Brasil quer BRICS adotando o BITCOIN, e daí?

O Grupo dos BRICS já falhou na ideia de criar uma moeda concorrente ao Dólar, então agora querem tentar investir em uma criptomoeda própria... Quem é o doido de investir nesse negócio?

O nosso querido "Brasilzão" e seus burocratas estão estudando a possibilidade de usar da tecnologia blockchain para realizar transações internacionais dentro do Brics. Diferente da proposta anterior de criar uma moeda comum para o bloco, a desculpa da vez é de que essa iniciativa não seria para combater a influência do dólar, mas para aumentar a eficiência, segurança e agilidade das operações financeiras entre nações, ou algum papo furado do tipo.

Para você que chegou aqui de paraquedas e não conhece o termo, a blockchain é uma tecnologia que organiza dados em blocos encadeados de maneira segura e imutável. Cada bloco armazena transações verificadas vinculando um novo bloco ao anterior, garantindo a integridade das informações de maneira independente de carimbos estatais.

Por ser descentralizada, essa inovação elimina intermediários, proporcionando mais transparência e segurança nas operações. Além de seu uso em criptomoedas como Bitcoin, Ethereum, XRP e Solana, a blockchain também é aplicada em contratos inteligentes, rastreamento de cadeias de suprimentos e autenticação digital.

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Mas como nem tudo são flores, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a ameaçar pelo Twitter a impor uma taxa de 100% nos países que tentassem reduzir a influência da moeda norte-americana no comércio global. A proposta de moeda comum dos Brics praticamente morreu a partir dessa declaração e o bloco não demonstrou um interesse forte pela ideia após o ocorrido, somente com a China oferecendo zerar em 100% suas tarifas para equivaler aos impostos de importação americana, sem maiores escaladas até o momento.

Mas essa ideia de utilizar a Blockchain para coisas relacionadas aos Brics nem é um novidade! A Rússia já cogitou, há um tempo atrás, lançar uma stablecoin vinculada ao Brics e, em específico, ao yuan chinês para uso em importações. Na época, o "Tsar eurasiástico", Vladimir Putin, afirmou que o bloco estava desenvolvendo um sistema de pagamentos independente, "livre de interferências externas" e incluindo o uso de uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC). No entanto, como era de se imaginar, o projeto não vingou.

Embora a Rússia tenha proibido o Bitcoin em 2022, no ano passado, o país voltou atrás, pois viu nas criptomoedas uma forma de contornar as sanções econômicas impostas pelo Ocidente. O Próprio Putin chegou a admitir que "Ninguém pode proibir o Bitcoin", com Moscou realizando transações internacionais usando a moedinha laranja e outras formas de ativos digitais, reduzindo sua dependência do sistema financeiro global tradicional. E é óbvio que isso faz os Estados Unidos e a União Europeia reverem sua hegemonia econômica e cheia de tratados econômicos, agora driblada pela invenção de Nakamoto.

As criptomoedas são, naturalmente, uma ferramenta útil contra o sistema e o mercado convencional baseado nos papeizinhos coloridos que são impressos na capital, mas ainda há muitos países considerando fazer suas "reservas estratégicas" de Bitcoin, tal como foi feito com o ouro no passado. El Salvador, que embora tenha deixado de adotar os satoshis como moeda oficial, foi o primeiro país a formalmente reconhecê-lo como uma moeda legítima para negócios. A estabilidade é o que garante o valor da moeda e a confiança nela, já que não pode ser especulada ou imprimida aos montes para distorcer seu valor, tal como acontece com as moedas latino americanas e várias shitcoins, que são fachadas para golpes online.

Outras ditaduras ao redor do mundo já tentaram copiar o mesmo modelo de usar criptomoedas para alavancar seus projetos de poder, tentando driblar a economia americana. Uma delas foi o "Petro" (PTR), que foi lançada em 2018 na Venezuela sob o regime de Nicolás Maduro, com a proposta de ser uma criptomoeda lastreada nas exportações de petróleo venezuelano, driblando sanções e impulsionando a economia do país.

