os resultados das eleições na Venezuela e a situação de tensão e conflito do país.
Não é estranho que o site do CNE ficou cerca de 12 horas fora do ar após o anúncio da vitória de Nicolás Maduro? Foram estranhos os problemas com a transparência na apuração dos votos, e muitas pessoas denunciaram possíveis manipulações de resultados já que não havia nenhuma transparência. O CNE proclamou a vitória do ditador como o vencedor com base em apenas um boletim oficial apresentado até o momento, e não há sequer novas informações sobre a contagem dos votos. O que importa para um ditador não é a democracia em si, mas quem controla a apuração de votos e, no caso da Venezuela, é apenas um órgão do governo que tem esse poder.
A situação da eleição venezuelana ficou mais estranha ainda depois que o aliado de Maduro e presidente do CNE, Amoroso, revelou que a demora no pronunciamento com os números era devido a um ataque hacker no sistema de transmissão de dados. Ele, no entanto, não entrou em mais detalhes sobre esse suposto “incidente”, o que traz mais suspeitas sobre suas ações.
Foram várias as irregularidades denunciadas pela oposição no dia da votação, o último domingo. Entre elas, a impossibilidade de acessar as instalações do CNE e de divulgação dos resultados. É claro que o ditadorzinho prepotente não deixaria ninguém averiguar a transparência da apuração. A principal testemunha eleitoral da oposição na Venezuela, Delsa Solórzano, que é presidente do partido Encuentro Ciudadano, revelou que vários centros eleitorais interromperam a transmissão dos resultados das urnas ao Conselho Nacional Eleitoral na noite do domingo, dia 28. Ainda de acordo com ela, os representantes da oposição a Maduro foram impedidos de acessar as atas eleitorais e fiscais chegaram a ser expulsos de centros de votação. Em suas palavras, disse: “Denunciamos que o CNE se recusa a transmitir registros em vários centros de votação”. Ela também chegou a denunciar que representantes de González (o candidato adversário) não puderam entrar nas instalações do CNE.
María Corina Machado, a líder antichavista, declarou na segunda-feira que o novo presidente eleito na Venezuela é o ex-embaixador Edmundo González Urrutia, apesar do resultado anunciado pelo CNE. Maria Machado revelou informações chocantes. Segundo ela, que dispõe de mais de 40% das atas transmitidas pelo órgão eleitoral, González Urrutia recebeu cerca de 70% dos votos, enquanto Nicolás Maduro ficou com apenas 30%. Assim, Maria comemorou: “Esta é a verdade e é, meus queridos venezuelanos, a eleição presidencial com a maior margem de vitória da história do país! Parabéns, Edmundo!”
María chegou a comentar que nos próximos dias as pessoas ficarão surpresas com o que disse ser “ações de defesa da verdade”. Ela avisou à Força Armada Nacional Bolivariana para respeitar a soberania popular, que deu o recado para Maduro nas eleições.
Nessa altura do campeonato é inegável que o regime de Maduro não quer aceitar eleições limpas e justas, e usou de seu instrumento de opressão policial para dizimar a oposição. Houve 46 prisões arbitrárias e até mesmo um venezuelano morreu vítima da violência de grupos pró-chavismo. No domingo de votação, o Foro Penal, uma entidade não-partidária que monitora os direitos humanos na Venezuela, registrou ataques armados a eleitores em ao menos três cidades. Um homem de 40 anos identificado como Julio Valero García foi morto na cidade de Guasimos após ser alvejado por disparos de arma de fogo, que acreditam ser de um defensor de Maduro. Ainda de acordo com informações da entidade, ocorreram outros ataques semelhantes nas cidades de Bolívar e Córdoba. O Foro Penal revelou que entre os dias 26 e 28 de julho 46 pessoas foram presas injustamente, sendo um dos detidos o jornalista independente Jesus Pinero, que teve sua credencial de imprensa apreendida pela polícia. Pinero denunciou que centros de votação na região de La Pastora, em Caracas, continuavam abertos mesmo depois do horário de encerramento da votação.
Gina Romero, que é relatora especial da ONU para Liberdade de Expressão e de Assembleia, revelou ter recebido informações de que a oposição teve seus direitos violados. Além de Gina, o alto representante da União Europeia para Relações Exteriores e vice-presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell Fontelles, pediu transparência do processo eleitoral venezuelano, mencionando também para haver a contagem detalhada de votos e o acesso às atas de votação de mesas eleitorais.
Tudo o que estamos testemunhando na Venezuela já era o esperado para um país que tem sido dominado há décadas por governos marxistas. Democracia é só quando essa cambada comunista ganha e quem questionar deve ser encarado como um inimigo do estado a ser eliminado. A esquerda não pode tolerar divergência, pois suas ideias precisam da força para serem aceitas, pois ninguém aguenta tanta pobreza e opressão gerada pelo socialismo. Quase oito milhões de venezuelanos já fugiram do país em busca de uma vida melhor, após o governo de Maduro dizimar a economia e destruir o poder de compra da moeda venezuelana.
Nicolás Maduro sabe que perdeu e não tem massivo apoio popular e a esquerda deve ser exposta pelo que ela é: intolerante, prepotente e medíocre. Já os venezuelanos, precisam continuar lutando e denunciando esse regime de terror dos chavistas, pois todo governo, por mais poderoso que possa parecer, tem seu fim da mesma forma que teve o duradouro Império Soviético.
O resultado da eleição, apesar de ser decepcionante para aqueles que almejam a liberdade, não representa o fim da oposição ao chavismo e da chama de liberdade que ainda existe na Venezuela. Uma multidão está insatisfeita com o chavismo e há uma grande chance do escalonamento das tensões e de uma grande revolta popular contra esse regime de mentiras. Enquanto isso, oremos por nossos irmãos venezuelanos que estão nesse caos que é o socialismo, para que eles consigam derrotar essa ditadura. Agora, só precisamos esperar os próximos capítulos dessa novela!
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