DISNEY PROMETE ABANDONAR AGENDA "WOKE"

Sem liberdade de mercado, até gigantes tropeçam – mas a conta sempre sobra pra você.

O CEO da Disney, Bob Iger, anunciou que a empresa parará, ao menos por um tempo, com a tal “agenda woke”. Segundo ele, a ideia é focar mais no entretenimento e menos nas pautas ideológicas que andaram dominando algumas produções da companhia nos últimos anos. Parece uma boa notícia, certo? Mas antes de comemorar, vale a pena questionar: será que isso é uma mudança real ou só papo furado para acalmar os acionistas e reconquistar o público?

Nos últimos anos, a Disney encheu suas produções de mensagens “progressistas”, o que não agradou nada seus clientes. Filmes flopando nas bilheterias, perda de assinantes no Disney+ e uma galera cada vez mais irritada com a insistência em politizar o que antes era só diversão. Até aí, nada de mais: o mercado está aí para ajustar essas coisas. Se o público não gosta, para de consumir, e a empresa se mexe. Simples, né? Mas será que a Disney tá mesmo ouvindo? Esse recuo anunciado pelo Bob Iger pode até ser um sinal de que estão sentindo a pressão. Mas sejamos sinceros: as grandes corporações só mudam de ideia quando o bolso começa a doer. Não tem “despertar de consciência” aqui. E nem precisa. Só que, no caso da Disney, há outro problema.

A empresa não é só uma corporação gigante; ela também está cheia de privilégios estatais. Subsídios, incentivos fiscais, parcerias com governos locais para construir seus parques temáticos… A lista é longa. Ou seja, quando uma entidade desse tamanho diz que está “ouvindo o público”, é bom lembrar que ela não está jogando no livre mercado. Na prática, a Disney está em uma posição em que pode se dar ao luxo de ignorar o público por mais tempo que deveria. Por quê? Porque o estado banca parte da brincadeira.

Imagina se a Disney tivesse que competir de verdade, sem esses auxílios. Será que duraria tanto tempo insistindo em produzir conteúdo que o público rejeita? Provavelmente não. Só que, como há esse suporte estatal, ela consegue se arrastar mesmo quando faz um monte de decisões ruins. E quem paga a conta no final? Bem, todos sabemos: o contribuinte. A Disney, que já foi sinônimo de inovação e criatividade no mundo do entretenimento, parece estar presa a um loop infinito de remakes, reboots e adaptações live-action. Enquanto isso, os grandes sucessos originais andam cada vez mais raros. Deste modo, surge a pergunta: o que aconteceu com a gigante que criou clássicos como “O Rei Leão” e “A Pequena Sereia”? Será falta criatividade ou algo mais?

Nos últimos anos, a empresa apostou pesado na reciclagem de suas animações clássicas, transformando-as em live-action. A ideia até começou bem, com algumas adaptações como “Malévola” e o próprio “Rei Leão” faturando alto. Mas, depois de um tempo, o público começou a perceber a fórmula: nostalgia + efeitos especiais caros = bilheteria garantida. O problema? A população cansou. A repetição exaustiva de histórias que já conhecemos, sem nenhum esforço para inovar ou expandir o material original, acabou saturando os espectadores. E quando tentam inovar, o resultado não empolga. Lançamentos recentes como “Estranha Magia” ou “Mansão Mal-Assombrada” passaram longe de ser os sucessos esperados. Parece que a Disney está perdida, sem saber como reconquistar as pessoas que antes adoravam sua capacidade de surpreender.

Do ponto de vista libertário, é interessante observar como grandes corporações como a Disney acabam se acomodando. Em vez de arriscar e criar novas histórias, preferem apostar no que já deu certo no passado. Isso acontece porque essas empresas, com seus laços estreitos com governos e privilégios estatais, não precisam se preocupar tanto com a concorrência. Subsídios, benefícios fiscais e parcerias com governos locais garantem uma margem de erro que pequenas produtoras de conteúdo nunca poderiam ter. Enquanto os pequenos precisam inovar e conquistar o público a cada lançamento para sobreviver, a Disney tem uma rede de proteção que lhe permite errar muito antes de sentir os efeitos no caixa.

