Plano MOTOSSERRA de JAVIER MILEI causa transtornos entre os argentinos: REMÉDIO AMARGO

O presidente Javier Milei chegou ao poder anunciando seu pacote de medidas econômicas radicais. E os primeiros impactos dessas medidas tão necessárias já começam a ser sentidos.

O novo presidente da Argentina, Javier Milei, apresentou várias promessas para a área econômica durante sua campanha eleitoral. Logo após a sua eleição como presidente da Argentina, Milei não tardou em anunciar, para todos, as medidas que tomaria para cumprir tais promessas. E ele fez bem: dado o atual cenário econômico que castiga o país vizinho, a pior atitude a se tomar, nesse caso, seria esperar demais para fazer o anúncio de medidas tão necessárias. A Argentina precisa urgentemente de um choque econômico. E, de fato, as medidas de Javier Milei foram um verdadeiro choque para o país.

Trata-se do chamado Plano Motosserra - um conjunto de 14 medidas que visam sanar o problema econômico da Argentina no curto, médio e longo prazos. Entre essas medidas, constam coisas extremamente importantes, como o congelamento do reajuste de salários de funcionários públicos. O governo Milei também prevê a transformação das estatais em sociedades anônimas - algo que é um claro passo rumo à privatização dessas empresas. No Plano Motosserra também estão presentes coisas como a suspensão de licitações, o veto a novas obras públicas e também medidas para impedir que o Banco Central financie o Tesouro do país - a grande causa da inflação galopante que castiga a Argentina.

Além dessas medidas já esperadas e mais óbvias, porém, outras tantas causaram muito rebuliço, embora sejam também extremamente importantes para a economia do país. Javier Milei deixou claro que vai cortar na carne estatal. De imediato, ele cumpriu outra de suas promessas de campanha: reduzir o número de ministérios pela metade. Agora, o governo argentino conta com apenas 9 ministérios. Invejinha, né minha filha? Javier Milei também se comprometeu a cortar 1/3 dos cargos públicos federais, além de uma grande redução no número de secretarias. Porém, as medidas não serão duras apenas para a máquina estatal: todos terão que pagar o preço de décadas de socialismo.

O governo Milei já anunciou o fim da concessão de subsídios a diversas empresas e setores econômicos. Esses subsídios eram responsáveis por manter os preços de diversos produtos artificialmente baixos. Lembre-se de que estamos falando de um país com uma inflação, dita “oficial”, se aproximando da casa dos 200% ao ano. Num cenário tão caótico, é óbvio que todos os preços disparariam. Porém, o governo anterior maceteou os preços com subsídios para maquiar os dados e evitar um colapso social. Com a eleição de Javier Milei, essa distorção econômica acabou: os preços estão livres, especialmente para os combustíveis.

É claro que essa medida, obviamente, tem o seu impacto. Os preços dos combustíveis já subiram em todo o país, entre 25% e 37%, a depender da região e da empresa responsável pela distribuição. Por conta disso, os argentinos começaram a fazer longas filas nos postos de gasolina, prevendo que novos reajustes serão feitos em breve. Usando o real como referência, o preço da gasolina gira, nos primeiros dias do governo Milei, entre valores abaixo de R$ 6 e acima de RS 8. A expectativa, porém, é que os preços continuem subindo.

É claro que a grande mídia esquerdista brasileira já está em polvorosa. “Viu só? Quem mandou fazer o J, otário? Agora aguenta!”. Notícias sobre o fim dos subsídios em vários setores econômicos, como o dos alimentos, circulam por toda a parte. Neste caso específico, o aumento observado nos preços tem sido da ordem de 180%. Esse fenômeno, por óbvio, está sendo colocado na conta de Javier Milei, o que demonstra que, obviamente, a grande mídia não entende nada de economia - ou ela simplesmente, é canalha mesmo. Afinal de contas, será que esse pessoal não sabe a real origem desse problema?

As medidas econômicas tomadas por Javier Milei no início de seu mandato não são apenas necessárias: elas são cruciais e inevitáveis. Não há outro caminho a seguir que não passe pela correção econômica do desastre argentino - algo que vai custar caro para todos. O próprio governo Milei afirma ter encontrado o país como “um paciente na UTI”. O presidente afirmou, em seu discurso de posse, inclusive, que “não há dinheiro” na Argentina, e que todos precisam se preparar para períodos difíceis de adaptação e correção econômica.

