Surto de pneumonia em crianças na CHINA levanta preocupações a nível global

Ainda não temos motivos para preocupação. Mas, se eu fosse você, começaria a ficar preocupado.

Parece que estamos vivendo um flashback do final de 2019, não é? O mundo tem acompanhado, com certa apreensão, um surto de pneumonia entre crianças se espalhando por escolas da China. A coisa é mais intensa no norte do país, em cidades como a capital Pequim, e também na província de Liaoning. Essas informações, isoladamente, poderiam fazer crer que trata-se apenas de um caso isolado, um surto epidêmico entre crianças com idade escolar. Porém, a verdade é que a distância entre os casos documentados chega a 800 km! Em outras palavras: o que quer que esteja acontecendo na China, está se espalhando muito rápido.

Os relatos a respeito desse surto começaram no último dia 21. Pois é: essa é uma época do ano bastante emblemática. Afinal de contas, o primeiro caso oficial do bichinho-19 data do dia 17 de novembro - quatro anos atrás. Será que a história está se repetindo mais uma vez? Ainda é cedo para dizer; mas vale a pena ficarmos de olho nesse caso.

Não existem dados precisos a respeito da quantidade de infectados ou de possíveis mortos. Até porque estamos falando da China, um país comunista - então você sabe como a coisa funciona. Nesse tipo de regime, a verdade é praticamente um artigo de luxo. O que se sabe, porém, é que as aulas nas regiões afetadas estão sendo canceladas. E o pior de tudo: os hospitais das regiões atingidas já estão sobrecarregados. Você também está com aquela sensação de dejavú?

Mas, afinal de contas, do que se trata essa moléstia? As informações disponíveis até o momento dão a entender que estamos falando de uma doença respiratória diferente do comum, por não apresentar tosse nem outros sintomas gripais. O quadro clínico apresentado pelos infectados é de febre e formação de nódulos pulmonares, que podem ser verificados por meio de radiografias. Em outras palavras: ainda que informações mais claras não estejam disponíveis, podemos dizer que esses casos apresentam sim um nível de gravidade bastante elevado.

Mas pode ficar tranquilo! A OMS nos garante que a China é um exemplo no combate à proliferação de moléstias respiratórias! A organização globalista de saúde, inclusive, solicitou ao governo chinês “informações epidemiológicas e clínicas adicionais, bem como resultados laboratoriais desses grupos relatados entre crianças”. Agora estou muito mais tranquilo! A saúde mundial está em excelentes mãos.

Aliás, a própria OMS, no momento, é incapaz de identificar a causa real para o atual surto verificado na China. Porém, algumas possíveis causas estão sendo apontadas. De acordo com o órgão em questão, tem se verificado na China, de outubro para cá, um aumento da circulação de patógenos respiratórios. Isso é especialmente verdade em se tratando do norte do país, onde se observou um aumento na prevalência desses casos, em relação ao período anterior à crise sanitária de 2020. As moléstias mais observadas por lá são a gripe, a bronquiolite infantil e o próprio bichinho chinês. Porém, a OMS diz não ser possível ligar os dois fatos, até o momento.

Esses dados, contudo, podem apontar para uma outra causa, que é ainda mais provável. O professor François Balloux, do Instituto de Genética da University College of London, no Reino Unido, diz que esses surtos podem ter relação com o fim do próprio isolamento social no país asiático. Na China, a reabertura total da sociedade foi muito mais tardia do que no restante do mundo. Isso, por um lado, retardou o contato social; e, por outro lado, prolongou o isolamento imunológico, principalmente das crianças. O que estaríamos vendo seria, portanto, apenas o reflexo de uma baixa capacidade imunológica, adquirida ao longo dos últimos anos.

Pode ser, então, que não se trate de um novo vírus ou bactéria. Talvez, estejamos falando apenas de algum patógeno que já circula normalmente entre seres humanos. Isso explicaria também a baixa incidência desses casos em adultos. Eles já tinham imunidade adquirida antes da crise sanitária, antes do “fecha tudo”. As crianças, não.

Nas palavras do professor Balloux: “A China está provavelmente vivendo uma grande onda de infecções respiratórias infantis agora, uma vez que este é o primeiro inverno após o seu longo confinamento, o que deve ter reduzido drasticamente a circulação de infecções respiratórias e, portanto, diminuindo a imunidade a patógenos endêmicos”.

Já o professor Paul Hunter, da Universidade East Anglia, também no Reino Unido, inclusive, aposta em uma origem bacteriana para o atual surto chinês, por conta dos nódulos formados nos pulmões das crianças chinesas. Em resumo: pode ser que essa história não apresente uma ameaça a nível global - apenas um risco para os pequenos chineses.

