Todo mundo já viu algum meme sobre o comunismo causar fome, e se virou meme é porque tem graça, e só tem graça quando tem base na realidade. Mas infelizmente a situação do Brasil não é algo pra rir, e sim, pra chorar.
Em 1932, a Ucrânia foi palco de um dos maiores crimes já cometidos por um estado contra seu próprio povo, o chamado Holodomor, que em ucraniano significa “matar de fome”. Uma fome artificial, provocada a sangue-frio por Josef Stalin, líder da então União Soviética. Milhões de camponeses morreram, não por falta de comida no mundo, mas por excesso de estado. O regime coletivizou a agricultura, confiscou grãos, impediu que as pessoas fugissem e ainda rotulou como “traidores” aqueles que tentassem guardar um punhado de trigo para não ver os filhos morrerem. O resultado disso não poderia ser mais trágico: cerca de 4 milhões de mortos. Sem guerra. Sem seca. Sem desastres naturais. Só estado.
Por que começo esse texto relembrando o Holodomor? Porque a lógica do que está acontecendo hoje com o Brasil é a mesma — o desfecho é que muda de escala. E se você acha que exagero ao comparar o Brasil petista de 2025 com a União Soviética genocida dos anos 30, talvez devesse prestar mais atenção à realidade ao seu redor. Segundo pesquisa do Datafolha, 58% dos brasileiros afirmam estar comprando menos comida por conta da inflação. Repito: mais da metade da população está comendo menos. Em um país que se gaba de ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o povo está comendo menos. E a culpa, evidentemente, não é da chuva, do El Niño, do agro, nem do Bolsonaro. A culpa é da mesma mentalidade estatista, coletivista e centralizadora que, onde se instala, gera exatamente esse tipo de resultado: fome.
A inflação brasileira não é sintoma da maldade dos empresários que aumentam o preço pra lucrarem mais. Ela é consequência direta de um estado obeso, gastador, populista e populista. É resultado de uma política monetária frouxa, de um Banco Central pressionado politicamente e de um governo que acredita que pode “resolver a pobreza” imprimindo dinheiro, aumentando impostos e distribuindo auxílios às custas de uma classe média que cada vez mais vê seu orçamento apertar. E se não está fácil para a chamada classe média, imagina para aqueles considerados os mais pobres, que vêm itens básicos como arroz, café, ovo e carne se tornarem iguarias.
Vamos aos números, para não dizerem que é só retórica libertária: segundo a reportagem da CNN Brasil, 33% da população teve que cortar a carne, e 23% reduziu o consumo de frutas e verduras. Estamos falando de uma população que, cada vez mais, substitui proteína animal por ovo, por salsicha, por macarrão instantâneo. É o socialismo do PT, servido em pratos cada vez mais vazios.
E antes que algum militante de DCE venha com aquele papinho “mas o Brasil não é comunista”, é bom lembrar que o socialismo não precisa ser declarado em constituição para funcionar na prática. Basta colocar o estado no centro de tudo: das estatais que monopolizam serviços, aos subsídios que distorcem o mercado, passando pela tributação abusiva, pelos controles de preços e, claro, pela criminalização da iniciativa privada. Esse é o “socialismo do século XXI”. Uma mistura de populismo com intervencionismo, onde o governo atua como um parasita que se alimenta do que resta da liberdade econômica, até que o organismo colapse.
E quem sofre com isso? O povo, claro. Sempre o povo. Os políticos e os empresários amigos do governo não param de comer, eles continuam se banqueteando com seus “vales-perus”, seus jetons em conselhos estatais e seus salários de cinco dígitos. A elite progressista - cujo único progresso é em direção à miséria - toma vinho chileno e viaja para Paris para denunciar o “neoliberalismo”. Quem corta a carne e come arroz com farinha é o brasileiro comum — o trabalhador, o pequeno empreendedor, o aposentado. E tudo isso acontece diante do silêncio cúmplice da grande imprensa e da militância que finge lutar pelos pobres, mas defende exatamente o sistema que os empobrece.
Mas não nos enganemos: isso não é um acidente. É uma escolha. O governo atual escolheu abandonar o teto de gastos, escolheu aumentar a carga tributária, escolheu retomar o uso político das estatais, escolheu atacar o Banco Central, escolheu sabotar reformas estruturais. Cada uma dessas escolhas tem um custo. E esse custo está sendo pago agora — em reais, em inflação e, cada vez mais, em calorias. O brasileiro está perdendo peso. Não por estética. Mas por necessidade.
