A geração Z é a geração do fim do mundo

Será a Geração Z a geração do fim do mundo como o conhecemos?

A geração Z, nascida entre 1995 e 2010, criada tendo a internet como extensão de si, desperta curiosidade e preocupação. Impressionam pela destreza tecnológica e fluência digital, mas preocupam com sua aparente incapacidade de lidar com as adversidades e a tendência de abraçar ideologias coletivistas que, historicamente, têm levado à opressão, ao desastre econômico e à fome por todo o mundo. O fascínio por tais ideologias é particularmente intrigante, visto que esta geração, em sua maioria, jamais vivenciaram as mazelas reais causadas pela falta de liberdade.

Crescida no século XXI e criada por pais superprotetores, a geração Z se acostumou a ter suas necessidades atendidas de forma instantânea. A cultura do “participar é mais importante que ganhar” e a ênfase na autoestima ao invés do mérito criaram uma geração com baixa tolerância à frustração e uma crença infundada de que o mundo lhes deve algo. Essa mentalidade, combinada com a falta de experiência com as dificuldades da realidade, torna-os especialmente suscetíveis às promessas utópicas do socialismo. Afinal, por que se preocupar em construir seu próprio futuro quando, sem esforço, já se tem tudo?

Entretanto, é importante salientar que essa tendência foi criada devido às gerações passadas. Ao dizer que toda uma geração tem um determinado pensamento, podemos cair na falácia de que o homem é lobo do homem. Ou seja, de que o homem é bom, mas a sociedade o corrompe. Basicamente, a ideia principal de Hobbes, um estatista de carteirinha. Como sabemos que a resposta nunca é o estado e as ideias deste pensador estão erradas, precisamos entender o que aconteceu com esta geração a fim de evitar essa armadilha.

Para entender melhor isso é necessário saber que a geração Z cresceu num período de relativa prosperidade econômica e estabilidade social, sem vivenciar grandes guerras, crises econômicas ou, no caso do Brasil, os períodos de hiperinflação que moldaram as gerações anteriores. Isso tudo é verdade. Contudo, foram as gerações anteriores que ensinaram e moldaram o pensamento da geração Z, inclusive, foram os responsáveis por roubarem o futuro desta geração.

Os Baby Boomers que estão se aposentando agora, juntamente com a geração X, pediram incessantemente por mais direitos ao estado. Tanto que muitos se aposentaram com cinquenta e poucos anos, conseguiram comprar um terreno e construir suas casas com subsídios governamentais, além de surfarem na onda do bônus demográfico brasileiro e terem votado no Barba por duas vezes consecutivas. Mas não dá para negar que eles foram uma geração trabalhadora. Muitos dos quais trabalharam e continuam trabalhando no seu primeiro emprego. Inclusive, existe algo interessante sobre isso. Nossos avós que tinham pouco financeiramente, mas ostentavam uma família numerosa diziam que o mais importante era ter uma família, e incutiram isso na geração dos nossos pais. A geração dos nossos pais é conhecida, principalmente, pelo alto nível de divórcios e pelo foco no trabalho. Percebendo que família não deu muito certo, disseram a próxima geração, a nossa, que o importante não é a família, mas os estudos para conseguir um trabalho que pague bem, afinal, eram conhecidos por isso. E foi o que a nossa geração fez: teve poucos filhos ou nenhum, entretanto, estudou, fez faculdade, mas não consegue nem mesmo um emprego que consiga pagar pelo mínimo necessário para se viver, quiçá adquirir uma casa sem qualquer tipo de subsídio. Isso quando não estão desempregados.

Como a geração Z viu as demais pedindo por assistencialismo e direitos, decidiram continuar o processo. Por isso, vemos tantas pessoas querendo mais e mais, mesmo estando em um momento da história na qual temos tanta prosperidade. Ao abraçar o socialismo, estamos ameaçando destruir os alicerces que permitem que a sociedade desfrute dessa mesma prosperidade. Mesmo os nascidos em berço de ouro, encontram na esquerda, os jargões e mantras que permitem se vitimizar, esbravejando sobre injustiça social, racismo, machismo, fascismos, homofobia e tantos outros “ismos” e “fobias”, sempre pedindo por mais intervenção estatal, enquanto digitam em uma tela ultra moderna de um IPhone de última geração.

