Os motivos que podem levar MILEI ao IMPEACHMENT no início de seu mandato

Agora que Javier Milei foi eleito, seus desafios se tornam mais evidentes. Muitos agentes políticos estão trabalhando arduamente, nas sombras, para que o governo do presidente anarcocapitalista desabe muito rápido.

A vitória de Javier Milei, no segundo turno da disputa presidencial argentina, foi, sob todos os aspectos, surpreendente. Não vamos descer aos detalhes desse assunto, pois já tratamos do tema aqui no canal, poucos dias atrás, no vídeo: “Javier Milei é ELEITO PRESIDENTE da ARGENTINA em dia HISTÓRICO para a LIBERDADE” - link na descrição. Porém, em resumo, o candidato anarcocapitalista deu uma verdadeira surra em seu adversário: foram 3 milhões de votos de vantagem para Milei, em relação ao candidato kirchnerista.

Porém, agora que o frenesi das eleições já passou, a realidade vai se tornando mais cristalina. E a verdade é que, basicamente, Milei terá que governar contra o sistema. Para falar a verdade, fazer isso dá muito trabalho! Existem muitas forças que agem nos bastidores e que não estão nada satisfeitas com a vitória do candidato libertário. É bem provável, inclusive, que vejamos atores políticos agindo para boicotar o governo de direita, logo de início. Em muitos casos, esse esforço vai muito além da torcida em contrário. Já se fala, entre algumas criaturas oriundas dos bastidores da política, na possibilidade de um impeachment do presidente anarcocapitalista. Essa é a principal tática de oposição da esquerda, impedir qualquer candidato mais à direita de conseguir governar e aprovar projetos.

E se você acha esse caso muito parecido com o de Jair Bolsonaro aqui no Brasil - bem, a mídia esquerdista brasileira também vê a coisa dessa forma. Existem, de fato, muitas semelhanças entre o início do governo Bolsonaro e aquilo que se espera para o início do governo de Javier Milei. Contudo, a verdade é que existem também diferenças substanciais entre o Brasil de 2018 e a Argentina de 2023.

O país dos nossos hermanos está um caco, principalmente em matéria econômica. A inflação oficial divulgada pelo governo kirchnerista aponta para um índice anual de 140%. Já o dólar compra hoje, aproximadamente, 1000 pesos. O Brasil de 2018, embora não estivesse nenhuma maravilha, estava muito melhor do que isso. Bolsonaro havia encontrado a casa relativamente em ordem após o governo de Michel Temer.

De qualquer forma, as expectativas em relação à economia da Argentina melhoraram bastante, logo após as eleições. Trata-se, é claro, da confiança do mercado num futuro melhor para o país; mas a verdade é que Milei tem mesmo uma pedreira pela frente. O próprio presidente eleito reconhece isso: “Temos problemas monumentais pela frente: inflação, estagnação, falta de emprego genuíno, precariedade, pobreza e miséria. A solução é abraçar as ideias de liberdade. Nosso compromisso é com o livre comércio, a democracia e a paz”.

E o tom dessa afirmação aponta para um fato que muita gente já tem percebido: Javier Milei, após as eleições, adotou um discurso mais contido. Ele evitou falar sobre os temas mais polêmicos, que acompanharam sua campanha eleitoral - por exemplo, a saída do país do Mercosul e a extinção do Banco Central do país. Mesmo as privatizações, um grande mote de sua campanha, foram desenhadas sim para acontecer, mas ao longo de vários meses. Mas, afinal de contas, será que Milei já começou a esquerdar?

A coisa não é bem assim. A verdade é que não estamos mais em época de campanha; está na hora de governar. E o nosso hermano libertário tem plena consciência disso - até porque, o exemplo brasileiro, com a resistência do estado ao Bolsonaro, está aí para todos verem. O presidente eleito sabe que o sistema vai reagir fortemente contra as suas medidas de alteração do status quo que está estabelecido há décadas. Portanto, ele precisa agir de forma estratégica para, pelo menos, garantir a continuidade de seu mandato. E se você acha que isso seria um excesso de cautela por parte do candidato libertário, lembre-se de que, em 2001, o presidente Fernando de La Rua renunciou ao cargo, por conta de protestos contra sua política cambial.

Alguns ditos “especialistas” afirmam que Javier Milei pode acabar sofrendo um processo de impeachment se mantiver o seu discurso radical. Eles afirmam que sua “retórica incendiária e anarcocapitalista” poderia, eventualmente, lhe retirar todo o apoio no Congresso do país. O possível efeito disso seria o fim do seu mandato com base em alguma alegação qualquer. Como bem sabemos, processos de impeachment nada mais são do que julgamentos políticos.

