Gabinete de Segurança Institucional DEMITE militares por fazerem PIX para BOLSONARO

Mais uma vez nos é mostrado que o PIX, apesar de ser rápido, prático e fácil de se utilizar, será sempre empregado como ferramenta para acabar com sua vida, caso caia nas garras de um funcionário público que não vá com sua cara.

Já pensou em perder o emprego por conta de um PIX? Pois é, foi o que aconteceu com os militares que estão sob suspeita de fazerem o PIX para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a notícia, os militares ajudaram financeiramente Jair para pagar as multas e custas processuais em seu nome. Portanto, segundo o Gabinete de Segurança Institucional, conhecido pela sigla GSI, essa conduta é inadmissível, sendo, portanto, punível com o desligamento de todos os envolvidos do referido gabinete.
Isso mesmo que você ouviu. Por participarem de uma vaquinha no ano passado que visava destinar os valores a Bolsonaro, os militares perderam o emprego no gabinete. Não foi porque o serviço deles não estava sendo prestado corretamente, ou porque estavam atentando contra a supremacia nacional. Foram mandados embora devido a ajudarem via PIX um inimigo do atual governo. De acordo com notícias, a vaquinha conseguiu arrecadar 17 milhões de reais. No dia 30 de julho, o Diário Oficial da União, o DOU, publicou a exoneração dos quatro militares, contudo não houve nenhuma informação sobre o que motivou tal ato.
Vale lembrar que os militares não foram exonerados das forças armadas, apenas do GSI. Isso significa que eles retornarão as suas antigas funções no Exército, perdendo apenas as gratificações oferecidas nos cargos. O gabinete também disse que não irá se pronunciar sobre as exonerações.
Não entraremos nas discussões sobre os valores das gratificações ou se realmente é necessário que o GSI tenha apenas pessoas com os mesmos vieses que o governo atual. Isso é uma questão política, na qual não me interesso e, portanto, não assumo qualquer tipo de lado. A questão aqui é apenas uma: como o PIX não é seguro e como estamos perdendo a nossa privacidade financeira com esta ferramenta monetária.
É perceptível como os brasileiros aderiram ao PIX devido a sua comodidade. Lançado em 2020, este meio de transferência monetária foi o mais utilizado quando comparado ao DOC e TED em 2023, sendo o segundo modelo mais utilizado para pagamento de compra de bens e serviços, perdendo apenas para os pagamentos em cartão de crédito e débito. O nosso querido dinheiro em espécie aparece apenas em quinto lugar, depois do pagamento via código de barras, carteiras digitais e dos dois já citados. Não me levem a mal, o PIX é realmente é uma solução superior no quesito praticidade. Afinal, ele é mais fácil do que fazer um TED, que demora alguns minutos e é só cai na conta durante a semana e em horário comercial, ou mesmo o DOC que tem período de um dia útil para ser integrado a conta do receptor. Para pagamentos, o PIX ainda não chegou a bater a facilidade dos cartões de crédito e débito, dos quais boa parte dos brasileiros pagam rapidamente, sem nem mesmo colocar a senha, usando a aproximação.
O problema que poucas pessoas notam é que a vida não é um morango. Não existe almoço grátis. Se é fácil, prático e rápido, existe alguma coisa que está sendo deixada de lado, e isso é a sua privacidade, mais precisamente, sua privacidade financeira.
Nesse momento consigo ouvir milhares de pessoas dizendo que são pobres, ou que são apenas uma pessoa qualquer, e não um militar sentado na cadeira do GSI ou manifestante do dia 8 de janeiro. O problema dessas pessoas é serem míopes! O pior tipo de cego, aquele que não quer enxergar. Perceba que não existe absolutamente nada que impeça este governo, ou qualquer outro que esteja no poder e que seja mais autoritário do que o atual, de usar esses seus dados para lhe imputar algum crime de ódio, ou de apologia a fake news. Ou ainda, quem sabe, de apoio a uma persona non grata do estado.
Já imaginou se o dono daquela quitanda do lado do seu trabalho que você sempre compra seu almoço, seja tratado como um apoiador de golpes contra a democracia por ter feito um PIX nessa mesma vaquinha? Agora imagine que para o governo, qualquer pessoa que tenha feito um PIX em sua conta seja definido como um apoiador a causa? Pode parecer uma distopia isso que acabei de dizer, mas o que impediria o governo de fazer isso? Absolutamente, nada. Ou você acredita que os entes estatais, ao ficarem encurralados com a baixa popularidade, não tentarão de algum jeito se manter no poder? Talvez estejamos sendo muito catastrofistas, mas também falaram isso quando dissemos que o PIX seria utilizado como ferramenta para ir atrás das pessoas que eram contra o governo, e, agora, estamos vendo isso acontecer. Quanto tempo mais até que essa distopia descrita acima seja uma realidade?
