Chapada dos Guimarães é privatizada

Ah, como eu gostaria que a Chapada dos Guimarães fosse realmente privatizada e ficasse fora das garras estatais!

No dia 2 de fevereiro de 2024, políticos e burocratas de plantão estavam em polvorosa pelas comemorações da concessão ao setor privado do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Estes mafiosos comemoravam com fotos e sorrisos o suposto sucesso do leilão para o consórcio Parques FIP em Infraestrutura (Fundo de Investimento em participações) que venceu a concorrência com um lance de R$ 926 mil, direto da bolsa de valores de São Paulo.


O contrato entre o poder público, com o ICMBio à frente do negócio, e a iniciativa privada, prevê investimentos de R$ 218 milhões ao longo dos 30 anos de concessão, destinados à instalação de infraestrutura e operação.


É realmente impressionante como todo tipo de sanguessuga estatal aparece para posar na foto com aquele seu largo sorriso cansado, marca indefectível de psicopatas que se refestelam na abundância de dinheiro alheio, tomado a chicote e muita, mas muita propaganda. É como uma revoada de puxa-sacos que se aninham para as fotos, apertando-se mais do que jacarés em beira de rio num dia de sol.


Além de se gabarem por não fazer absolutamente nada, ainda têm a desfaçatez de se promover nos louros de uma empresa privada que ainda sequer está operando. Sim, políticos e burocratas do alto escalão já estão vendendo o suposto sucesso da empreitada como se fosse deles, mas sabemos, por lógica, que qualquer êxito que ocorra se dará pelo esforço, capacidade e mérito dos funcionários da empresa privada. Diga-me se isso não faz lembrar o filme 'Psicopata Americano'?


Só para dar um spoiler do filme: o personagem com transtorno narcisista sempre busca altos cargos em empresas, mas em seu trabalho apenas finge que está trabalhando. Na verdade, ele passa o dia a espreitar vítimas para aplacar, ainda que temporariamente, seus impulsos destrutivos. É como que uma versão alternativa da máxima: “os piores chegam ao poder”, proferida por Hayek em sua obra “O caminho da servidão”. Pois é, desculpe informar, os piores já estão no poder, e quando se trata do aparato estatal, sempre estiveram!


Traduzindo em miúdos, essa gente vive criando pseudo fatos e falsas promessas para vender a ideia ilógica de que são eles que promovem o turismo no Brasil, quando, na verdade, de suas mãos não sai absolutamente nada. Essas mãos sujas são usadas para roubar e agredir o cidadão comum. Pobre do pantaneiro mato-grossense, que nunca poderá fazer uma viagem para visitar o Parque da Chapada, mas carrega o peso do mastodonte que o administra, ainda que, a partir de agora, de forma indireta. Você acredita que a empresa vencedora do certame terá liberdade para implementar sua operação? Ah, você já ia se esquecendo que vivemos no Brasil, a mais soviética das repúblicas de bananas!


Para qualquer passo que a pobre empresa queira dar, lá estarão os guardiões da ineficiência brazuca: CLT, cartórios, planejamento central, justiça do trabalho, código do consumidor e burocracia infinita vinda de inúmeras fontes. Apesar das áreas naturais protegidas por lei no Brasil serem reguladas pela ICMBio, pode crer que tem influência do IBAMA, do IPHAN, de secretarias estaduais e municipais da região, fora do Ministério do Meio Ambiente. Ministério esse que trava um verdadeiro MMA contra qualquer empreendedor privado. Pegou a referência?


Então pensemos apenas pela lógica: o que é mais barato? Simplesmente visitar uma área com belezas naturais, remunerando o proprietário por manter a área limpa e acessível, ou pagar um inumerável secto de burocratas e políticos com seus infindáveis assessores para reservar uma área qualquer?

Mas se fosse apenas pagar para entrar seria ótimo! Infelizmente, não é só isso. Você só pode entrar na hora que esses mafiosos permitem, só pode caminhar nas trilhas que os gangsteres delimitam, não pode sair com nenhuma folha de arnica para fazer uma infusão, quanto mais uma folha de carqueja para fazer um chá. Seu destruidor de naturezas! Seu faciste ecologike!