É claro que todas essas alegações são fruto do típico desespero esquerdista, sempre observado quando a direita chega ao poder. Agora, essa turminha já começou a afirmar que Milei é um problema para a democracia, alguns, inclusive, o chamam de fascista. Isso é muito curioso, uma vez que ele próprio respeitou o processo democrático e por ele foi eleito, com uma larga vantagem. Mas você sabe como é essa galera, não é mesmo? Só é democracia se for a esquerda no poder.

Outro especialista - sempre eles! - entrevistado por um site esquerdista brasileiro, afirmou que a eleição de Milei pode ter um “efeito de retrocesso nas instituições democráticas”. E quais são os motivos apresentados pelo tal especialista? Os mesmos usados contra Bolsonaro, aqui no Brasil - por exemplo, o revisionismo do golpe militar que aconteceu no país vizinho. É claro que, tal como aconteceu com o capitão, não havia nenhuma tentativa de golpe, e Milei certamente vai respeitar as regras do sistema em que se dispôs a entrar. Se isso é positivo ou não, fica a critério de cada um.

De qualquer forma, essa realmente parece ser a estratégia adotada pelo presidente libertário. Veja que ele, por exemplo, abriu a possibilidade de que o presidente brasileiro, o Molusco de 9 dedos, esteja presente em sua posse, no dia 10 de dezembro. Antes, ele havia usado palavras duras - mas completamente verdadeiras, diga-se de passagem - a respeito do larápio brasileiro.

O mesmo pode se dizer do presidente chinês, Xi Jinping. Milei havia dito na sua campanha eleitoral que a Argentina poderia cortar relações com a China. Contudo, logo após a sua vitória eleitoral, ele e o presidente chinês travaram um diálogo relativamente amistoso. No entanto, o caso mais curioso talvez seja o de um conterrâneo de Javier Milei - o Papa Francisco.

Durante a campanha eleitoral, o candidato anarcocapitalista fez críticas severas ao Sumo Pontífice. Este, por sua vez, insinuou que a votação no candidato libertário não seria o caminho adequado para a Argentina. Porém, encerrado o pleito, Sua Santidade telefonou para Javier Milei e lhe desejou boa sorte em seu governo, dizendo-lhe para ser corajoso e sábio. Será que o Papa Francisco estaria incentivando Milei a seguir sua difícil agenda econômica com empenho? Seria um plot twist mais do que inesperado!

Ao que tudo indica, portanto, esse será o plano traçado pelo nosso hermano libertário. Pelo menos no início do seu mandato, ele não vai entrar em conflito o sistema, para não perder totalmente o apoio que ainda possui, evitando sofrer um processo de impeachment. A verdade é que ele sabe muito bem que tanto a grande mídia quanto o meio político ridicularizam o anarcocapitalismo mais por medo do que por falta de compreensão. E os animais do estado, quando estão acuados, ficam ainda mais ferozes.

Não vamos iludir ninguém: é claro que Javier Milei, provavelmente, não vai governar de forma 100% libertária. Afinal de contas, ele precisaria acabar com o estado para fazer isso. Afinal, o presidente libertário estará sujeito à Constituição do país - jogando dentro das quatro linhas, como diria o Bolsonaro. Ainda assim, ele está com a faca e o queijo na mão para fazer história e mudar a economia do país. Em outras palavras: ele tem a oportunidade de ouro para tirar a Argentina do buraco.

A grande vantagem de Milei, porém, é que, no fim das contas, presidentes caem ou se mantêm no poder, não tanto por sua ideologia, mas sim pelos seus resultados econômicos. Embora aspectos ideológicos também nos sejam muito caros, no fundo, todos nós estamos tão empolgados com a vitória do candidato anarcocapitalista porque isso vai representar um grande experimento econômico, bem perto de nós. Seria lamentável ver essa oportunidade sendo desperdiçada por conta de uma retórica agressiva e, neste momento, talvez desnecessária.

Os primeiros meses de governo serão cruciais para o novo presidente. Eles, certamente, definirão o sucesso ou o fracasso de seu governo que, sob todos os aspectos, já é mais do que disruptivo. Se os resultados forem positivos, todo o movimento da liberdade sairá vencedor. O exemplo da Argentina será exportado para outros países, as ideias libertárias serão mais conhecidas e a luta contra o estado e a elite socialista se fortalecerá. Seria um grande equívoco, e um desperdício de oportunidade, colocar tudo isso a perder, comprando uma briga desnecessária com um sistema que, de qualquer forma, está com seus dias contados.

Referências:

https://www.youtube.com/watch?v=2m-8xeKQlc0