28 Jan. 2024
Escritor: Historiador Libertario
Revisor: Lord Caligula
Narrador: Lord Caligula
Produtor: QuintEssência

A educação do imaginário e a agenda comunista

Nossa compreensão da realidade é baseada em nossa capacidade de percepção e absorção de experiências e vivências na nossa vida. E o imaginário tem importância enorme para nossa compreensão da realidade, pois representa um banco de dados da nossa imaginação.
O processo inicia com a percepção de um ente qualquer através dos sentidos, como por exemplo uma cadeira. As formas da cadeira são retidas na imaginação. Através da memória, somos capazes de armazenar mentalmente a imagem desta cadeira, mesmo em sua ausência. A partir desta imagem mental memorizada, nosso intelecto é capaz de abstrair a essência da cadeira, comum a todas as cadeiras. Criamos, assim, em nossa mente, o conceito “cadeira”, tornando-nos capazes de reconhecer outras cadeiras através da essência apreendida. O conjunto de todas as cadeiras percebidas por nós é o que vai, a partir daí, popular nosso imaginário sobre este item. Esse imaginário vai influenciar a nossa vida prática e em como encaramos os desafios e as demandas do cotidiano, possibilitando a nós fazer uma melhor interpretação da realidade.

Uma experiência pode ser interpretada de formas completamente diferentes por diferentes pessoas. Cada imaginário individual possui um histórico próprio, com diferentes impressões, informações e experiências, filtrando a experiência vivida de uma maneira diferente. A cosmovisão é uma camada do imaginário mais facilmente visível, sendo influenciada pela literatura, pelas artes e pelo cinema. É importante, portanto, sempre nos atentarmos ao que consumimos em termos de produção cultural. No cenário distópico de ‘O Admirável Mundo Novo’, o governo no poder excluía completamente do debate público e da vida social aqueles que rejeitavam as normas e obrigações do regime, visando restringir o imaginário popular. Os dissidentes, ou seja, os selvagens, eram excluídos dessa nova civilização. Havia um incentivo de uso de drogas cujo objetivo era condicionar a sociedade para tornar as pessoas mais obedientes. Naquela sociedade de hedonismo, a monogamia passou a ser vista como egoísmo. Para as pessoas conectarem esses pontos, mostrados na obra de Aldous Huxley, com as novas políticas adotadas nos dias de hoje, é preciso que o indivíduo em seu imaginário esse elemento de referência. Por isso, é de importância fundamental para o enriquecimento do imaginário que o indivíduo tenha contato desde cedo com obras de ficção capazes de trazer cenários diferentes e lições de vida únicas. Se quiser saber mais sobre a obra "O Admirável Mundo Novo", deixamos como recomendação o vídeo: DECIFRANDO o ADMIRÁVEL Mundo Novo, o link está na descrição.


Já aqueles que leram a obra Fahrenheit 451, ou chegaram a assistir ao filme, conseguem perceber o medo que o governo tem de ideias divergentes, e como o estado em algum momento vai atacar os livros, os intelectuais e defensores dessas ideais. Essa pessoa então não será facilmente enganada pela narrativa do regime que sempre criará uma narrativa a ser repetida: de que essas ideias que ameaçam o sistema visam prejudicar a sociedade e a ordem social. Ela vai perceber com mais facilidade o modus operandi autoritário e censurador das elites no poder, e em como os políticos só pensam em si mesmos e em seus projetos de poder. Assim, é nítido que aqueles que se opõem fortemente à censura na internet, e demais meios de comunicação, são aqueles que têm em seu imaginário a compreensão da importância da livre circulação de ideias ‒ e que por isso vê o estado com desconfiança. Ao contrário, aqueles que cresceram sem boas referências literárias e só têm contato com o que a grande mídia veicula terá uma visão restrita da realidade, incapaz de criticar o status quo. Sobre isso, deixamos como recomendação o vídeo “A engenharia da OPINIÃO PÚBLICA”. O link está na descrição.

As fábulas, portanto, ajudam a despertar em nós a resistência contra a tirania, ousadia e manipulação de governantes e especialistas, ditando como devemos ver a realidade. Um exemplo é na fábula “A Roupa Nova do Rei”, que mostra a falsidade e a hipocrisia de todos aqueles que trabalham no estado cercando os poderosos, puxando o saco da elite que, em sua maioria, nem se importa com a verdade de o rei estar nu, preferindo aderir à cegueira coletiva. Os governantes vivem cercados de bajuladores que não têm a coragem de admitir nada que possa contrariar o ditadorzinho no poder, seja por medo de retaliações ou de perder cargos e poder.