Embora ainda não tenhamos as respostas para esse caso, o que não dá para negar é que estamos mais uma vez encarando os reflexos de péssimas decisões estatais. A verdade é que as medidas de contenção, levadas a cabo pelo governo comunista chinês, seguem cobrando caro o seu preço da população. O pior de tudo, porém, é que nesse caso, as crianças são as mais afetadas. Não basta, para os pequenos, terem perdido anos do seu desenvolvimento intelectual. Eles também perderam grande parte do seu desenvolvimento imunológico. Ainda hoje, decorridos tantos meses do início de toda essa brincadeira de intervenção estatal, não conseguimos mensurar o tamanho do prejuízo sofrido pelas crianças.

Lá atrás, no passado, quando essa história toda começou, muitas mentiras foram contadas, e futuras consequências foram ignoradas. Mas todo mundo, no fundo, sabia que o preço a se pagar seria muito caro. Hoje convivemos, por toda a parte, com a realidade dos chamados “casos isolados", bem como com mortes de pessoas jovens e aparentemente saudáveis. Alguns até apontam a causa dessas mortes à indústria farmacêutica, mas até o momento não existe nenhum dado oficial disso. E agora, observamos a ruína do sistema imunológico de incontáveis crianças. Isso sem falar nos impactos na economia - aquela mesma que nós “veríamos depois”, e que agora estamos vendo, com certo desespero.

Independentemente de qual seja a causa imediata da atual situação chinesa, a culpa dessa história recai sobre o colo do partido comunista, que governa o país com mão de ferro. Foram suas medidas estapafúrdias, levadas a cabo ao longo de vários meses, que comprometeram a economia do país, violaram as liberdades individuais, e que agora, conforme podemos ver, prejudicaram gravemente a saúde das crianças. Infelizmente, o senhor Xi Jinping não vai pagar o preço dos seus crimes - como sempre acontece, nesses casos.

Certo: pode ser que essa história toda, no final das contas, não represente um risco para a humanidade. Mas, e se estivermos, de novo, de frente para uma possível pandemia, e se isso tiver potencial para se espalhar por todos os países? Qual é a solução que nós, libertários, damos para esse tipo de situação?

A resposta para essa pergunta é muito simples: o libertarianismo não tem a resposta. Existem problemas no mundo sem solução e esse é um deles. Porém, a liberdade é a chave para que nós compreendamos qual é a atitude ética a se tomar, diante de casos como esses. E a verdade é que cada um deve ser livre para agir como bem entender, medindo os riscos e as possíveis consequências de suas decisões. Medidas autoritárias impostas por governos só levam a coletivização dos prejuízos, os quais estamos todos vivendo atualmente. Liberdade pressupõe responsabilidade. Infelizmente, as pessoas preferem abrir mão da responsabilidade por seus atos, entregando de bandeja a sua liberdade para o estado. Os burocratas estatais, assim, não têm o menor escrúpulo em violar a ética libertária, avançando sobre os direitos fundamentais dos indivíduos. Sobre esse tema, recomendamos o vídeo: "Por que as pessoas estão se tornando rinocerontes?" o link está na descrição.

Nós, libertários, reconhecemos a nossa limitação, no que se refere a solucionar crises que, em muitos casos, podem sequer ter solução. O estado, porém, não age dessa forma. Só que medidas estatais autoritárias não resolvem absolutamente nada. Em contrapartida, elas criam uma série de problemas acessórios, que não eram originalmente previstos e que ajudam apenas a piorar uma situação que já estava ruim. Quando isso acontece, a tendência é que as repercussões das péssimas decisões tomadas por políticos e burocratas durem ainda muito tempo. No fim, das contas, todos nós pagamos o pesado preço dessa brincadeira estatal.

Infelizmente, contudo, é bem provável que, caso passemos por uma situação semelhante, exista uma grande chance de todos nós sermos submetidos, mais uma vez, aos mesmos desmandos ditatoriais do estado. Acredite ou não, muita gente ainda sente falta daquele tempo em que precisávamos de autorização estatal para simplesmente colocar o pé na rua, as viúvas do bichinho-19. Porém, não importa o que vai acontecer daqui para frente: o ponto libertário é muito claro. E o caso chinês nos demonstra isso de uma forma inequívoca. A única coisa que o estado consegue fazer é aprofundar os problemas, estendendo-os quase que infinitamente, e causando uma série de transtornos acessórios, para castigar ainda mais a população. Também nesse caso, a liberdade individual deve prevalecer.

Referências:

https://exame.com/ciencia/primeiro-caso-de-covid-19-no-mundo-completa-dois-anos/
Por que as pessoas estão se tornando rinocerontes?
https://youtu.be/2mKntXyJThU