Esses eco-loucos fazem questão de lembrar a todo momento que você não é bem-vindo ali. Que você não faz parte desse ambiente. Provavelmente esses asseclas de ditadores consideram que você, pobre cidadão comum, é algum tipo de alienígena que veio a este mundo para destruí-lo, exaurindo os seus recursos e dilapidando seu patrimônio. E que se não fosse o estado, se não fossem eles com sua aura imaculada de defensores do meio ambiente, o capitalismo selvagem já teria destruído toda a floresta do mundo, junto com as girafas da Amazônia e os leões da chapada mato-grossense.


Mas está claro porque pensam assim, pois é justamente o que eles são! É justamente o que fazem e como agem todos os dias de suas miseráveis vidas.


Fora que nunca, nem ninguém poderá saber o que realmente aconteceu nos bastidores desse leilão. Se você acredita nos operadores do governo responsável pelo maior esquema de corrupção da história da humanidade, então beleza. Mas se resta algum fio de sanidade na sua mente, provavelmente você ao menos poderá supor algum tipo de esquema, cafezinho, toma lá dá cá, caixa dois, dinheiro na cueca, dinheiro no apartamento, entre outras coisas do tipo.


E desses operadores, a carga ideológica é tão grande, que fizeram questão de dizer que o parque nacional da chapada dos Guimarães não foi privatizado, o que foi feito se trata apenas de uma concessão à iniciativa privada. Sendo assim, o parque continua sendo de todos os brasileiros. Olha só que bonitinho, mais um caso de tragédia dos comuns… Sim, o parque abrange uma área de mais de trinta mil hectares de terras em que não se pode fazer nada, e como a fiscalização nunca é perfeita, surge um incentivo para ações furtivas como caça de animais e coleta de plantas. Em outros parques há casos mais graves, como invasão e apropriação da terra mesmo.


Mas se há uma tragédia com relação à organização social que o estado impõe, por outro lado, com relação à natureza das coisas, realmente não há palavras para descrever tamanha beleza natural na chapada dos Guimarães. Para quem sai da metrópole quente e abafada de Cuiabá, logo encontra um refrigério ao subir a serra em direção à chapada, muda o clima, muda a vegetação, muda o ar, a paisagem, o tempo, as pessoas, muda tudo.


A paisagem das chapadas talvez seja a que proporciona maior beleza cênica dentro do território nacional. Com paredões escarpados que separam dois patamares por centenas de metros de desnível, é abrigo das mais belas cachoeiras e casa dos grandes mamíferos do cerrado sul-americano.


Para qualquer chapada que se possa visitar, sempre a experiência é deslumbrante. Aqui no Brasil, podemos ter o contato com várias dessas formações, mas especialmente no planalto central brasileiro, em regiões que vão desde Rondônia a oeste até a Bahia a leste, de São Paulo a sul até Piauí ao norte. A chapada dos Guimarães está inserida nesse contexto. Ela também é conhecida como caixa d'água de Cuiabá, pois várias das principais nascentes dos maiores rios que seguem sentido ao Pantanal mato-grossense - que por sua vez tem início próximo a Poconé - nascem justamente nessa região. Essas nascentes desabam do alto de caudalosas cachoeiras chapada abaixo.


Mas qual o problema de permitir a visitação em uma área de extrema beleza cênica?
Bem, não há nenhum problema se o proprietário de uma área linda, constrói uma infraestrutura que permita atender a turistas e cobre uma taxa que melhor lhe aprouver. Inclusive há um número crescente de pequenas propriedades, em lugares de belíssimas paisagens ou com atrativos naturais, que direcionam negócios voltados ao ecoturismo ou turismo rural. Por vezes esses empreendedores aderem a um sistema conhecido como Reserva Particular do Patrimônio Natural, a famosa RPPN, para assim auferirem isenções de impostos e taxas.