Devido ao poder que livros, filmes e fábulas têm de moldar o imaginário das pessoas é que os poderosos do sistema sabem da importância de atuar nesse campo cultural. Assim, a narrativa de que o estado precisa promover cultura e investir nesse setor passa a ser divulgada como se fosse um grande bem feito pelo leviatã. Tudo isso não passa de desculpa para impor uma agenda favorável ao regime, criando uma nova cultura repleta de elementos com o intuito de modificar o imaginário popular da maneira que os poderosos desejam.


A série La Casa de papel é um exemplo de inversão de valores. Aqueles que assistiram à série podem ver alguma justiça em expropriar os ricos para beneficiar outros grupos. O plano do personagem chamado Professor e seus seguidores era o de roubar a Casa da Moeda da Espanha, tendo motivações de redistribuição da riqueza adquirida através de um crime. Mas a correta percepção de roubo, de agressão a um proprietário legítimo de uma fortuna, é distorcida sob a narrativa de “justiça social”, nada diferente da visão que os socialistas e comunistas têm da realidade. Isso tem tudo a ver com as políticas propostas pelos marxistas e progressistas de taxar os ricos, algo que só afugenta os investidores, concentra mais poder no estado e perpetua a imoralidade estatal sobre nosso dinheiro.

São elementos comunistas inseridos em filmes e séries que acabam influenciando milhões de pessoas que nem percebem o quanto estão sendo manipuladas de uma forma sutil. Isso tudo nos explica, por exemplo, o enorme esforço da Disney, nos últimos anos, em subordinar super-heróis à agenda progressista de desconstrução da masculinidade e feminilidade. Uma determinada personagem se torna incrível e sem defeitos apenas por ser mulher e se encaixar em determinado padrão de comportamento, independente do quão fraca, narcisista e imoral ela possa ser. A vontade de lacrar e de desconstruir as percepções sobre a masculinidade e os comportamentos humanos supera qualquer vontade de educar crianças e jovens a desenvolver virtudes reais e a aprender lições morais valiosas. Um novo imaginário formado por pessoas banais e desprezíveis, ou heróis sem virtudes e inseguros, pode transformar o caráter de toda uma geração, tornando as pessoas cada vez mais deficientes de boas referências. Talvez por isso vemos cada vez mais jovens histéricos e sensíveis, sem nenhum amadurecimento, incapazes de lidar com as adversidades e desafios da vida, desistindo ante a primeira dificuldade, buscando encontrar culpados para seus fracassos.

Um caso interessante de formação do imaginário de toda uma população, sobre uma determinada experiência política e social, foi na Polônia. Durante a segunda guerra, esse país europeu foi invadido e controlado tanto pelos nazistas como pelos comunistas. Com o fim da guerra, o território polonês foi totalmente dominado pelo regime comunista soviético. Mas foi devido a essa experiência brutal, que deixou tantos traumas, que os poloneses construíram uma forte hostilidade a esses regimes despóticos e coletivistas. O comunismo e o nazismo são repudiados por boa parcela da população polonesa que, com certeza, cresceu ouvindo de seus pais e avós sobre os horrores do passado. Devido a isso, os símbolos da foice e do martelo, assim como a suástica nazista, são totalmente banidos naquele país. Não muito diferente dos poloneses, muitos alemães que foram confinados na Alemanha oriental, controlada pelo regime de Moscou, têm esse trauma carregado, transmitindo essa experiência para seus filhos e netos. Portanto, durante décadas, devido ao muro de Berlim e à divisão da Alemanha, todo o imaginário dos alemães que viviam na parte oriental soviética foi sendo moldado de forma diferente ao daqueles vivendo na parte ocidental capitalista.

Por tudo isso, o imaginário precisa ser educado desde nossa infância, para não sermos influenciados e manipulados pelos apologistas de ideologias perversas como o marxismo. A educação do imaginário voltada para a verdade e a liberdade humana consegue formar a verdadeira resistência. Esse é o principal trabalho contra a lavagem cerebral. Podemos então fortalecer nossa imaginação e compreender nossa missão de vida e vocação, assim, servindo a humanidade da melhor forma possível.

Muitas pessoas, no entanto, têm o imaginário danificado e acabam sendo impossibilitadas de enxergar a verdade. Essa é a consequência da falta de educação adequada e do contato com uma cultura de baixa qualidade. Não é difícil de entender por que os governantes apenas degradam a cultura e a arte, tornando-as de baixa qualidade. É aí que entra a Rede Globo com suas novelas, com toda a pegada Woke, que apenas ataca os valores tradicionais e a família, promovendo valores invertidos e imorais. Programas imbecilizantes, como o Big Brother Brasil, nos mostram que a futilidade e a besteira, associadas a fofocas da vida alheia, se tornam a preocupação principal de milhões de brasileiros. Isso de fato tem contaminado o povo brasileiro com puro lixo de baixa qualidade. Portanto, precisamos resgatar a boa cultura literária, os bons autores que estão sendo abandonados, as boas músicas e os bons filmes.

