22 Mar. 2024
Sugerido: JJ Liber
Escritor: QuintEssência
Revisor: Historiador Libertario
Narrador: Lord Caligula
Produtor: Leandro Brito

Custo para adquirir uma CASA nos ESTADOS UNIDOS subiu 80% em apenas QUATRO ANOS

Certamente, se você é um fiel seguidor das redes sociais, você já viu memes por aí, comparando gerações passadas e seu patrimônio, com as atuais. O mais famoso desses memes é uma imagem que mostra que, na geração anterior, era possível a um pai de família, trabalhando sozinho para sustentar sua esposa e seus filhos, ter uma bela casa com um amplo quintal e um carro grande para comportar sua prole. Já nos tempos atuais, marido e mulher (quando casados) precisam se matar de trabalhar para comprar ração para o seu filho pet - ou qualquer ninharia do tipo.

Pois é: parece que, agora, temos dados econômicos úteis para fundamentar os memes. De fato, ao que tudo indica, comprar uma casa nos Estados Unidos se tornou uma tarefa quase hercúlea. De acordo com números mais recentes, a renda necessária para comprar uma casa por lá disparou consideravelmente, de 2020 para cá. E sim: estamos falando de um crescimento brutal no custo para a aquisição de um imóvel, numa janela de tempo de meros 4 anos!

Conforme o que foi apurado pelo site Zillow - especializado no mercado imobiliário, - um americano precisava contar com uma renda anual de US$ 59 mil, em 2020, para financiar e pagar, de forma confortável, uma casa. Agora, em 2023, esse valor saltou para inacreditáveis US$ 106 mil - ou seja, um aumento de absurdos 80%! Isso, porém, não seria necessariamente um problema, se a renda média do norte-americano tivesse subido na mesma proporção.

Contudo, a verdade é que essa renda subiu apenas 23%, no mesmo período. Ou seja: comprar uma casa nos Estados Unidos, está muito mais difícil, hoje, do que há quatro anos. Não é à toa, inclusive, que o Índice de Acessibilidade Habitacional da Associação de Corretores de Imóveis dos Estados Unidos está nos valores mais baixos de sua série histórica.

Obviamente, uma casa é, na maior parte das vezes, uma aquisição familiar; então, vamos analisar o problema sob esse prisma. Naquele 2020, a renda média de uma família norte-americana era de US$ 66 mil ao ano. Já a renda necessária para pagar uma hipoteca imobiliária nos Estados Unidos, nesse mesmo período, conforme citado, era de US$ 59 mil. Ou seja: grosso modo, podemos dizer que metade das famílias das terras do Tio Sam podiam comprar uma casa naquela época. De lá pra cá, é claro, a coisa piorou bastante.

Hoje, essa renda média familiar é de US$ 81 mil - e não, isso não significa que o povo está mais rico; mas já vamos chegar nesse ponto. Portanto, a maior parte das famílias americanas não têm mais condições de adquirir sua casa própria. Em algumas grandes cidades, especialmente no estado da Califórnia, essa situação ganha contornos de desastres - nesses casos, as famílias precisam ter uma renda anual superior a US$ 150 mil, para conseguir comprar uma casa financiada. Em alguns casos específicos, como o de San Francisco, o valor chega a US$ 300 mil - um crescimento superior a 100%, em relação aos valores de 2020.

Alguns fatores pontuais, e relacionados ao setor imobiliário, ajudam a explicar esse terrível cenário. Entre eles, o aumento nos custos de habitação, taxas de juros mais altas, durante um longo período de tempo, inclusive para hipotecas, e alugueis com preços disparando, de forma geral. Porém, não é possível excluir, absolutamente, a culpa do próprio governo norte-americano, nessa história. Afinal de contas, preços não sobem tanto, de forma tão rápida, e tão definitiva, sem ser por meio de intervenções estatais. E, aqui, estamos falando da pior das intervenções que um governo pode fazer, na economia: imprimir dinheiro.

A verdade é que, hoje, os norte-americanos estão mais pobres do que no passado. “Ah, mas como assim” - alguém pode perguntar. “A renda per capita só tem aumentado!”. Sim, isso é verdade - mas apenas do ponto nominal, mensurando essa renda em dólares. Acontece que o dólar está constantemente perdendo valor. Por isso, precisamos comparar a renda do norte-americano em outra moeda mais estável. E não, não vamos usar o Bitcoin para fazer isso - seria uma baita covardia. Pelo menos por enquanto. Vamos considerar um período de 10 anos, e comparar o PIB per capita dos Estados Unidos com o preço do ouro - que tem sido uma moeda bastante estável, ao longo dos séculos.

Nos Estados Unidos, de 2013 e 2023, a renda per capita subiu de US$ 26 mil para US$ 36 mil - o que equivale a um aumento de 38%. Ou seja, todo mundo ficou mais rico nessa década, certo? Bem, nominalmente, sim. Mas, e se compararmos essa renda com a variação do preço do ouro? A verdade é que, nesse mesmo período, o valor da onça de ouro saltou de US$ 1.300 para US$ 2.100 - um aumento de mais de 60%! Ok, mas o que isso tem a ver com a nossa história?

É simples: basta converter a renda do norte-americano do dólar para o ouro. Dez anos atrás, a renda anual do americano era suficiente para comprar 20 onças de ouro. Agora, essa renda compra, apenas, 17 onças. Ou seja: na verdade, o norte-americano está mais pobre, hoje, do que estava, 10 anos atrás. Mas isso não vale apenas para o preço do ouro - vale para qualquer outro item disponível, na economia. Certamente, o salário nas terras do Tio Sam, hoje, compra menos carros, onças de ouro e, é claro, casas, do que no passado.