Então, se a Chapada dos Guimarães fosse realmente privatizada, provavelmente haveria diversas pequenas propriedades rurais, cujos donos dariam destino aos recursos ali existentes da melhor maneira que lhes aprouvesse. O dono da área da cachoeira do véu na noiva provavelmente daria um destino turístico, mas sem alimentar Sauron.


Enquanto haja propriedade privada, ali estão os melhores incentivos para uso e conservação de recursos, sejam eles de qualquer natureza. Veja então mais um caso de tragédia dos comuns. A cachoeira da Martinha, encontra-se na área de domínio da rodovia MT-251. Então quem é o dono dessa cachoeira? Seria o departamento de estradas do Mato Grosso, o povo do Mato Grosso ou ninguém? Na dúvida, a cachoeira, que é lindíssima, não tem manutenção nem infraestrutura e apresenta riscos aos banhistas que lá se aventuram. Bem, o risco em ambiente natural sempre existe, mas é óbvio que um proprietário teria os incentivos para promover ações de segurança e bem-estar para os usuários, para não afugentar turistas.


Então, segundo uma ética de propriedade privada, esses pequenos empreendedores estariam direcionando esforços e investimentos para atender a uma demanda de turismo. Tudo belo e moral - todos saem ganhando e ficam felizes.


O problema é quando o agente coercitivo toma terras de pessoas pacíficas por decreto, expulsando-os da propriedade que por eles era usada, delimitada e defendida, para dar uma destinação àquele já surrado "bem comum".


Realmente, esses burocratas são tão soberbos que se acham como deuses que, sabendo qual seria esse suposto bem comum, agora tem a justificativa para cometer os maiores impropérios contra o indivíduo pacífico e trabalhador.


O caso do Parque Nacional do Itatiaia é um exemplo latente. No princípio da formação do parque, os moradores e proprietários foram expulsos com a desculpa de que seriam indenizados. Como o dinheiro nunca chegava, resolveram retornar às suas terras e como o dinheiro nunca veio, lá estão eles dentro do parque. Proprietário raiz é isso ai! O governo fecha a área dizendo que é parque, ameaça e constrange, mas a pessoa não arreda o pé!


Mas veja como o que está por trás de tudo isso é a destruição da Lei Natural. Ao relativizar a propriedade privada, o estado coercitivo faz abolir a lei natural e descaracteriza o ser humano na sua essência. O indivíduo passa a ser um mero intruso do local onde mora, porque essa propriedade - que deveria ser dele - passou a ser de quem detém o monopólio da violência e do crime. Ou seja, quem dita as regras é quem tem armas.


Não há civilização que prospere tendo atentado contra a Lei Natural humana e é justamente o que o estado moderno faz, dia após dia, incansavelmente, sem parar, há pelo menos 200 anos.


Então, fica a pergunta: até quando vamos aguentar enquanto sociedade?

Qual o limite para distorções da realidade e da Lei Natural humana?

A partir de que ponto a restauração da ordem natural é impossível e a derrocada é irreversível?

Bem, eu sinceramente adoraria saber, mas como não sei, acho melhor estar precavido. É o que temos analisado e apresentado em vários de nossos vídeos aqui do Visão Libertária. Fortaleça a si próprio e a sua comunidade, forme laços pessoais e profissionais. Trabalhe, produza, comercialize, ajude as pessoas com seus produtos e serviços.


Realmente pessoal, o mundo não é justo, mas também não é ruim. Apesar desse governo absurdo que oprime o cidadão comum, ainda podemos ir fazer uma visitinha na chapada dos Guimarães. Assim, teremos contato com as belezas do mundo natural, e poderemos esquecer um pouco das mazelas da organização social em que vivemos atualmente.


Se quiser continuar nesse assunto, veja agora o vídeo: “Qual é a origem do Ecossocialismo?”, link logo abaixo na descrição.

Referências:

Qual é a origem do Ecossocialismo?
https://www.youtube.com/watch?v=OIrJ5tO6tHg

https://www.poder360.com.br/brasil/consorcio-arremata-parque-da-chapada-dos-guimaraes-por-r-926-mil/#:~:text=O%20Parque%20Nacional%20da%20Chapada,privada%20por%20R%24%20926%20mil.