De fato, o cinema tem muito mais poder de moldar o imaginário de toda uma geração de pessoas do que podemos acreditar. Um exemplo claro disso foi como os filmes americanos tiveram forte influência sobre milhões de pessoas que viviam em países sob o domínio soviético, entre eles, a terrível Romênia de Nicolae Ceausescu. O cinema americano sempre teve um enorme financiamento e poder de alcançar as massas em várias partes do mundo, mesmo que de maneira clandestina nos países sob a Cortina de Ferro, influenciando fortemente a mudança cultural. Durante décadas, entre 1947 a 1991, a rivalidade e competição ideológica e política entre os americanos e soviéticos, conhecida como Guerra Fria, impactou o mundo. Políticos, militares, burocratas e agentes da inteligência desses dois países perceberam o enorme poder das armas culturais, ou seja, de políticas e campanhas de influência ideológica e cultural. Consequentemente, apesar dos enormes esforços dos ditadores comunistas em tentar controlar e restringir a entrada da cultura ocidental em seus países, as pessoas sob o jugo dos comunistas conseguiam ter acesso a filmes americanos, contrabandeando as fitas VHS. Salas com exibições clandestinas se tornaram comuns; nesses locais, as pessoas se reuniam mesmo correndo risco de opressão governamental, para prestigiarem os filmes americanos. Falamos sobre isso no vídeo “O regime COMUNISTA na ROMÊNIA abalado pelo CINEMA NORTE-AMERICANO”, o link está na descrição.

Foi assim que tantos indivíduos doutrinados pelo marxismo e privados de bons livros e fábulas para educar seu imaginário, conseguiram ter boas referências sobre temas como o individualismo, a liberdade, o capitalismo e valores morais e religiosos. Com certeza, essa infiltração cultural foi o maior baque sofrido pelos comunistas, que não souberam lidar com essa inundação de ideais e histórias que desafiavam a visão coletivista e socialista da vida. Por isso, a maior arma do estado é o controle sobre as mentes e sobre o imaginário. O monopólio sobre o sistema de ensino e a implantação de agendas gramscianas de infiltração têm sido a grande arma dos comunistas para dominar e enfraquecer o ocidente, pois eles entenderam por onde agir.

Em países como os Estados Unidos e o Canadá, podemos ver como as escolas e as universidades há tempos adotaram a cartilha do politicamente correto. Juntamente a isto, essas instituições estão atacando os valores libertários americanos. As instituições e ideias que tornaram os Estados Unidos um local de liberdade e riqueza estão sendo cada vez mais descredibilizadas pelos progressistas, que não passam de comunistas com um discurso politicamente correto. Hoje em dia, pessoas são presas, multadas e condenadas no Canadá apenas por falarem termos e propagarem ideias não aceitas pela tirania Woke de Justin Trudeau. Foi isso que aconteceu com o psicólogo Jordan Peterson, condenado injustamente à reeducação. Sobre isso, fizemos dois vídeos intitulados: “Jordan Peterson CONDENADO à reeducação no CANADÁ” e “Como o Canadá virou uma ditadura”, os links estão na descrição.
Enfim, se quiser continuar aprendendo sobre esse assunto, deixamos como recomendação o vídeo já lançado aqui no canal: “A Sociedade Fabiana: a MANIPULAÇÃO da LINGUAGUEM e do IMAGINÁRIO”. O link está na descrição.

Referências:

Visão Libertária - A engenharia da OPINIÃO PÚBLICA: https://www.youtube.com/watch?v=zmsY-LQWL4k Visão Libertária - O regime COMUNISTA na ROMÊNIA abalado pelo CINEMA NORTE-AMERICANO: https://www.youtube.com/watch?v=yNU4uYUlbi0&t=1s Visão Libertária - A Sociedade Fabiana: a MANIPULAÇÃO da LINGUAGUEM e do IMAGINÁRIO: https://www.youtube.com/watch?v=90bP60psjzQ&t=374s Visão libertária - Como o CANADÁ virou uma DITADURA WOKE? https://youtu.be/cD8btTSWOXU Visão Libertária - Jordan Peterson CONDENADO à reeducação no CANADÁ https://www.youtube.com/watch?v=09GSnm5BxT4&t=1s Visão Libertária - DECIFRANDO o ADMIRÁVEL Mundo Novo: https://www.youtube.com/watch?v=3GST70W-g08

Visão Libertária

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