Governo tenta atacar a causa de um problema que ELE MESMO gera

Como diria Murray Rothbard: ”A inflação, portanto, não gera nenhum benefício social; ao contrário, ela redistribui a riqueza para aqueles que obtiveram primeiramente o dinheiro recém-criado, e tudo à custa daqueles que o recebem por último"

⁠Em meio a uma crescente inflação, que vem afetando vários alimentos e outros bens no país, o ministro Rui Costa, da Casa Civil, sugeriu que, se uma fruta está cara, citando a laranja como exemplo, o consumidor pode mudar o alimento que vai consumir como forma de driblar a alta do preço do produto.  
 
Em declaração à imprensa, Rui Costa ainda disse que não adiantaria abaixar a alíquota de importação da laranja. Devido à uma diminuição drástica na produção dela, em função de doenças nas plantações dos EUA - um dos maiores produtores do mundo - o preço da fruta está tão caro quanto aqui no Brasil. O ministro ainda ressaltou que o mesmo aconteceu em plantações daqui, diminuindo a oferta de laranja no mercado, e consequentemente aumentando seu preço. 
 
O engraçado é que o fenômeno vem ocorrendo com vários alimentos no mercado, mas a culpa da alta dos preços nunca é do governo, é sempre por fatores casuais.  
 
Antes de tudo, é importante deixarmos claro que inflação não é o aumento de preço das coisas. Na verdade, a correta definição de inflação é a perda de poder de compra do dinheiro. A escassez de uma matéria-prima específica para produzir alguns bens, pode de fato ocasionar uma volatilidade de preço momentânea destas mercadorias, ou a quebra de safra de alguma commodity agrícola pode acabar impactando na oferta, e portanto, no fornecimento desta mercadoria, como por exemplo, a laranja, citada pelo então Ministro Rui Costa.  
 
Mas o aumento de preço dessa mercadoria é particular a ela, e - excetuando subprodutos que dependam dessa mercadoria para serem produzidos - não impacta o restante dos bens ofertados no mercado. 
 
Quando o preço da maior parte dos bens e serviços está subindo é porque o seu dinheiro está perdendo valor, e o seu poder de compra está diminuindo. Ou seja, o aumento de preço das coisas é apenas a consequência da desvalorização do dinheiro.   
Mas o que causa essa desvalorização do dinheiro? 
O governo, por meio do Banco Central, cria dinheiro sem limites, ano após ano, fazendo ele valer cada vez menos devido ao aumento da base monetária. Também vale destacar que a maior parte do dinheiro utilizado nas transações financeiras do dia a dia, é criado pelos bancos comerciais. A chamada "moeda bancária", criada pelo sistema bancário comercial, é utilizada em depósitos à vista ou a prazo, para pagamentos de bens e serviços, ou em depósitos de poupanças. Essa moeda não é controlada diretamente pelo Banco Central, mas faz parte dessa massa monetária mensurada na economia de um país. A exemplificação gráfica disso pode ser vista no gráfico Agregado Monetário - M2 do FRED.  
 
A lei de oferta e demanda que vale para qualquer produto ou serviço no mercado, é igualmente válida para o dinheiro. Quando temos uma oferta maior de um bem, neste caso, mais unidades de dinheiro em circulação na economia, ele tende a valer menos. 
 
Por isso que bens como ouro ou bitcoin tem seu valor sempre apreciado, o primeiro, devido à escassez, o segundo, à oferta limitada a vinte e um milhões de unidades.  
 
Uma economia que cresce gerando abundância de produtos e serviços é deflacionária, fazendo com que a população tenha uma demanda maior por dinheiro para adquirir esses bens. O problema é quando o aumento de dinheiro sobressai ao crescimento da produtividade na economia.  
 
