Além de fazer o brasileiro passar muita raiva, o preço da carne também pode nos ensinar algumas boas lições econômicas.
Não é segredo para ninguém que os preços, no Brasil, estão disparando mês a mês - e se você costuma ir ao supermercado, você sabe disso muito bem. Até mesmo o IPCA - o índice de inflação mensurado pelo IBGE do Marcio Pochmann e que, portanto, não é dos mais confiáveis - deixa isso bastante claro. No mês de novembro, os preços subiram, de forma geral, 0,39% - elevando o acumulado de 12 meses para quase 5%, muito acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central. Se considerarmos, então, o IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas, a coisa fica ainda pior: pelo terceiro mês seguido, tivemos uma alta de preços superior a 1%.
Se os índices divergem quanto à intensidade dessa alta, porém, em algo eles concordam muito bem: a carne bovina foi o item que registrou a maior alta de preços nos últimos meses. O aumento já chega a 15%, apenas neste ano - e de acordo com os muito questionáveis dados oficiais. A picanha, a garota propaganda da campanha eleitoral do Lula, teve o seu preço praticamente duplicado, num intervalo de um ano. Agora, o quilo dessa peça, considerada a “rainha do churrasco” do brasileiro, já é vendido a R$ 115, em algumas regiões do país. Contudo, mesmo cortes mais modestos não escapam dessa realidade.
Nós já fizemos um vídeo, aqui no canal, explicando esse fenômeno e suas causas, com o título: "DIGA ADEUS ao seu CHURRASCO: PREÇO da CARNE BOVINA vai SUBIR 16% em 2025 no BRASIL DO LULA" - link na descrição. Porém, podemos resumir as causas dos altos preços da carne bovina em 3 fatores que são até simples de se entender. Em primeiro lugar, temos o ciclo da pecuária; em segundo lugar, fatores climáticos; e, em terceiro lugar, a alta cotação do dólar. E, muito provavelmente, este terceiro fator é o mais importante deles, neste momento.
Afinal de contas, ver o dólar acima da marca dos R$ 6 se tornou rotina para o brasileiro. E nem mesmo a Selic, superando os 12%, consegue segurar isso! Foi só o Lula escapar do bico do urubu que a moeda do Tio Sam voltou a valer 3 tartarugas-marinhas! Mas vamos abordar esse ponto daqui a pouco.
Antes disso, vamos falar das importantes lições econômicas que dão título a este artigo. A primeira delas - e, talvez, a mais fundamental, no sentido de ser um conhecimento básico - é o funcionamento da Lei da Oferta e da Demanda. Essa lei de mercado é tão fundamental que ela deveria ser ensinada, nas escolas, junto com as leis da Gravitação Universal e da Termodinâmica.
A coisa é bem simples de entender: quando os preços da carne começaram a subir, os cortes mais nobres ficaram inacessíveis para o brasileiro médio num primeiro momento. A citada picanha, por exemplo, conseguia ainda figurar nos churrascos tupiniquins, mas só de vez em quando. Quando o preço começou a disparar, ela deixou de aparecer de vez, sendo substituída por cortes mais acessíveis. Temos, aí, um primeiro desenrolar da citada lei econômica: a redução na demanda. Não é por outro motivo que, tão logo seu preço disparou, a picanha sofreu pressões inflacionárias menores, nos meses seguintes.
O mesmo não se pode dizer dos substitutos da picanha - cortes como a alcatra e o contrafilé que, embora sejam menos nobres, são suficientemente saborosos e macios. Na medida em que a demanda por essas carnes aumentou, em substituição à picanha, seu preço também subiu. Nos últimos meses, alcatra e contrafilé subiram cerca de 9% ao mês - tornando seu preço também proibitivo, para o brasileiro.
Então, o negócio é buscar alternativas ainda mais baratas - como o chã de dentro, ou coxão mole. Afinal, esse corte ainda rende um churrasco razoável, não é mesmo? Mas, adivinha só o que aconteceu em decorrência do aumento da demanda por esse corte, em substituição aos anteriormente citados? Pois é: o coxão mole teve um aumento de preços superior ao da alcatra e ao do contrafilé, justamente, pela migração da demanda, que busca desesperadamente por cortes mais baratos.
Pois bem: sendo assim, talvez seja melhor o brasileiro simplesmente deixar o churrasco de lado, e guardar uma grana para passar um bife em ocasiões especiais. A solução é partir para a carne de panela mesmo - carnes menos nobres, mas que ainda cabem no bolso do brasileiro. E aí, o que acontece com a demanda? Pois é, você já entendeu: a alta da demanda por carne de segunda fez com que o seu preço disparasse, em novembro. O acém e o patinho tiveram uma alta superior a 8%, enquanto que o peito subiu absurdos 13%!
Mas, então, o que resta para o brasileiro pobre, agora que até mesmo aquela carne que tem que passar 1 hora na panela de pressão para amolecer custa o antigo preço de uma picanha? Bem, se essa tendência se mantiver - e tudo indica que isso vai acontecer, - só vai restar, ao brasileiro, recorrer a outras fontes de proteína, ainda mais baratas. E, com isso, como era de se esperar, os preços dessas opções também vão subir - justamente por causa da migração da demanda.