A esquerda, como sempre, tenta jogar a culpa em fatores externos: guerra na Ucrânia, mudança climática, “a herança maldita” do governo anterior. Mas não cola. A inflação é um fenômeno monetário. Se o governo gasta demais e o Banco Central não age com independência, o valor do dinheiro despenca. Isso é economia básica. Algo que, evidentemente, não se ensina nas faculdades onde formam economistas esquerdistas e jornalistas da velha mídia.
E enquanto isso, o que propõe o governo? Mais estado! Mais gastos! Mais programas sociais que distribuem esmolas em vez de gerar riqueza. É o clássico ciclo vicioso da dependência estatal: o estado cria o problema, finge que é a solução e, no fim, entrega umas migalhas para o povo comprar menos comida a cada dia. Em outras palavras, o estado quebra sua perna, te dá uma muleta e ainda se gaba dizendo que se não fosse por ele você nem estaria andando.
Agora, pense comigo: se isso já está acontecendo num país como o Brasil, em pleno 2025, com toda a tecnologia agrícola que temos, com todo o potencial produtivo, com todo o empreendedorismo do nosso povo… o que você acha que vai acontecer quando a conta chegar de verdade? Quando os investidores cansarem do risco-Brasil? Quando o dólar ir para a lua? Quando a bomba fiscal explodir de vez? Você acha que o arroz vai baratear? Que a carne vai voltar à mesa? Que o feijão vai ser temperado com mais do que lágrimas?
Não. Vai piorar. E sabe por quê? Porque não há almoço grátis. A inflação é o imposto dos pobres. É a forma mais cruel de tirar dinheiro de quem já tem pouco. E é exatamente isso que o estado faz: rouba o valor do seu salário, sem nem precisar de um imposto novo. Basta imprimir dinheiro. Basta gastar. Basta prometer o que não pode cumprir.
A única saída real é o que sempre dissemos por aqui: menos estado, mais liberdade. Privatização de estatais, fim do monopólio dos Correios, desregulamentação da economia, redução da carga tributária, fim do Banco Central e livre concorrência monetária. Sim, é isso mesmo: queremos um sistema onde o estado não controle a moeda. Porque enquanto o estado tiver esse poder, ele continuará nos empobrecendo impunemente.
Nós libertários acreditamos na completa extinção do estado como ente coercitivo que ele é hoje. Um mundo libertário teria sim governança, porém como um serviço privado, que poderia ser contratado e despedido dependendo da vontade do cliente. No papel, a proposta do estado é ser um prestador de serviços em troca de dinheiro. Então se o estado é benéfico, porque sou obrigado a pagar por seus serviços? Se algo é bom pra mim, eu quero pagar por isso voluntariamente.
Claro que sempre surge o clássico argumento daqueles que ainda tentam justificar a existência do bandido estacionário: “Mas e os mais pobres?”. A verdade é que a pobreza, em grande parte, é diretamente proporcional ao tamanho do estado. Quando o estado tira seus tentáculos de cima da população, sobra trabalho, investimento e liberdade pra empreender. E essa afirmação de que o estado causa empobrecimento não é apenas de cunho teórico, mas pode ser observada na prática. Olhemos para a Argentina, que agora tem um presidente libertário - sortudos. É irrefutável, inquestionável, indiscutível, que quando Javier Milei encolheu o estado argentino, a economia melhorou quase que imediatamente. E se só de tirar um pouco o peso do estado já houve tamanha melhora, que dirá se o estado deixar de existir.
E se você acha isso radical, eu te pergunto: radical é propor liberdade ou é aceitar que mais da metade do país esteja comendo menos por causa de decisões políticas? Radical é defender o mercado ou é apoiar um modelo que transforma o Brasil em uma imitação de Venezuela?
O Holodomor foi um genocídio por fome. O que vivemos hoje é uma miniatura disso, um “holodominho” à brasileira. A lógica é a mesma: estado no centro, escassez na ponta. E se não reagirmos, se continuarmos permitindo que o governo regule tudo — da comida ao dinheiro — vamos seguir nesse caminho. E o prato do brasileiro vai continuar cada vez mais vazio.
Portanto, pare de procurar culpados em Washington, no agro, nos empresários. O inimigo mora em Brasília. Veste terno, assina decretos e promete o paraíso em troca da sua liberdade. E no fim, te entrega inflação, miséria e, claro, menos comida no prato.
A solução? Livre mercado, livre concorrência, livre povo. Porque onde o comunismo chega, a fome chega junto. E o Brasil, infelizmente, já está sentindo o cheiro do Holodomor.
https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/datafolha-inflacao-faz-58-dos-brasileiros-comprarem-menos-alimentos/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Holodomor