25 Jan. 2024
Escritor: QuintEssência
Revisor: Paulo Wesley
Narrador: Paulo Wesley
Produtor: Paulo Wesley

Kim Jong-Un está preparando sua FILHA para ser sua SUCESSORA

A Coreia do Norte é um país muito peculiar, sob todos os aspectos. As fotos noturnas de satélite mostram, de forma inequívoca, o preço que décadas de comunismo podem cobrar de uma nação. Ainda assim, existe, aqui no Brasil, quem tenha coragem de defender o regime criminoso que comanda a Coreia do Norte - acredite ou não. Contudo, o fato é que, para além de seu possível poderio nuclear, o que mais chama a atenção no país comunista é seu bizarro governo. Ou melhor: a bizarra figura de seus governantes, tratados como verdadeiras divindades por lá.

Não é possível afirmar nada, com muita certeza, a respeito da família do atual governante, Kim Jong-Un. Tudo o que se refere aos seus ascendentes, descendentes e colaterais é, no mínimo, suspeito - e traçar sua árvore genealógica não é das tarefas mais fáceis. Veja que, inclusive, não é possível determinar o seu ano de nascimento com algum grau de certeza - especula-se que o Nhonho coreano tenha nascido entre 1982 e 1984. E essa tendência de obscurecer a árvore genealógica daquela que, na prática, é a família real norte-coreana, vem desde a época da fundação do país.

A Coreia do Norte, como a conhecemos hoje, nasceu com Kim Il-Sung, avô do atual ditador - e que é praticamente cultuado como um deus por lá. Supostamente, o fundador tinha apenas uma irmã e um irmão - o mais novo, de nome Kim Yong-ju. Esse caçula foi muito ativo no governo comunista da Coreia, nas décadas que se seguiram ao estabelecimento de seu irmão como líder supremo. Contudo, Kim Yong-ju desapareceu completamente em meados dos anos 1970, provavelmente caindo em desgraça.

Só que, em 1993, o supremo líder, já idoso, chamou de volta o caçula, para que ele ocupasse um dos cargos de vice-presidente do país - numa época em que Kim Yong-ju já teria 73 anos. O que mais chama a atenção mesmo é sua longevidade: o tio-avô do atual ditador teria vivido 101 anos - o que é muito, especialmente para os padrões norte-coreanos. Por isso, não é um absurdo questionar se esse Kim Yong-ju que “reapareceu” nos anos 1990 é realmente o mesmo que havia sido expurgado, décadas antes.

Kim Il-Sung foi oficialmente casado duas vezes. Do seu primeiro casamento, nasceu o seu primogênito Kim Jong-il, que seria seu sucessor, anos depois. Fontes não oficiais afirmam que o segundo filho, Kim Man-il, morreu afogado pelo primeiro, ainda na infância - seria uma tendência psicopata? Já a filha do fundador da Coreia do Norte, Kim Kyong-hui, supostamente ainda está viva, mas essa informação é bastante questionável. Embora ela tenha, de fato, ocupado cargos no alto escalão do governo durante muito tempo, ela terminou por ser expurgada em 2003. Já o seu marido foi executado por traição em 2013.

Com sua segunda esposa, Kim Il-Sung teve 2 filhos e 1 filha. Sua segunda esposa, segundo consta, queria privilegiar Kim Pyong-il, seu filho mais velho, na tentativa de torná-lo o sucessor do marido. Contudo, sua facção dentro do partido comunista da Coreia do Norte foi derrotada; e, em 1981, ela foi colocada em prisão domiciliar, tendo sido declarada louca antes mesmo da morte de Kim Il-Sung, em 1994. Supostamente, a segunda esposa do ditador viveu até 2014.

Kim Jong-il, pai do atual ditador, teve sucesso em se garantir como líder supremo da Coreia do Norte, após a morte do pai. O novo ditador teve filhos com diferentes mulheres, de forma que é difícil definir sua descendência. Seu primogênito, que era o favorito para a sua sucessão, de nome Kim Jong-nam, caiu em desgraça em 2001, quando tentou entrar no Japão com um passaporte falso, para conhecer a Disneylândia do país. Pois é: comunismo para o povo, todas as benesses do capitalismo para o filho do rei. Em 2017, Kim Jong-nam terminou por morrer envenenado - acredita-se que a mando de seu meio-irmão, o Nhonho que governa o país atualmente. Kim Jong-il teve ainda um filho e uma filha, de não muita expressão política.

Seus filhos mais importantes, de fato, são os dois mais novos: Kim Jong-un, seu sucessor, nomeado como tal em 2009, e que assumiu o cargo após a morte de Kim Jong-il, em 2011; e sua caçula, Kim Yo-jong, que possui enorme destaque no governo de seu irmão. A relação desses dois irmãos merece um vídeo à parte.

Veja como toda a história da Coreia do Norte e daquilo que é praticamente a família real do país é puramente especulativa. Toda vez que alguém some, já se levanta o questionamento: será que esse sujeito está doente, foi expurgado ou simplesmente foi pro saco? A coisa é tão bizarra, que algo do tipo aconteceu com o próprio Nhonho que governa o país - sua morte foi conjecturada e, até hoje, a história não foi bem explicada. Aliás, nós mesmos levantamos a possibilidade de ele ter morrido, sendo substituído por um sósia, no vídeo: “Kim Jong Un aparece novamente, e ainda mais magro” - link na descrição.