Esse pedido por mais coisas grátis e direitos criam uma bola de neve, na qual os problemas são postergados para os próximos anos. Como ninguém quer resolver os problemas atuais e os passados, eles apenas vão se acumulando para as próximas gerações. Agora, imagine o seguinte: você percebe que o casamento dos seus pais não deu certo; sua geração talvez seja a primeira na qual não poderá se aposentar; por conta do alto custo de vida, decide postergar ou mesmo não ter filhos; chega a pensar em se casar, mas percebe que pode acabar se tornando uma mãe solteira vivendo quase no limiar de passar ou não passar fome, ou caso seja o homem, ter seus bens quase todos depauperados no divórcio; percebe que o desemprego está aumentando e está ficando cada vez mais difícil encontrar trabalho; não consegue comprar uma casa, e o máximo que pode comprar é um apartamento de 45 m2 financiados em 40 anos; está ficando velho e percebe que ninguém irá ajudar a cuidar de você; não ficaria revoltado? Esse ódio por ver apenas as coisas degringolando, em conluio com o que foi ensinado pelas gerações passadas, fazem as pessoas quererem mais assistencialismos e direitos, criando ou fomentando as pautas feministas, os MGTOWs, a ideologia de gênero e a rejeição à religião e aos laços familiares.

Mas, há de se perguntar: como a primeira geração a crescer totalmente imersa no mundo digital, navegando por um mar de informações e opiniões, parecem acreditar mais do que nunca no governo e na mídia tradicional socialista? Como é possível explicar esse paradoxo, já que eles podem com meia dúzia de cliques, saber quem é o responsável por trás dessa situação? Acontece que esta geração, em geral, cresceu num ambiente educacional que muitas vezes valoriza a conformidade e o consenso. A escola, muitas vezes, limitou-se a transmitir a narrativa governamental oficial, reforçando a visão do estado como um ente benevolente e do socialismo como um sistema justo e igualitário. Esse problema é agravado pela falta de informação dos pais, os quais apenas repetem o jargão de que "o importante é estudar e ter um bom trabalho". Adicionalmente, as redes sociais, apesar do seu potencial para disseminar informações alternativas, também podem funcionar como câmaras de eco, no qual os jovens só se deparam com opiniões que confirmam suas próprias crenças. Os algoritmos das redes sociais, ao tentar manter os usuários engajados, tendem a mostrar conteúdo que reforça seus próprios conceitos, criando uma bolha de informação que impede o contato com perspectivas diferentes.

Estes fatores unidos fazem com que, assim como na Alemanha nazista da época da Segunda Guerra Mundial, seja plausível que novamente, no século XXI, tenhamos uma geração inteira, ou pelo menos a maioria dela, subserviente ao Estado e, possivelmente, dependente dele para sua subsistência. E o pior, com a globalização, esta conformidade a um governo centralizado pode ocorrer em escala global e não mais isoladamente. Com uma população doutrinada e a economia estagnada, o cenário está montado para um aumento ainda maior no autoritarismo dos governos. Afinal, quem paga a conta sempre manda, e um estado que controla a economia, a cultura e até, por que não, o pensamento de seus cidadãos poderá controlar a vida em todos os aspectos.

Mas ainda há esperança. A geração Z é inteligente, criativa e resiliente. Além disso, a cada dia, muitos estão acordando para a realidade das coisas, aceitando encarar os problemas deixados para eles resolverem. Em conjunto com a geração Alpha, os nascidos depois de 2010, a geração Z está voltando ao básico. Pelo alto custo de vida e também por aceitarem que ninguém irá ajudá-los, são eles que estão encabeçando a ideia do êxodo urbano, principalmente depois do período do micróbio chinês, no qual facilitou-se devido ao aumento do home office. Some-se a isso, ao fato de que eles nasceram no momento perfeito para acumularem bitcoin, uma ferramenta que deu a eles uma luz no fim do túnel para terem um mínimo de prosperidade financeira. Além disso, muitos estão voltando às igrejas, e consequentemente, estão querendo ter uma família, apesar das chances de fracasso estarem altas.

Mesmo com o estado inchado e a sua constante vigilância, que nos faz pensar que estamos em uma distopia de 1984, muitos entenderam que não é buscando na fonte do problema, que irão encontrar a solução. São vários os indivíduos que estão se organizando para formarem um futuro mais promissor, longe das garras do estado. Eles conseguiram entender que terão de passar por um período de dor e amargura, mas que ela será menor o quão mais longe estiverem do bandido estacionário. Apesar das gerações passadas acreditarem que um ente como as forças armadas mude as coisas, é na geração Z que estão a maioria dos libertários. Enfim, muitos acreditam que a geração Z seja a geração perdida, mas provavelmente, ela será a geração que encontrará a solução para uma vida próspera, que com toda a certeza está longe dos tentáculos do estado.

Referências:

https://www.ihu.unisinos.br/categorias/616045-a-geracao-z-e-a-geracao-do-fim-do-mundo-entrevista-com-carlos-tutiven-roman
https://sociedadetecnologica.com/2021/05/25/a-geracao-menos-religiosa/
https://www.youtube.com/watch?v=wXvkey2xK-g
https://www.youtube.com/watch?v=DbXdEaJ2ut4
https://www.youtube.com/watch?v=lfIDPt4khls