O brasileiro fica abismado com os americanos preferindo gastar com altas taxas para fazer transferências privativas entre contas, ou ainda quando eles enviam dinheiro físico via correios. Outros ainda acham um absurdo que em alguns países da Europa, como Áustria, Suíça, Alemanha, França, Irlanda e Holanda as pessoas não gostem de pagar nada usando métodos de pagamentos eletrônicos, preferindo o bom e velho dinheiro de papel, assim como faziam os Australopitecos. O brasileiro médio não consegue compreender que muitas dessas pessoas não confiam nos pagamentos digitais e também não querem dar suas informações financeiras a outras pessoas. Acham um absurdo ter que esperar um dia útil para o dinheiro cair na conta, mas com uma certa privacidade, do que fazer um PIXzinho que cai na hora. Não à toa, que vemos cada vez mais notícias como essas.
Mas, qual seria a opção neste caso? Está dizendo que precisamos parar imediatamente de utilizar essa ferramenta, cortar todos os nossos cartões do banco e voltar a usar dinheiro físico, assim como faziam os maias?
Sinceramente, esta seria uma boa opção, mas não é a única. Se morar em algum lugar que tenha facilidade de utilizar um caixa 24 horas, seria interessante começar a pagar tudo com dinheiro físico, assim você teria maior privacidade e não andaria sempre com muito dinheiro na carteira. Mas se não gosta de andar por aí com dinheiro físico ou se não tem facilidade de fazer saques da sua conta, a melhor opção seria utilizar cartões de crédito e débito, ao invés do PIX. Para transferências, utilize o TED que ainda é uma boa opção, e muitos bancos atualmente não tem mais taxas para esse tipo de transação. Com exceção do dinheiro físico, as demais soluções não oferecem uma privacidade total, mas ao menos, adicionam um pouco mais de dificuldade para qualquer pessoa, principalmente do governo, de utilizar seus dados financeiros contra você.
Agora, a melhor solução, você, espectador, sabe qual é: o Bitcoin, nosso querido ouro digital. Se você não atrelou sua carteira ao seu CPF, ou seja, não comprou de corretoras, é praticamente impossível para qualquer ente malicioso utilizar seus dados contra você. As suas informações estão protegidas desde que não atrele a sua identidade aos seus endereços. Além do mais, se utilizar a Lightning Network, a camada de pagamentos do Bitcoin, todas as suas transações são praticamente privadas. Cada vez mais estamos vendo pessoas e entidades utilizando o Bitcoin como meio de receber ajuda. A Wikileaks, por exemplo, sempre recebeu ajuda via Bitcoin. Os caminhoneiros manifestantes do Canadá estavam conseguindo manter a greve graças ao nosso ouro digital. Várias entidades sem fins lucrativos, como a Give Directly, receberam mais de 250 milhões de reais em doações no Natal de 2020. Inclusive, aqui no Brasil, durante a catástrofe que atingiu o Rio Grande do Sul este ano, houve algumas pessoas que estavam recebendo ajuda via Bitcoin para fazer voltar a funcionar os hospitais das cidades.
Mas não apenas isso. Existem várias lojas que estão adicionando aos seus meios de pagamento a moedinha criada por Satoshi Nakamoto, sendo que muitas delas dão descontos para este meio de pagamento. E cada vez mais estamos vendo mais pessoas utilizando esta criptomoeda, tanto para vender produtos como serviços. Não apenas por ela ser a única moeda sonante atualmente, mas também para manter a privacidade das transações.
Concluindo, o brasileiro não tem um histórico de se preocupar com sua privacidade, principalmente a financeira. Isso será um problema em um futuro próximo, caso tenhamos um estado mais centralizado e repressor. Portanto, não espere esse futuro chegar. Comece agora a mudar suas atitudes financeiras para que seus dados não sejam usados contra você. E eles vão, cedo ou tarde, você querendo ou não, quando chegar o DREX, o Real digital que será 100% controlado pelo governo.

Referências:

https://bahia.ba/politica/gabinete-de-seguranca-demite-militares-suspeitos-de-fazerem-pix-para-bolsonaro/

https://storm2.com/resources/country/us/us-payments-statistics/

https://www.empresa1.com.br/pix-meio-de-pagamento-transporte/

https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-03/pix-foi-o-meio-de-pagamento-mais-popular-do-brasil-em-2023

https://www.consultancy.eu/news/9882/preference-for-cash-over-digital-payments-varies-across-europe