Em breve, veremos o preço do frango e dos ovos aumentar de forma considerável. Aliás, o preço dos ovos de galinha já registrou alta em outubro - provavelmente, por ser um item de substituição à carne. E depois disso, para onde o brasileiro vai? Para a soja, talvez? Bem, pode ficar tranquilo: você ainda vai encontrar na carne bovina a sua resposta - porque, pelo menos, o fígado de boi teve redução em seu preço no mês de novembro.
É claro que preços altos são algo terrível para o consumidor, e também para a população mais pobre. Contudo, pode acreditar: isso faz parte do jogo. Na verdade, é justamente o aumento dos preços que tende a resolver esse problema, no longo prazo. Na medida em que os produtores começam a perceber o quão lucrativo se tornou o mercado da carne bovina, mais eles tendem a investir nesse setor, elevando a produção. Com uma maior oferta, os preços caem - é o citado ciclo da pecuária, tão comum aqui no Brasil. Em outras palavras: preços altos são resolvidos pelos preços altos.
Porém, se você ainda está prestando atenção, você se lembra que o título deste vídeo faz referência a duas lições econômicas. Qual seria, portanto, a segunda? Bem, essa também é simples de entender - mas muito mais complicada de resolver. Trata-se do problema da intervenção estatal, que distorce a economia, cria crises onde elas não deveriam existir e atrasa, de forma desnecessária, as importantes correções econômicas.
Foram listados, ainda há pouco, os 3 pontos que causaram o aumento brutal no preço da carne no Brasil. E é evidente que, dentre esses pontos, existe um que está diretamente ligado à péssima gestão econômica do governo Lula - a saber, a alta do dólar. Na verdade, é fazendo uma análise a respeito do preço da carne bovina, tendo em mente a moeda norte-americana, que esse problema fica ainda mais escancarado.
Então, vamos conferir, com um pouco mais de critério, o preço da carne bovina brasileira, em dólares. De fato, a arroba do boi gordo está mesmo mais cara - sendo vendida, atualmente, por cerca de US$ 56. Esse é o maior patamar desde maio de 2023. Contudo, esse preço está muito abaixo da média mundial, que é de US$ 65. Ou seja: a carne bovina brasileira ainda está barata - mas só para os gringos.
Mas a análise vai além: o menor valor da arroba do boi gordo, em dólares, no atual governo Lula, foi atingido em setembro do ano passado. Naquela época, o preço era de exatos US$ 43. De lá para cá, portanto, houve um aumento de 30% no preço em dólares. Mas, e em reais: de quanto foi o aumento? Bem, a arroba do boi gordo era vendida, em setembro de 2023, por R$ 212. Agora, seu preço é de cerca de R$ 316 - o que significa um aumento de 50%. Sentiu o drama?
Agora, pare para pensar que essa nossa análise - que pode até ser considerada superficial - abrange apenas um único grupo de alimentos. Pense, então, nesse problema, só que de forma generalizada. Os fatores relacionados à oferta e demanda, e também a questões climáticas, não se restringem ao Brasil - eles atingem os produtores e consumidores do mundo todo. Então, por que a carne produzida no Brasil ficou tão mais cara para os brasileiros do que para os americanos? Pois é: culpa do governo Lula, como não poderia deixar de ser. E isso, sem dúvidas, se aplica a todo o resto.
A intervenção estatal traz consigo diversos problemas inevitáveis — todos decorrentes da distorção do saudável equilíbrio econômico que só se encontra no livre mercado. Em uma sociedade plenamente livre, os preços oscilariam constantemente — para cima e para baixo, dependendo da delicada relação entre oferta e demanda. Contudo, pequenas distorções seriam rapidamente corrigidas, pois preços desequilibrados incentivam produtores e consumidores a tomar decisões racionais. Em pouco tempo, portanto, os preços tenderiam novamente ao equilíbrio. Com o Estado interferindo na economia, porém, essa tendência natural é logo comprometida — e situações absurdas, como o preço da carne no Brasil, tornam-se mais frequentes.
É curioso ver como a duplinha Lula & Haddad, os supostos defensores dos mais pobres contra os “interesses do mercado financeiro”, são os grandes culpados pelo que temos visto: a mesa do pobre mais vazia. Portanto, se você tiver que acender o bafo no dia 23 para conseguir amolecer aquele pedaço de cupim a tempo da ceia da Véspera de Natal, tenha a certeza de que a culpa disso não é nem dos produtores, nem do La Niña. É do governo Lula mesmo.
https://correiodoestado.com.br/economia/preco-da-carne-bovina-mais-que-dobra-e-picanha-passa-de-r-115/440275/
https://revistaoeste.com/economia/picanha-mais-cara-preco-da-carne-e-dos-ovos-disparam-em-outubro/
https://portaldbo.com.br/preco-em-dolar-do-boi-gordo-brasileiro-atinge-maior-patamar-desde-maio-23/
https://www.farmnews.com.br/mercado/preco-do-boi-gordo-em-dolares-de-2020-a-parcial-de-novembro-de-2023/
DIGA ADEUS ao seu CHURRASCO: PREÇO da CARNE BOVINA vai SUBIR 16% em 2025 no BRASIL DO LULA
https://www.youtube.com/watch?v=z4P9_DhG0Hg