Ao contrário da grande mídia brasileira, porém, os cidadãos argentinos já sabem disso. Aliás, eles votaram no candidato libertário, sabendo que as coisas seriam dessa forma. Jornais entrevistaram cidadãos que faziam filas nos postos de combustíveis, perguntando sua opinião a respeito do aumento do preço da gasolina. E, bem, todos já aguardavam esse inevitável cenário. Um dos entrevistados afirmou: “Sabíamos que mais cedo ou mais tarde a coisa ia estourar. Estamos pagando as consequências”. Ele ainda completou: “Vai ser um ano difícil, muito difícil”. Lembre-se de que ele não está falando do ano de 2023, que já está no fim, mas sim do ano subsequente que, de fato, será o primeiro inteiramente tocado pelas medidas econômicas de Javier Milei.

Como sempre dizemos aqui no canal, a Argentina é um verdadeiro estudo de caso, em matéria econômica. O que estamos vendo por lá, agora, é o mesmo que estávamos vendo antes, embora com outras consequências. Trata-se do custo do socialismo. A verdade é que, como bem sabemos, a inflação não é o aumento de preços - ela é o aumento da base monetária. O aumento de preços é, apenas, a sua consequência mais visível. A causa do atual cenário de desastre econômico na Argentina, com uma inflação galopante, decorre inteiramente de décadas de impressão de dinheiro, de forma descontrolada e irresponsável, pelos governos que se sucederam no poder.

O índice oficial de inflação do governo, que mede não o aumento da base monetária, mas sim o aumento dos preços, tem subido de forma considerável por anos a fio. O que fazer nesse cenário? Parar de imprimir dinheiro e cortar os diversos subsídios e benesses a setores econômicos? Não! Os governos anteriores preferiram dobrar a aposta - e a conta agora chegou.

Os governos anteriores - principalmente os kirchneristas - foram os responsáveis pela crescente desvalorização do peso argentino e, por consequência, pelo aumento generalizado de preços. Como resolver esse problema que eles próprios criaram? Dando subsídios para as empresas! Dessa forma, os preços nas gôndolas dos supermercados estavam controlados, porque o governo dava rios de dinheiro para que as empresas cobrissem o prejuízo da manutenção artificial dos preços. E de onde vinha o dinheiro para cobrir esses subsídios? Da impressora estatal, é claro! Ou seja, trata-se de um ciclo de retroalimentação, que piorou, de forma contínua, um problema que já estava mais do que ruim. Uma hora, a coisa iria estourar.

Portanto, a única forma de a Argentina sair do buraco econômico em que se encontra é justamente seguir o caminho contrário. E é exatamente isso que Javier Milei está fazendo. Em primeiro lugar, cortar na carne estatal: reduzir investimentos, cortar subsídios, congelar salários públicos, reduzir cargos, diminuir o número de ministérios. E, na sequência, liberar os preços para que a economia possa se adequar. Lembre-se, sempre, que o verdadeiro remédio para os preços altos são os próprios preços altos - e a sadia ciência econômica nos ensina isso.

No curto prazo, a inflação oficial vai disparar - porque ela não mede o aumento da base monetária, que já aconteceu, mas sim o aumento dos preços. Porém, a tendência é que esses preços se estabilizem em pouco tempo, porque o novo governo assumiu o compromisso de imprimir menos dinheiro. De qualquer forma, a culpa por essa situação não é de Javier Milei, que acabou de entrar no governo. A culpa é de quem ficou décadas no poder, tomando as decisões econômicas mais estapafúrdias que se possa imaginar.

O remédio para corrigir a economia Argentina é mais do que amargo e todos terão que arcar com esse preço. Javier Milei não enganou ninguém: o caminho é duro, mas precisa ser trilhado. E o presidente libertário tomou a melhor decisão que poderia ter tomado: chegou com os dois pés na porta, escancarando a realidade, tomando as medidas necessárias o mais rápido possível. Esse choque de realidade transforma o seu Plano Motosserra em mais do que um projeto político - ele o transforma em um verdadeiro pacto entre o povo argentino e o governo do presidente ancap.

De forma geral, esse experimento econômico chamado Argentina nos ensina importantes lições a respeito do funcionamento da economia. Ou melhor, de como um governo é capaz de destruir a riqueza acumulada ao longo de décadas por meio de medidas econômicas atrapalhadas. Agora, estamos testemunhando a aula mais importante desse experimento: os meios para se resolver o desastre que foi causado por tais decisões equivocadas. A verdade é que destruir uma economia pelo socialismo é algo fácil e rápido de se fazer - inúmeros países ao redor do mundo e ao longo dos anos conseguiram essa façanha. Porém, consertar essa economia após décadas de socialismo é realmente um processo longo e bastante doloroso.

Referências:

https://www.poder360.com.br/internacional/pacote-de-milei-tem-cortes-de-gastos-e-aumento-de-impostos/

https://www.poder360.com.br/internacional/com-fim-de-subsidios-precos-de-alimentos-saltam-na-argentina/