Sim, o custo dos imóveis subiu bastante - muito mais que o do ouro, - em pouco tempo. Mas perceba, antes de tudo, que essa discrepância se torna ainda maior, levando-se em conta esse meu argumento. Se considerarmos os valores em dólar, estaremos falando de uma relação entre aumento de custo das casas e renda dos cidadãos de 80% contra 23%. Mas, se considerarmos a depreciação da moeda em relação ao ouro, então essa distância é exorbitantemente maior.

E, nesse caso, de quem é a culpa por essa catástrofe monetária? Conforme já adiantamos, ela recai, exclusivamente, sobre o estado. Afinal de contas, estamos falando da desvalorização da moeda - coisa que só o estado pode fazer. Duvida? Pois confira o gráfico M2 do dólar, para você entender o tamanho dessa encrenca. A base monetária dos Estados Unidos seguia relativamente estável até 1971 - quando foi decretado o fim do padrão-ouro, em relação ao dólar. A partir daí, a base monetária aumentou constantemente, e de forma progressiva. E, desse ano em diante, os governos foram ficando cada vez mais sem-vergonha.

Só que ninguém havia sido louco de fazer, até então, o que Joe Biden fez, quando chegou ao poder - de forma mais específica, em 2020. Em um intervalo de poucas semanas, o governo do Creepy Joe imprimiu nada menos que US$ 6 trilhões. É difícil ter dimensão de quanto dinheiro isso representa, não é mesmo? É muita grana para nossa mente imaginar. Mas, apenas para ilustrar melhor o problema, vamos dar um exemplo concreto.

Durante todo o período de vigência do New Deal - aquela farra econômica keynesiana protagonizada pelo presidente Roosevelt, que certamente você conhece, - o governo dos Estados Unidos imprimiu US$ 650 bilhões. E isso não em valores da época, mas sim em valores devidamente atualizados pela inflação. Ou seja: Joe Biden foi louco o suficiente para expandir a base monetária norte-americana, em 100 dias, numa quantidade 10 vezes maior que o New Deal inteiro! Com esse tipo de dado sobre a mesa, fica difícil não entender qual é a verdadeira raiz desse problema.

De fato, a inflação é o mais cruel dos impostos estatais. Em primeiro lugar, ela rouba o poder aquisitivo das pessoas - é como um ladrão silencioso, que assalta as carteiras sem ser notado. Em segundo lugar, a inflação faz todos os outros impostos subirem. Seu salário, hoje, é nominalmente mais alto, por conta da inflação, embora você não esteja mais rico; e, portanto, sua alíquota de imposto de renda subiu. Já os produtos na prateleira do supermercado também estão mais caros, por conta da inflação - e, portanto, o imposto sobre o consumo também aumentou.

Agora, você precisa pagar uma fortuna para comprar uma casa. No futuro, quando você for vendê-la, ela estará nominalmente ainda mais cara - não por ter se valorizado, mas sim por conta da desvalorização da moeda. Só que, ainda assim, você terá que pagar imposto de renda sobre esse ganho de capital fajuto. Você consegue perceber o quão obsceno é esse cenário? Com a inflação, o governo sempre ganha, e você sempre perde.

Ter um imóvel próprio não é um sonho apenas do brasileiro: os americanos também alimentam essa fantasia. Para eles, porém, assim como para nós, esse sonho se torna cada vez mais distante. Sabe aquela típica casa de filmes norte-americanos? Dois andares, com uma bela garagem à direita, um lindo jardim para as crianças brincarem, e onde vizinhos podem fofocar? Bom, já foi a época em que esse objetivo podia ser alcançado pelas famílias norte-americanas. Joe Biden e sua turma trabalharam duro, para tornar esse sonho um verdadeiro pesadelo. E, como você certamente já imagina, a tendência é que esse cenário de depreciação da moeda estatal apenas piore.

Como última provocação para este vídeo, vamos citar, mais uma vez, ele - nosso amado Bitcoin. Em 2013, o preço médio de uma casa nos Estados Unidos era de US$ 265 mil. Hoje, é de US$ 431 mil. Em 2013, você precisava de 7 mil bitcoins para comprar uma casa nas terras do Tio Sam. E em relação aos valores atuais, você arriscaria dizer quanto que essa quantia, em Bitcoins, lhe permitiria comprar em imóveis nos Estados Unidos? Deixe o seu palpite aí nos comentários.

Referências:

Índice de Acessibilidade Habitacional: https://cms.zerohedge.com/s3/files/inline-images/affordability%20record%20low%2021.jpg?itok=EumzwOwD Sobre o governo de Joe Biden ter impresso US$ 6 trilhões: https://veja.abril.com.br/coluna/mundialista/o-homem-de-seis-trilhoes-de-dolares-nem-o-ceu-e-o-limite-para-biden Gráfico M2 dos EUA: https://br.tradingview.com/symbols/ECONOMICS-USM2/ Preço da Onça de Ouro em dólares: https://www.xe.com/pt/currencycharts/?from=XAU&to=USD&view=10Y PIB per capita dos EUA: https://www.ceicdata.com/pt/indicator/united-states/annual-household-income-per-capita Custo dos imóveis em 2013 e 2023: https://www.brasildefato.com.br/2023/11/29/o-sonho-da-casa-propria-esta-cada-vez-distante-nos-estados-unidos Valor do BTC em USD: https://br.investing.com/crypto/bitcoin/btc-usd

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