Feito esse resumo a respeito do passado, vamos tratar da descendência do atual governante norte-coreano. Segundo informações oficiais, Kim Jong-un é casado com uma mulher chamada Ri Sol-ju - sendo que, provavelmente, esse não é um nome verdadeiro. Especula-se que ambos tenham um filho do sexo masculino, o mais velho, nascido em 2010, e um mais novo, de sexo desconhecido, nascido em 2017. Porém, as informações oficiais do Partido Comunista reconhecem apenas uma filha do casal real: Kim Ju-ae, que teria algo em torno de 10 anos.

É bem provável que grande parte do que se sabe sobre Kim, sua esposa e sua filha seja falso - talvez, um teatro encenado por forças políticas obscuras que usam os membros da família real como testas-de-ferro. Dito isso, vamos ao que temos de informações oficiais a respeito daquela filhote de ditador. A verdade é que sabe-se pouco ou quase nada sobre ela. O motivo pelo qual as informações são tão obscuras é muito simples: no momento oportuno, sua história oficial vai ser criada do zero, para atender aos anseios do Partidão. Se ela pisar na bola, em sua adolescência ou juventude, será mais fácil expurgá-la, sem muito constrangimento.

Essa criação de uma história mítica de origem, inclusive, é bastante comum entre seus antepassados comunistas. Veja, por exemplo, que divulga-se, na Coreia do Norte, a ideia de que os antepassados do atual líder são responsáveis por coisas como a invenção do hambúrguer e a cura da AIDS, e até mesmo que o seu cocô não fede. Pois é.

O que podemos afirmar, sem dúvidas, é que existe um motivo claro para que Kim Jong-Un - ou seu sósia oficial - esteja exibindo publicamente sua filha, inclusive em inspeções militares. Ela está claramente sendo preparada para a sucessão - em detrimento, ao que tudo indica, de sua tia, que parecia muito animada com a possível morte do Nhonho. A verdade é que, por conta dos recentes problemas de saúde do gordinho, levantam-se várias hipóteses sobre sua sucessão. Para além de sua irmã, também havia a possibilidade de que algum comandante militar cheio de medalhas tirasse o poder da família real pela primeira vez. Então, parece que o próprio Kim está se antecipando a isso.

Agora, essa sua pressa em apresentar sua herdeira ao mundo pode significar que ou ele está indo para o saco, com chances de morrer a qualquer momento; ou que ele já foi mesmo para o saco, e alguém precisa assumir seu lugar. Seria a primeira vez que uma mulher assumiria o cargo principal; mas, para os atuais detentores do poder, é melhor uma mulher da família Kim se tornar a líder, do que alguém de fora chegar a esse patamar.

Perceba que, de forma geral, toda essa história nos mostra o grande problema da sucessão num país comunista que possui ares de teocracia divina dos faraós egípcios. Como manter essa imagem divinal, quando tantas cagadas são cometidas ao longo dos anos? O sucessor de Kim Jong-Un, seja quem for, precisa ser pintado como um ser divino, antes da morte do atual líder, para que a sucessão não seja problemática. Contudo, não é possível maquiar a realidade por toda a eternidade - mesmo num país como a Coreia do Norte que, ao que tudo indica, está se afundando numa crise de difícil solução.

O Nhonho coreano tem apostado cada vez mais na demonstração violenta do seu poder - seja dentro do país, condenando adolescentes a 12 anos de trabalho forçado por ouvirem K-Pop do país vizinho; seja no exterior, com suas ameaças de guerra nuclear contra Seul e contra os Estados Unidos. A verdade, porém, é que a violência custa caro, e não dá pra manter o poder apenas com base nisso. Qualquer governo que se mantenha exclusivamente na base da violência vai colapsar, mais cedo ou mais tarde. E o fato é que a Coreia do Norte não é apenas um país bizarro: seu governo é, também, um dos mais violentos do mundo.

Como libertários, nós sabemos que estados são máfias organizadas, governos são ente ilegítimos e que políticos são a escória da humanidade. Contudo, em cada um desses casos, sempre existem exemplos que conseguem ser piores que os outros. Na atualidade, ao que tudo indica, a Coreia do Norte é o pior desses casos. Com seu governo, que torce à verdade à exaustão, e que controla cada aspecto da vida de seus cidadãos, a terra de Kim Jong-Un, ao que tudo indica, estará às voltas, em pouco tempo, com uma crise sucessória. Se o comunismo vai conseguir sobreviver a mais essa passada de bastão do poder real da família Kim, só o tempo dirá. Enquanto essa nefasta ideologia continuar no poder, contudo, a vida dos norte-coreanos continuará sendo a mais miserável que se possa imaginar.

Referências:

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/coreia-do-norte-condena-adolescentes-a-12-anos-de-trabalho-forcado-por-assistir-k-pop/ “Kim Jong Un aparece novamente, e ainda mais magro” https://www.youtube.com/watch?v=71bXUQ3Ffh4&pp=ygUbdmlzw6NvIGxpYmVydMOhcmlhIGtpbSBqb25n

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