Portanto, a única e real causa do dinheiro valer cada vez menos, ano após ano, é devido ao Banco Central estar sempre expandindo a oferta de dinheiro, em conjunto com os bancos comerciais, que criam a moeda bancária, contribuindo com a quantidade de dinheiro numa economia. E por último, mas não menos importante, o déficit fiscal é também uma fonte de expansão monetária. O descontrole das contas públicas também leva à inflação, e por conseguinte, à desvalorização do dinheiro. 
Tendo esse conceito bem definido, entendemos melhor o porquê os governos sempre falham ao tentar resolver a alta de preços: eles sempre atacam os sintomas, que são a consequência de um problema gerado por eles mesmos.
 
Em 2024 os grandes vilões da inflação foram os alimentos e bebidas, gastos com a saúde e combustível. E não é difícil de notar que, ao longo dos últimos anos, o grupo dos alimentos e combustível sempre aparecem como um dos que mais causam impacto na inflação, vide uma simples busca no Google por anos anteriores. 
 
Diante disso, a inflação alta, em especial nos alimentos, é um dos principais fatores que influenciam as pessoas na escolha do voto. Logo, o político no poder, não pode deixar a inflação subir. Mas, no momento em que ele imprime dinheiro, os preços no mercado inevitavelmente irão aumentar. Então o que fazer? 
 
 A inflação levou as indústrias a praticarem algumas formas de burlar a alta nos preços.  
Uma dessas formas é o fenômeno chamado shrink flation, ou reduflação. Sabe aquelas barras de chocolate que nos anos 90 chegavam a pesar 200g e hoje pesam 80g? Ou então o papel higiênico, que antes tinha 40m, e hoje tem 30m ou 20m? Pois é, isso é a prática de encolher discretamente um produto, sem que você perceba, para tentar mantê-lo no mesmo preço. 
 
Há ainda a prática de diminuir a qualidade de determinados produtos, ou a criação de alimentos de segunda linha, similares ao original, como é o caso da mistura láctea condensada, que parece o leite condensado, mas tem uma qualidade bem inferior. 
 
Vale ressaltar que tais práticas adotadas pelo mercado, são um meio de tentar mascarar a inflação causada pelos políticos, quando imprimem dinheiro.  
 
No entanto, o governo também utiliza-se desses métodos.  
Afinal, a lei do combustível do futuro, que entrou em vigor em outubro de 2024, nada mais é do que deixar a gasolina mais diluída com etanol, sob o pretexto de um plano de descarbonização do meio ambiente. 
 
 Neste momento, a gasolina que você usa está com a qualidade bem pior, mas e o preço? Diminuiu? 
 
Lembre-se, o político não pode deixar você perceber a inflação subindo. Então a tática de diminuir a quantidade e a qualidade do produto, mantendo o mesmo o preço, para que não reflita nos índices de inflação, cai como uma luva para eles. 
 
Mas apenas isso não é o suficiente. Os parasitas do estado sabem que uma Inflação descontrolada é igual a não reeleição, logo, é necessário também criar narrativas para que não se consuma produtos com preços altos, ou consumir outros de pior qualidade. 
E nesse contexto entra a mídia tradicional, patrocinada pelo estado, defendendo ideias sobre mudanças de hábitos contribuírem com fatores climáticos, ou que alimento X é mais saudável que Y. 
 
Lembra da carne, aquela que subiu 20,8% em 2024, a maior alta dos últimos cinco anos?  
Não é incomum encontrar, atualmente, matérias jornalísticas falando que a criação de gado emite gases de efeito estufa e destroi florestas. Ou que estudos recentes revelam que as carnes vegetais oferecem um benefício maior para o coração. Ou pior, matérias recomendando o consumo de insetos, por terem mais proteína que a carne de gado. Que tal trocar aquela suculenta picanha do churrasco por uma baratinha ou grilo frito, hein? 
 
E a coisa não para por aí. Devido a alta nos preços de alimentos, jornais fazem reportagens sobre xepa, jejum e até mesmo consumo de alimentos mofados. 
 
Tantas reportagens absurdamente bizarras, ainda que algumas delas estejam dizendo verdades, não podem ser usadas para mascarar o real culpado pela alta dos preços: o governo. 
 