Mas desde o início, o projeto careceu do que fez o Bitcoin ser tão valioso, a credibilidade, pois ninguém confiava na competência de uma ditadura corrupta que quebrou completamente o país e que ficou famosa pelo mundo todo como um exemplo de uma inflação tão alta que chegava a ser assustador viver nessa realidade. O governo tentou forçar sua adoção, mas a moeda nunca foi usada, perdeu muito de seu valor, e em 2024, ela foi oficialmente encerrada, não passando de uma mera propaganda estatal e outra promessa vazia de um governo ditatorial.

É irônico como os governos autoritários ou extremamente estatistas que compõem o Brics, querem usar de uma alternativa contra o estado convencional burocrata para poder rivalizar com a economia americana, já que sozinhos (ou até unidos) não possuem o poder para o fazer. O bloco não se passa meramente de um encontro anual e é propagandeado pelas "Russetes" e supostos nacionalistas como uma versão emergente da OTAN contra o "imperialismo americano", se gabando de possuir 39,9% da população mundial com seus aproximadamente 3,23 bilhões de pessoas.

O que essas pessoas esquecem é que os países dentro do próprio bloco tem disputas severas entre eles, além de suas economias fracas, alta burocracia e problemas políticos que os impedem de realizar seu verdadeiro "potencial". Qual vai ser a empresa que vai querer investir em um país com altos níveis de corrupção, com uma grande burocracia e que um burocrata aleatório pode, do dia pra noite, decidir nacionalizar tudo que foi investido, pagando uma reparação minúscula e desejando "boa sorte" para todos os investidores. Até mesmo a China tem alguma preocupação mínima com isso, se comparado ao governo de Moscou e outros do bloco.

Sem contar vários conflitos internos que impedem cooperação no grupo, como a China e a Índia, que possuem, abertamente, o maior conflito de fronteiras do mundo. Além disso, o país dos pandas não está disposto a ceder por conta da extração de ferro na área, além de poder se alinhar diretamente com países que querem atacar a Índia, como o Paquistão.

A Arábia Saudita e o Irã, dois membros adicionados ao grupo recentemente, são constantes rivais e querem a aniquilação um do outro por divergências religiosas. Além disso, a própria Rússia e seu alto escalão político ainda não aceita de bom grado a ideia de ser um aliado submisso da China, mesmo que o mundo inteiro perceba a clara diferença de poder econômico entre ambos. Por séculos a Rússia e China foram inimigas e mesmo quando ambas compartilhavam a mesma ideologia comunista, quase entraram em guerra por diversos problemas. Então a Rússia reluta em aceitar seu atual posto abaixo do segundo lugar no estágio global.

Por que você acha que Putin fala tanto sobre um "Mundo Multipolar"? Não é porque ele é "bonzinho", tem visão humanitária ou quer um mundo de potências em constante competição para mais comércio e avanços tecnológicos... Ele propõem um mundo multipolar puramente porque a própria Rússia não tem capacidade para voltar ao Mundo Bipolar da Guerra Fria ou até mesmo superar os EUA, devido as décadas de um regime comunista que destruiu qualquer desenvolvimento interno russo e que se baseou somente na expansão militar e repressão para ganhar mais poder.

Não é á toa que vemos hoje a Rússia repetir os mesmos atos do passado, pois foi a única maneira que o estado russo sempre usou para se desenvolver, anexando regiões mais ricas ao redor de si mesma, saqueando povos e formando um estado rígido em defesa da "Mãe Rússia" (colocar sotaque russo na narração desse trecho). Essa proposta será só mais uma entre tantas que o Brics já fez e que tal como ele, nunca vai pra frente...

Referências:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Petro
https://www.coinex.com/register?rc=qds4m