Além disso, a mentalidade corporativa de “minimizar riscos” domina o setor. Em vez de investir em roteiros originais, que poderiam ser apostas arriscadas, preferem reciclar histórias já conhecidas. Isso acaba reduzindo a diversidade de ideias no mercado, já que todo mundo tenta copiar o modelo “seguro”. Apesar de todo o suporte que a Disney recebe, até mesmo gigantes não conseguem ignorar a realidade do mercado para sempre. A bilheteria é implacável. Quando o público começa a abandonar o cinema, seja porque os filmes estão ruins ou porque já não aguentam mais pagar caro por algo previsível, nem os subsídios conseguem salvar a situação.

É o que estamos vendo agora. Por mais que os remakes tenham faturado no início, a insistência em explorar a nostalgia sem oferecer nada de novo está cobrando seu preço. A Disney está perdendo relevância com o público jovem. Sem uma base forte de novos fãs, o futuro da empresa fica comprometido. Se continuar nesse caminho de preguiça criativa, a tendência natural seria perder espaço para novos competidores mais inovadores. Isso só não acontece tão rápido porque o estado protege os gigantes, dificultando a entrada de novos players no mercado.

A crise de criatividade não é apenas um problema artístico; é também um reflexo de como grandes corporações se acomodam quando têm privilégios e pouco incentivo para inovar. Sem o suporte estatal e as barreiras artificiais à concorrência, empresas como a Disney teriam que se reinventar para sobreviver, e quem sairia ganhando com isso seria o público. No final das contas, o que está matando a criatividade não é apenas a obsessão pelo que já existe, mas o sistema que permite que empresas sobrevivam mesmo quando oferecem menos do que o público merece.

A notícia de que a Disney perdeu mais de 55 bilhões de reais com o Disney+ corrobora com a sua decadência. O serviço de streaming, que começou como uma aposta promissora, agora enfrenta dificuldades financeiras gigantescas. Quando a Disney+ foi lançada, a empresa prometia revolucionar o mercado. No começo, parecia funcionar: milhões de assinantes se juntaram ao serviço, atraídos por produções exclusivas e o vasto catálogo. Mas havia um detalhe que a maioria ignorou: o modelo exige um investimento colossal e um fluxo constante de conteúdo de alta qualidade. É algo caro. Muito caro.

Empresas como essa conseguiram sustentar essa expansão inicial graças à injeção de capital em uma economia inflada por estímulos governamentais, taxas de juros baixíssimas e impressão desenfreada de dinheiro. Enquanto o mercado de ações estava em alta e investidores apostavam em crescimento infinito, parecia que tudo estava sob controle. Entretanto, bastou o cenário econômico mudar, com juros subindo e o crédito ficando mais apertado, para a realidade bater na porta. O público impulsionado pelo cansaço devido às produções sem apelo e preços que só aumentavam começou a abandonar o barco.

No final das contas, os prejuízos bilionários do Disney+ mostram que nem mesmo uma empresa tão grande pode ignorar as leis do mercado para sempre. Quando o conteúdo entregue ao público não o considera bom o suficiente para justificar o preço, o resultado é óbvio: as pessoas cancelam. A crise do Disney+ é um exemplo claro de como o mercado pode corrigir exageros, se o deixarmos trabalhar. Contudo, para que isso funcione de verdade, precisamos de menos interferência estatal e menos privilégios para gigantes corporativos. Empresas como essa, precisam competir em igualdade de condições, sem usar subsídios ou outras vantagens para distorcer o mercado.

Portanto, será que dá para confiar que a Disney realmente abandonará essa agenda? Talvez. Se o mercado continuar apertando, isso pode ser uma realidade. Mas o ponto principal aqui não é o que ela está fazendo, e sim como opera. Enquanto tiverem laços estreitos com o estado, o jogo nunca vai ser justo de verdade. No final das contas, o que importa não é se a Disney é woke ou não, mas se irão acabar com os privilégios que permitem que empresas ignorem o público e ainda sobrevivam. A verdadeira mudança não vem do CEOs dando discursos bonitos. Ela vem da liberdade e da responsabilidade de seus atos, sejam eles bons, sejam ruins.

Referências:

https://www.terra.com.br/ao-vivo/diversao/entre-telas/crise-de-criatividade-na-disney,3fabe3fdf6099518dcb2c2a2bd16e8e40m3bi9t9.html
https://forbes.com.br/forbes-tech/2024/04/entenda-como-a-disney-perdeu-mais-de-r-55-bilhoes-com-disney/