Infelizmente, muitas pessoas ainda caem nessas ideias. Porém, com o aumento da informação descentralizada e distribuída, um número cada vez maior de pessoas percebem que tais narrativas não são realmente para o bem estar delas, e sim para o do governo.  
 
Contudo, se a informação descentralizada conscientizando mais pessoas pode ser uma boa notícia, em contrapartida, também acende um alerta: a partir do momento que as narrativas do político parasita não estiverem mais colando na população, o que acha que ele irá fazer? 
 
Em uma situação em que o preço da carne esteja muito alto, o ideal é que o governo proíba a compra dela, pois dessa forma, o valor dessa mercadoria não irá refletir nos índices de inflação. Mas como fazer isso, se hoje você pode pegar seu papel moeda e comprar o que quiser no mercado da esquina? 
 
É nesse cenário que entram as CBDCs, moedas digitais controladas pelo estado, no caso do Brasil, o DREX. Uma vez que não haja mais dinheiro físico, ficará fácil para o governo controlar o que se pode ou não comprar.  
Lembre-se, toda a narrativa já está aí montada, do que é bom ou não para as pessoas ou o meio ambiente. Usá-las como justificativa para tirar ainda mais as liberdades individuais, é um piscar de olhos.
E falando em liberdade, é sempre dessa forma que o estado age: começa reprimindo aos poucos, para que as pessoas não percebam, e, quando o indivíduo se dá conta, está sendo sugado até a última gota de sangue, pois somente dessa forma o parasita sobrevive. 
 
Portanto, a única forma de se proteger da inflação e conseguir manter a liberdade de comprar o que quiser, é trocar de vez a moeda estatal por uma que o governo não tenha controle algum, e, atualmente, a única que realmente cumpre esse requisito é o bitcoin.  
Tenha bitcoin e liberte-se do estado.

Referências:



https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/01/ministro-sugere-que-brasileiro-troque-laranja-por-outra-fruta-em-meio-a-alta-de-precos.shtml







https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2025/01/10/viloes-da-inflacao-em-2024-alimentos-devem-ser-fator-de-pressao-este-ano.ghtml





https://youtu.be/d2dGl977Gyg?si=iwD40EfMxZqbvNjS



https://fred.stlouisfed.org/series/M2SL





https://www.gazetadopovo.com.br/economia/nova-economia/o-produto-encolheu-e-o-preco-ficou-o-mesmo-essa-pratica-tem-um-nome-6t5yz99eb29srbosyle3ireh5/





https://autoesporte.globo.com/servicos/seu-bolso/noticia/2024/10/combustivel-do-futuro-gasolina-com-mais-etanol-prejudica-o-carro.ghtml

https://www.camara.leg.br/noticias/1101627-entra-em-vigor-a-lei-do-combustivel-do-futuro/

https://g1.globo.com/economia/agronegocios/agro-de-gente-pra-gente/noticia/2024/07/26/o-que-faz-o-boi-soltar-menos-gases-que-levam-ao-efeito-estufa-conheca-as-tecnicas-usadas-em-mato-grosso.ghtml

https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2024/10/6923319-80-das-carnes-vegetais-vendidas-no-brasil-tem-alta-qualidade-nutricional.html

https://www.terra.com.br/noticias/educacao/voce-sabia/voce-sabia-que-muitos-insetos-tem-mais-proteinas-do-que-carne-de-gado,b92bc540efa50410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html#:~:text=Voc%C3%AA%20Sabia-,Voc%C3%AA%20sabia%20que%20muitos%20insetos%20t%C3%AAm,do%20que%20carne%20de%20gado%3F&text=Imagine%20comer%20uma%20por%C3%A7%C3%A3o%20de,alimenta%C3%A7%C3%A3o%20di%C3%A1ria%20em%20muitos%20pa%C3%ADses.

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/onu-aposta-na-alta-da-oferta-de-alimentos-a-base-de-insetos-em-prol-da-seguranca-alimentar/

https://www.conexaopolitica.com.br/politica/com-alta-nos-precos-de-alimentos-no-brasil-jornais-fazem-reportagens-sobre-xepa-jejum-e-consumo-de-alimentos-mofados/